70% da desaceleração do Brasil vem de fora, diz Octavio de Barros

Executivo traçou cenário econômico para o Brasil e o mundo, além de destacar a importância de se olhar no longo prazo.

O economista chefe do Bradesco, Octavio de Barros, destacou que 70% da desaceleração do Brasil vem de fora, sendo os 30% restantes problemas domésticos. O executivo palestrou sobre "Turbulência, Incerteza e Perspectivas da Economia: Entender e Agir” no XI Encontro Nacional da Comunidade SCA, no dia 21 de agosto de 2013 (quarta-feira), em São Paulo. Uma das mensagens de Barros foi de que o Brasil é o país emergente que os investidores de portfólio têm menos tolerância com os desvios de conduta macroeconômica, no entanto, salientou que o mundo contínua líquido.

Para ele o Brasil experimentou na última década uma mudança brutal no padrão salarial na última década. De acordo com Barros, o país possui uma jazida de produtividade inexplorada em todos os setores. "Temos dez anos para explorar isso”, apontou e enfatizou a necessidade de criação de um conjunto de iniciativas que pensem em produtividade e automação.

O executivo mencionou que cada vez mais o consumo vai dialogar com o PIB (Produto Interno Bruto), além de enfatizar que as pessoas estão poupando mais. "Apesar da taxa de poupança brasileira ser baixa, nunca o brasileiro poupou mais como agora”, declarou ao comentar que mais pessoas tem se auto declarado poupadoras do que devedoras.

Para o cenário internacional Octavio de Barros disse que os Estados Unidos encontram-se no final da sua própria crise, a Europa está no terceiro quarto da sua crise, com previsão de crescimento de 0,5% para o próximo ano. "E a China entrou no primeiro estágio de desaceleração e vai se tornar um país normal”, analisou.