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23/08/2013 - 09:00

Confins – cidade aeroporto?

O comércio internacional foi fundamental para o progresso do mundo como o conhecemos. Podemos destacar, nesse sentido, que o desenvolvimento do comércio está intrinsecamente atrelado à expansão dos meios de transporte utilizados para o escoamento da produção. Durante o período das Grandes Navegações, como o próprio nome já diz, a produção era escoada por meio de embarcações. Já no século XVIII começou-se a utilização das ferrovias como meio de transporte de cargas e pessoas. O mesmo ocorreu no século XX, sendo marcado pelo desenvolvimento das rodovias. Qual, então, será o meio de transporte preponderante no século XXI?

O renomado economista americano John Kasarda acredita, e com razões, que o século XXI será da aviação. Em 2012, o setor aéreo respondeu por 2% do volume da movimentação comercial mundial, e por 35% do valor total, destacando que o produto transportado por via aérea é de alto valor agregado. No Brasil, o transporte aéreo representou apenas 0,2% do total das cargas, no entanto corresponde a 10,7% do valor transacionado.

Apesar de já movimentar um valor significativo, ainda há bastante espaço para o crescimento do setor no Brasil e no Mundo. Nos últimos cinco anos – com exceção de 2009 – houve crescimento médio de 9,7% no transporte de cargas por aviões no Brasil. A Infraero – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - estima que haja um crescimento de 269% no volume de cargas transportadas até 2017.

Observando a relevância do setor aéreo como meio de transporte de cargas, ganhou-se relevância o conceito de aeroporto industrial, no qual as empresas instaladas em seu entorno se encontram em uma zona de neutralidade. Existe a possibilidade de suspensão ou isenção, nesse regime, dos tributos sobre a importação de componentes, de forma que os insumos vão diretamente da alfândega para a linha de montagem. Tal possibilidade se estende aos produtos exportados, e pode ou não se aplicar aos produtos – ainda que produzidos na área – destinados ao mercado interno.

Essa ideia já foi aplicada em alguns aeroportos do mundo, a exemplo de Dallas/Fort Worth no Texas (EUA), o qual se encontra rodeado por empresas como FedEx, UPS, AT&T, Nokia, Dell Computers, Foxconn, Philips, LG, dentre outras. Outras cidades já foram altamente beneficiadas pelo desenvolvimento trazido pela cidade aeroporto, nesse sentido podemos citar Cingapura, Amsterdam, Hong Kong, Shangai, Abu Dhabi e Memphis.

Num momento posterior à implantação do aeroporto industrial, teríamos a cidade aeroporto, conceito desenvolvido por Kasarda, que amplia a importância do aeroporto enquanto norte do desenvolvimento econômico, social e tecnológico. Nesse sentido, ressalta-se a ideia de um plano de ocupação ordenada no entorno do aeroporto, no qual se instalariam indústrias para empreendimentos com tecnologia de ponta, além de redes de ensino, áreas de lazer e residências.

O Governo do Estado de Minas Gerais, ciente da necessidade de se tornar mais competitiva e da importância da promoção ágil do desenvolvimento sustentável, tem se empenhado no projeto de tornar Belo Horizonte a primeira cidade aeroporto da América Latina. A implantação do Aeroporto Industrial está prevista para ocorrer no Aeroporto Internacional Tancredo Neves - Confins, ressaltando as facilidades do grande espaço físico disponível em seu entorno, a localização estratégica de Belo Horizonte e a disponibilidade do governo em relação ao projeto. Esse plano representa uma grande oportunidade para a atração de empresas para a região, em especial após a concessão do aeroporto com leilão datado para Outubro deste ano. Espera-se obter, em Belo Horizonte, o mesmo sucesso visto nos lugares onde o conceito de Aeroporto Industrial já foi implantado.

Essa seria uma grande oportunidade para Minas Gerais se tornar mais que um mero exportador de commodities, abrindo espaço para exportações de produtos de alto valor agregado advindos de empresas de base tecnológica.

.Por: Rodrigo Coelho de Oliveira,Sócio e Diretor de Novos Negócios,Investor Consulting Partners.

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