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24/08/2013 - 07:15

Navio Suezmax “Dragão do Mar” é lançado pela Transpetro e EAS em Pernambuco


A embarcação deixou o dique seco do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), e segue para fase de acabamento, com previsão de entrada em operação ainda este ano.

A Transpetro e o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) realizou no dia 23 de agosto (sexta-feira), cerimônia de lançamento do navio petroleiro Suezmax Dragão do Mar, em Ipojuca (PE). Ocasião, na qual a embarcação deixou o dique seco com destino ao cais de acabamento do EAS. A operação contou com a presença de executivos da companhia Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) e do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), bem como dos milhares de colaboradores do EAS.

O lançamento ao mar é a penúltima etapa na construção de um navio, antes da entrega ao armador para operação. A embarcação entra agora na fase de acabamentos finais, no próprio estaleiro, em Pernambuco. Em seguida, passará pela prova de mar, que verifica seu desempenho em uma viagem de curta distância.

Batizado em homenagem ao herói cearense na luta pela abolição da escravatura, o Dragão do Mar tem como madrinha a oficial de náutica Vanessa Cunha, imediata do navio de produtos Rômulo Almeida, que também foi construído para o  Promef. O navio integra uma série de dez petroleiros idênticos, encomendados ao EAS, e que celebram figuras destacadas na história brasileira. Dois deles estão em operação: João Cândido, entregue em maio de 2012, e Zumbi dos Palmares, em atividade desde maio de 2013.

"A nova indústria naval brasileira parte agora para atingir competitividade internacional. Vamos construir navios não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Temos a competência necessária para transformar a nossa indústria naval na melhor do mundo. Com a união de todos - metalúrgicos, empresários e marítimos - o Brasil vai chegar ao pódio", afirmou o presidente da Transpetro, Sergio Machado, durante a cerimônia de lançamento.

“Estamos trabalhando forte e constantemente para aprimorar nossos processos e acabamentos e o Dragão do Mar é mais um passo que damos neste sentido. Todas as encomendas do EAS estão enquadradas nas exigências de conteúdo nacional. Este é mais um grande ganho para o País”, avalia o presidente do EAS, Otoniel Silva Reis.

O Dragão do Mar faz parte do pacote de encomendas do Promef ao EAS. Seu lançamento marca tanto a consolidação da atuação do Estaleiro Atlântico Sul no setor naval brasileiro, após cinco anos de intensas atividades, como um importante passo em seu processo de amadurecimento: o início da construção simultânea de embarcações, como navios petroleiros e navios sondas (drillships).

Atualmente, o EAS está produzindo seis embarcações simultaneamente. Além do Dragão do Mar (que entra na fase de acabamento), estão sendo construídos os petroleiros Suezmax do Promef C-004 (cujo processo de construção está em 57%); C-005 (em fase de montagem de blocos); e C-006 (em fase de fabricação de blocos). Estão sendo montadas ainda, conforme encomenda da Sete Brasil, os primeiros navios sondas construídos no Brasil. Os drillships 1 e 2 tiveram os primeiros cortes de chapas realizados, respectivamente, em março e julho deste ano.

Esta é a fase que antecede a prova de mar e a entrada em operação do navio, programada para dezembro deste ano. Com a saída do Dragão do Mar do dique seco – espécie de eclusa com 12 metros de profundidade, 400 metros de comprimento e 74 metros de largura – o dique passa a abrigar o petroleito Suezmax C-004.

Dragão do Mar – O Dragão do Mar possui mais de 274 metros de comprimento e 48 metros de largura (boca moldada). Quando entrar em operação, terá porte bruto de 157,7 mil toneladas e capacidade para transportar um milhão de barris, mais de 45% da produção diária de petróleo do País. O navio irá consumir 21 mil toneladas de aço em sua construção e terá as dimensões máximas para a passagem pelo Canal de Suez, que liga os mares Vermelho e Mediterrâneo. Em termos de desempenho, o Dragão do Mar terá autonomia de 20 mil milhas náuticas, o que permitirá que ele complete uma volta ao mundo sem a necessidade de parar para abastecer.

Com o início das operações do Dragão do Mar, o Estaleiro Atlântico Sul irá totalizar a entrega de três navios petroleiros Suezmax, todos em conformidade com os padrões internacionais de qualidade da indústria naval. Além do João Cândido e do Zumbi dos Palmares, o EAS já entregou o lower hull (parte inferior do casco) da plataforma de produção semissubmersível P-55, da Petrobras.

Em 18 meses, cinco navios do Promef entraram em operação - A Transpetro recebeu cinco embarcações construídas por estaleiros brasileiros, em um período de 18 meses (entre novembro de 2011 e maio de 2013). Entraram em operação os navios de produtos Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e Rômulo Almeida, entregues pelo Estaleiro Mauá, de Niterói (RJ), e os petroleiros suezmax João Cândido e Zumbi dos Palmares, construídos pelo EAS, em Ipojuca (PE). Além do Dragão do Mar,  será entregue, ainda este ano -  para o início das operações -: o navio de produtos José Alencar, em construção no Estaleiro Mauá..

Com investimento de R$ 10,8 bilhões na encomenda de 49 embarcações, o Promef garantiu as bases para o ressurgimento da indústria naval brasileira, permitindo a abertura de novos estaleiros e a modernização dos estaleiros existentes. Antes do programa, a indústria naval brasileira passou 14 anos sem entregar petroleiros ao Sistema Petrobras.

O Brasil já tem a terceira maior carteira de encomendas de petroleiros do mundo. O setor, que chegou a ter menos de dois mil trabalhadores na virada do século, emprega hoje mais de 70 mil pessoas.

O Promef foi elaborado a partir de três premissas: construir os navios no Brasil; ter um índice de conteúdo nacional mínimo de 65%; e atingir competitividade internacional após a curva de aprendizado. Com o cumprimento das duas primeiras premissas, o programa já vem contribuindo para retirar a indústria naval da inércia.

A terceira premissa do programa, a busca por competitividade internacional, é o atual foco. Para atingir este objetivo, a Transpetro criou o Sistema de Acompanhamento da Produção (SAP), que tem como função avaliar os processos produtivos dos estaleiros e sugerir alternativas para melhoria da produtividade.

Perfil Dragão do Mar (1839-1914)-Francisco José do Nascimento é a identidade do herói cearense historicamente conhecido como Dragão do Mar. O líder jangadeiro, também conhecido como Chico da Matilde, chefiou os jangadeiros que se engajaram na luta abolicionista, recusando-se a transportar para os navios negreiros os escravos vendidos para o Sul do País.

O petroleiro Dragão do Mar, tem capacidade para um milhão de barris, seu porte bruto (peso da embarcação com carga máxima -TPB) é de 157,7 mil toneladas, é um Suezmax (tem as maiores dimensões para passar no Canal de Suez, que liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo), cujo cmprimento total é de 274,2 metros, comprimento entre perpendiculares de 264 metros, 48 metros deboca moldada, 51,6 metros de altura, 23,2 metros de pontal moldado  (distância entre o fundo e o convés), tem 17 metros de calado de escantilhões (compatível com a passagem pelo Canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho), ainda a autonomia de 20 mil milhas de náuticas, 14 tanques (sendo 12 de carga e dois de sobra). O navio ainda possui uma demanda de aço de 24,5 mil toneladas, e o motor principal é um Doosan, com potência de 22.500 HP, hélice de passo fixo e três número de segregações.

Etapas da construção de um navio -De acordo com a tradição da indústria naval mundial, a construção de um navio tem cerimônias que marcam etapas fundamentais das obras: o corte da primeira chapa de aço, o batimento de quilha, o lançamento ao mar e a entrega ao armador.

É importante ressaltar, sobretudo, a diferença entre o lançamento ao mar e a entrega ao armador:

Lançamento ao mar - Depois de concluída a edificação do casco, o navio é batizado e lançado ao mar, para os acabamentos finais. O lançamento libera o dique para o início das obras de uma nova embarcação. O navio em construção é transferido para o cais do estaleiro.

No cais, são feitas as obras de acabamento, as interligações dos vários sistemas e os últimos testes em equipamentos. Antes da entrega, o navio é geralmente levado de novo ao dique, para a limpeza do casco. Por fim, são feitas as provas de mar - viagens de curta duração que testam o desempenho geral da embarcação.

Entrega - Após a conclusão de todas as obras e testes, o navio é certificado por uma sociedade classificadora independente e entregue ao armador, para o início das operações.

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