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31/08/2013 - 07:31

Salões de Beleza podem ser focos de transmissão da hepatite B

Silenciosa e de fácil transmissão, essa infecção no fígado pode tornar-se crônica e levar à cirrose e ao câncer.

Nada como ir ao salão de beleza para dar um toque especial à aparência. Para milhões de mulheres, fazer as unhas das mãos e dos pés é um hábito semanal. Por isso, clientes e profissionais precisam ficar atentos à hepatite B, infecção no fígado causada por um vírus de 50 a 100 vezes mais contagioso que o HIV. A transmissão ocorre pelo sangue e fluídos corpóreos de uma pessoa infectada. O compartilhamento de alicates, espátulas e palitos contaminados é a forma mais comum de transmissão nos salões de beleza. A doença pode tornar-se crônica e levar à cirrose e ao câncer.

A médica Lucia Bricks, diretora de Saúde Pública da Sanofi Pasteur, lembra que a maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas, mas que a hepatite B pode se tornar crônica e causar cirrose e câncer no fígado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 2 bilhões de pessoas já tiveram contato com esse vírus, das quais 240 milhões tornaram-se portadoras crônicas. Estimativas apontam que 800 mil brasileiros são portadores da doença.

Uma das formas de prevenção é a vacina, que está disponível nas unidades do SUS (Sistema Único de Saúde) para pessoas até 49 anos. Ela deve ser administrada em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.

Independentemente da idade, manicures, pedicuros e podólogos podem se imunizar contra a doença porque integram os grupos de risco para os quais a vacina é disponibilizada há muitos anos na rede pública. “Todo o profissional que lida com material cortante e perfurante precisa se vacinar”, ensina médica Edna Strauss, professora colaboradora da Faculdade de Medicina da USP e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Embora as clientes sejam incentivadas a ter o próprio alicate, a médica afirma que a vacina ainda é a melhor alternativa para a prevenção. “Essa medida não adianta, se o profissional usar também espátulas e palitos que são compartilhados com outros clientes sem a devida esterilização”, argumenta.

A vacina contra a hepatite B é recomendada inclusive para as gestantes. Se tiver contraído a doença na gravidez, a mulher pode contaminar o bebê durante o momento do parto, por meio do contato do seu sangue com a criança.

Hepatite B -A hepatite B é considerada um mal silencioso, porque nem todos os que contraem a doença apresentam sintomas – mal-estar, febre, diarreia, vômito e icterícia (pele e olhos amarelados). A maioria das crianças infectadas é assintomática e até 50% dos adultos não apresentam sinais da doença, podendo contaminar outras pessoas sem saber.

A principal forma de transmissão é o contato sexual. O compartilhamento de material de higiene pessoal (como alicates de unha, escovas de dente e lâminas de barbear) e de material de uso de drogas, a confecção de tatuagem, colocação de piercing e a transfusão de sangue contaminado são outras formas de contágio.

O risco de a hepatite B se tornar crônica depende da idade na qual ocorre a infecção. As crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%. Entre um e cinco anos, as chances variam entre 20% e 50%. Em adultos, o índice cai para 5% a 10%. Dos portadores crônicos adultos, 20% poderão desenvolver cirrose e 5% poderão evoluir para o câncer.

As manicures, pedicuros e podólogos são apenas um grupo de risco com direito à vacinação na rede pública. A vacina é disponibilizada também para trabalhadores da saúde, portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST); bombeiros, policiais civis, militares e rodoviários; carcereiros de delegacia e de penitenciárias; coletadores de lixo hospitalar e domiciliar; parceiros sexuais de portadores de hepatite B; doadores de sangue; homens e mulheres que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo; lésbicas, homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais; pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, entre outras); populações de assentamentos e acampamentos; populações indígenas; potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos; profissionais do sexo/prostitutas; usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas; caminhoneiros.

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