Brasil e Argentina têm encontro em Brasília sobre perdas da indústria nacional de aerossol

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior será palco no dia 21 de novembro (quarta-feira) de um encontro há muito esperado pela indústria brasileira de aerossóis.

De acordo com a Abas – Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários, nos últimos três anos o Brasil perdeu US$ 500 milhões e 5 mil postos de trabalho para a Argentina. Atualmente, mais de 80% dos desodorantes corporais e antitranspirantes consumidos no País, por exemplo, são feitos naquele país.

Para a indústria de aerossol, a América Latina tem uma grande importância. Afinal, consome mais de 1,2 bilhão de unidades de aerossóis por ano, contra 800 milhões da China. O Brasil consome mais de um quarto desse total, mas ainda assim parte de sua indústria está migrando para a Argentina.

O alerta é do presidente da entidade, curiosamente o argentino de nascimento e brasileiro por opção Hugo Agustín chaluleu. Segundo ele, a continuar o cenário atual, em dois anos o Brasil deixará de produzir aintitranspirantes, entre outros produtos em aerossol.

Chaluleu lembra que a Unilever já foi embora, a Gillette e a Ceras Johnson idem. Além de produzir excelentes propelentes, essenciais para o funcionamento do aerossol, a Argentina congelou os preços dos gases butano e propano, como de resto o preço do petróleo, tornando seus preços absurdamente mais em conta que o resto do mundo.

De acordo com o presidente da ABAS, a indústria nacional é pioneira e tecnologicamente bem desenvolvida. Precisa apenas de condições de mercado competitivas. A Petrobras, antecipa, deve passar a fornecer propelentes a preço competitivo graças a descobertas na bacia de Santos; e o fornecimento por uma empresa nacional de dimetil éter, derivado do gás natural com características similares às do GLP. | Site: www.as.org.br