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06/09/2013 - 09:17

Caminhar reduz sintomas de artropatias

Entre os transtornos muscoloesqueléticos (musculatura que está associada aos ossos e atua nos movimentos do corpo) estão as artropatias, um grupo de patologias que podem ou não ser inflamatórias ou infecciosas. Há inúmeras variações de doenças relacionadas a esses transtornos, entre elas a artrite séptica, artrite tuberculosa, artrite reativa, espondialoartropatia soronegativa (artrite reativa, artrite psoriática e espondilite anquilosante), artrite reumatóide (artrite idiopática juvenil, doença de Still do adulto, síndrome de Felty), artropatia por cristais (gota e condrocalcinose), nódulo de Heberden e nódulo de Bouchard. Está correto dizer que tem artrite ou artrose em todos estes casos, mas é necessário que o médico investigue para poder diagnosticar adequadamente as particularidades a fim de indicar os remédios mais adequados. Há catalogados entre 200 e 250 tipos de artrite e artrose.

Para minimizar os sintomas da artrise, Josephina Biazi frequenta o Projeto Cidadania - Caminhadas com Seguranc?a.

Com tanta diversidade de patologias, uma coisa é certa: a estrutura musculoesquelética do corpo precisa de atividade física para manter a funcionalidade. As juntas se lubrificam e ficam mais ágeis quando exercitadas. Os músculos ganham tônus, resistência, força e a elasticidade necessária para sustentar as demais partes do corpo, parado ou em movimento. Veja a seguir alguns tipos de artropatias, o que significam e como o exercício físico e a caminhada podem ajudar.

A osteoartrite ou artrose é o endurecimento natural das articulações. Trata-se de uma doença reumática degenerativa, que chega a acometer 30% da população adulta acima dos 50 anos. Do grego, arthros significa articulação e ose, degeneração. Juntando as duas palavras, surge o significado da doença, que é a perda progressiva do movimento na junção entre um osso e outro. Artrose é a denominação popular para osteoartrite ou osteoartrose. Não confundir com artrite, que é uma doença inflamatória que pode afetar diversas articulações ao mesmo tempo, o que recebe a denominação de poli-artrite. A limitação do movimento deve-se ao fator mecânico: as superfícies articulares ficam desprotegidas, com a cartilagem comprometida e, com a diminuição do líquido sinovial, tornam-se rugosas e atritam-se. Os sintomas produzidos pela artrose são dor de intensidade variável e dificuldade em movimentar a junta entre os ossos. Ao contrário do que pode parecer e apesar da dor diminuir quando se fica em repouso, é necessário se movimentar para evitar que a doença avance em grande escala.

Segundo a AAOS, sigla em inglês para Associação Americana dos Cirurgiões Ortopédicos, a artrose do joelho é uma das principais causas de incapacidade física. Cerca de 33 milhões de norte-americanos são afetados por ela, que é mais comum em pessoas acima dos 65 anos. Além das dores, a perda da capacidade de locomoção é traumática. Recentemente, a AAOS divulgou uma diretriz de prática clínica para melhorar o cuidado para com os pacientes que sofrem de artrose no joelho. Há uma grande variedade de opções de tratamentos disponíveis e eles são administrados de acordo com as diferenças de cada paciente.

Estudo realizado em 2010 por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, constatou a eficácia da caminhada no tratamento de pacientes com artrose de joelho e quadril. Em apenas seis semanas, os participantes com idade entre 42 e 73 anos já apresentaram aumento nas funções de mobilidade e alívio nas dores. O programa previa que eles, três dias por semana, andassem duas séries de 1.500 passos, contados por um pedômetro, aparelho que registra o total de passos e a distância percorrida. Informações sobre o estado de saúde foram anotadas em planilhas. Publicado pela revista “Arthritis Research & Therapy”, o resultado da pesquisa confirma que houve uma sensível melhora nas dores de quem sofre com a doença. A ingestão do medicamento condroitina fez parte do tratamento, e acredita-se que há evidências preliminares de que seja benéfico para os pacientes com artrose.

Os tratamentos para a artrose são realizados em diversas frentes, de apoios de marcha a exercícios físicos. Para muitos é indicada fisioterapia, com uso de calor ou frio, que tem a função de diminuir a rigidez. Por isso, após o corpo ficar parado durante a noite, convém um banho quente pela manhã. Fisioterapia e banho quente diminuem a dor e a rigidez da articulação, temporariamente. Hidroterapia, banhos de contrastes, termas, saunas e câmaras frias vão nesta linha também, a de oferecer uma melhora ao paciente, com a diminuição de sintomas. A fisioterapia com ondas de choque ou acústica já é um pouco diferente, pois estimula o metabolismo celular, podendo quebrar o círculo vicioso da doença por ativar a circulação sanguínea e promover a reparação do tecido. Apesar de não haver comprovação científica, em alguns casos o tratamento com ondas se apresenta como uma alternativa ao cirúrgico. Uma tendência mais moderna é a prescrição, pelo médico, de terapias complementares como a acupuntura. A atividade física tem revelado resultados duradouros no que se refere a diminuir os efeitos da artrose.

A artrose leva à atrofia muscular. O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS revela que a artrose é responsável por um a cada dez afastamentos beneficiados com o auxílio-doença; a doença motiva 10,5% dos afastamentos. Além disso, 7,5% de todos os afastamentos do trabalho são por consequência da artrose. E mais, uma das principais doenças a determinar aposentadoria, com índice de 6,2%. Os exercícios de musculação têm sido eficazes na reabilitação de pacientes, fazendo a dor diminuir e melhorar a amplitude do movimento articular. O aumento da força muscular amplia a funcionalidade, diminui o risco de quedas em idosos e devolve a independência, fator de extrema relevância para elevar a autoestima e manter a qualidade de vida. A atividade ajuda a atingir uma hipertrofia muscular, desejável para que ligamentos dinâmicos das articulações possam recuperar os movimentos.

A obesidade e a má postura estão entre as causas do bico-de-papagaio, nome popular da osteofitose, doença que se manifesta na coluna vertebral. Trata-se de uma forma de artrose, que surge com desgaste das articulações do corpo. Na osteofitose, os ligamentos e as cartilagens que envolvem as vértebras perdem a lubrificação natural e acabam por se calcificar, como forma de estabilizar a estrutura desgastada. A maior incidência é na região lombar, mas também pode ocorrer em outras partes da coluna. A doença costuma aparecer após os 60 anos, por hereditariedade, sedentarismo, fraturas e doenças reumáticas. Quando um jovem sente dor nas costas, no geral, em 80% dos casos, é de origem muscular. A osteofitose tem um processo progressivo, mas 95% dos casos são leves e têm controle mais fácil. A correção postural com fisioterapia é recomendada. Em casos extremos, há cirurgias e próteses para compensar o desgaste e a calcificação. Ê claro que, no caso de pacientes com artrose severa, a caminhada pode ou não ser recomendada. É preciso consultar o médico, pois os excessos podem agravar a doença, então, é fundamental a orientação.

O hábito de caminhar deve ser mantido, mesmo que a mobilidade já esteja um tanto comprometida. Associada a outros tratamentos, a caminhada tem sido comprovadamente eficaz no combate às dores e para a melhoria da flexibilidade. Quem tem artrose precisa tomar cuidado com o terreno, evitando ladeiras e pisos molhados para não escorregar ou cair. Deve começar o tratamento andando devagar e fazendo percursos bem curtos, de acordo com a própria condição de saúde, e ir aumentando a intensidade e o trajeto aos poucos. Convém vestir roupas e sapatos adequados. O tênis é o melhor calçado para caminhar e as roupas esportivas deixam o corpo mais à vontade para realizar todos os movimentos. Evite calças muito compridas ou com a boca larga demais para não tropeçar. Tente fazer alguns alongamentos antes, para esquentar, e depois, para relaxar. Os pesquisadores de Queensland chegaram à conclusão de que os pacientes com artrose que seguem a quantidade de exercícios recomendada por médicos melhoram seu estado. Com isto, não quero dizer que a pessoa precise sofrer mais do que aguenta, mas que faça o seu melhor e vá conversando com o médico.

Para evitar o agravamento da doença, é preciso manter a regularidade no tratamento e colocá-lo em prática o quanto antes. Medicamentos como a condroitina – utilizada pelos pacientes da pesquisa realizada na Austrália – ou derivados da lanolina (óleos insaponicáveis, provenientes do caroço de abacate ou do grão de soja), ou a base de ácido hialurônico, um produto sintético com as mesmas propriedades de uma substância de nosso organismo que preenche espaços entre as células, também estão sendo utilizados com sucesso para estimular a recuperação dos tecidos conjuntivos. Não abandone o tratamento médico por chá, bracelete de cobre, banho de lama e outros que não têm comprovação científica. Nunca tome remédio sem que o médico tenha receitado.

Ao surgir qualquer sintoma, procure um médico. A identificação precoce da doença pode evitar deformidades. A artrose é a mais comum das doenças articulares e seu impacto econômico é grande por causa da incapacidade que provoca nos pacientes. Até 45 anos, a artrose é prevalecente no homem; após essa idade, torna-se dominante na mulher. O desgaste da cartilagem está relacionado ao envelhecimento, a problemas congênitos ou a traumatismos e sobrecarga nas articulações. Os tratamentos ajudam a pacientes a ter qualidade de vida. Consulte o médico: caminhada costuma ser recomendada em quase todos os casos de artrose.

A espondilite anquilosante uma doença crônica, na qual os ossos das vértebras crescem e formam nódulos que podem impedir os movimentos. A doença é uma inflamação na coluna vertebral e é uma variação da artrite. Ela começa na juventude e não tem cura, mas deve ser tratada. Os tratamentos são para reduzir as dores, que atacam com intensidade na ausência de cuidados. A doença reumatológica é associada à predisposição genética.

A artrite, assim como a artrose, é causada por falhas nas cartilagens. Ocorre que a cartilagem lembra a consistência de uma gelatina e, sem água, perde o volume e é mais dura. Quando a cartilagem deixa de ser gelatinosa, um osso encosta no outro e esse atrito acaba por provocar dores. Por isso, são recomendáveis exercícios que fortaleçam os músculos para haver melhoria na sustentação dos ossos e também para aumentar a mobilidade. A prática de atividade física, de fato, fortalece a ossatura, equilibrando assim a perda na cartilagem. No caso de artrite, a atividade física ajuda muito nos tratamentos.

São mais de cem tipos de artrite, com inúmeras causas. A mais comum de todas é a osteoartrite, que surge quando a cartilagem que separa e protege um osso de outro se desgasta e os ossos começam a sofrer pelo atrito causado pelo movimento, o que acaba por irritar a articulação e, com a inflamação, o osso cresce conforme a pessoa envelhece. Ao contrário do que muita gente acha, o avanço da idade não é responsável pela artrite reumatológica, que ocorre por conta de uma inflamação na membrana sinovial – uma espécie de lubrificação das articulações –, que causa inchaço, calor e vermelhidão.

. Por: Fabio Ferraz do Amaral Ravaglia (CRM-SP 54.294 e RQE 11.990/89),cirurgião ortopedista e traumatologista, Fabio Ravaglia é presidente, desde 2005, do Instituto Ortopedia & Saúde (IOS) – organização da sociedade civil que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção a doenças, principalmente aquelas associadas à terceira idade, e que organiza o Projeto Cidadania – Caminhadas com Segurança, evento mensal que incentiva a atividade física e conta com uma feira social de saúde aberta à população para a realização de exames gratuitos. [www.ortopediaesaude.org.br |www.osso.org.br].

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