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12/09/2013 - 11:22

Redes inteligentes combatem efeitos dos raios

Setor elétrico investe em tecnologias de monitoramento integrado às informações da rede elétrica para minimizar danos causados pelas descargas atmosféricas.

O setor elétrico brasileiro tem investido nas redes inteligentes e na integração dos dados meteorológicos às informações da rede elétrica. Com isto, no futuro, as “smart grids” ou redes inteligentes possibilitarão uma ação mais rápida durante uma interrupção de energia, uma vez que contarão com sistemas de monitoramento mais precisos das condições meteorológicas. “A tendência é contar com informações cada vez mais precisas, tanto em nível espacial quanto temporal. Esses dados deverão ser interpretados de acordo com a necessidade de cada empresa”, afirma Osmar Pinto Jr, coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e maior especialista em raios do Brasil.

Essas iniciativas do setor aparecem no primeiro filme documentário sobre raios realizado no Brasil em parceria com o ELAT. Fragmentos de Paixão estreia em outubro nos cinemas da rede Cinemark de todo o país. O projeto é patrocinado, entre outras, pelas empresas Furnas, CTEEP, EDP e Coelba.

Além dos prejuízos econômicos, os raios também trazem um impacto social. No Brasil, caem mais de 50 milhões de descargas atmosféricas por ano – a maior incidência do mundo – que levam a 130 mortos e 500 feridos.

Para disseminar as informações sobre o assunto, Osmar Pinto Jr. e a jornalista Iara Cardoso apresentam a temática dos raios com perspectiva histórica, cultural e científica, em um novo formato de divulgação audiovisual que aproxima a ciência de todos. A equipe levou dois meses para colher as imagens, acumulando quase cem horas de filmagens realizadas nos estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

No filme documentário, são apresentadas seis vidas que mostram como uma fração de segundo define destinos de forma completamente diferente, permeando o medo e a paixão, a tragédia e o sucesso, a guerra e a paz. Nessa jornada, fatos inusitados são revelados, mostrando a visão da ciência e da cultura sobre os raios, desde o descobrimento do Brasil até o futuro do planeta.

Para chegarem às histórias e às informações apresentadas na trama, os pesquisadores analisaram mais de 200 diferentes fontes durante três anos – livros, informações científicas, descendentes de personalidades e documentos históricos. A pesquisa foi fundamental para a elaboração de um roteiro minucioso.

À parte dos seis casos, a obra traz diversas informações ligadas à história do Brasil, apresentadas de forma leve e instigante. Mitos sobre raios são desconstruídos no filme e ajudam a melhorar o conhecimento geral sobre o tema. Um deles é o fato de que “um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar”, crença dos índios que habitavam nossas terras no descobrimento. Na verdade um raio pode cair muitas vezes num mesmo lugar, como ocorre com o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe cerca de seis raios por ano. Apesar das evidências, o filme mostra que os índios ainda continuam acreditando neste mito.

Prejuízos - Dados inéditos compilados pelo ELAT mostram em detalhes como os raios afetam o setor elétrico, levando a um ônus de R$ 600 milhões por ano. Informações de empresas brasileiras de transmissão e distribuição de energia foram coletadas pelo ELAT por cinco anos e analisadas por Osmar Pinto Jr.

A análise mostra que as multas da agência reguladora e a queima de transformadores são responsáveis por 71% desse prejuízo. “Interrupções causadas na rede acabam levando às multas previstas em lei. Além disso, os transformadores são vulneráveis às tensões induzidas na rede por causa das descargas atmosféricas”, explica Osmar Pinto Jr.

A queima de outros componentes da rede (19%), as perdas de faturamento pela ausência de consumo causada pelas paradas de transmissão (6%) e o ressarcimento a clientes por aparelhos danificados (4%) são as outras causas de prejuízos.

Para reduzir os danos, é necessário obter informações mais precisas sobre a ocorrência de raios na região em que a empresa atua. “A grande maioria das empresas não usa informação meteorológicas e climáticas customizadas, o que dificulta a tomada de decisões para evitar prejuízos maiores”, afirma o engenheiro. O uso desse tipo de dados também auxilia as instituições a recorrer das multas, caso seja identificado um cenário climatológico atípico no momento da interrupção no fornecimento de energia elétrica.

O ELAT estima que esses dados ajudem a reduzir os índices de multas do regulador, das perdas de faturamento e dos casos de ressarcimento a clientes, levando a uma economia anual de R$ 100 milhões para o setor e uma melhor qualidade dos serviços prestados para o consumidor.

.[O filme estreia em 11 de outubro nos cinemas de São Paulo, Rio, Manaus, Porto Alegre e São José dos Campos (SP). Trailer pelo site: http://www.fragmentosdepaixao.net.br/trailer.php?1378816209 ].

Fragmentos de Paixão.:Estreia nacional: outubro de 2013 | Apresentação: Osmar Pinto Junior | Direção: Iara Cardoso | Produção: Storm Comunicação | Roteiro: Iara Cardoso | Duração: 70 min | Ano: 2013 | País: Brasil |Gênero: Filme Documentário | Cor: Colorido

Direção - Iara Cardoso é formada em jornalismo com pós-graduação em jornalismo científico pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp e especialização em cinema digital pela New York Film Academy (NYFA)/Universal Studios e em Jornalismo para TV Digital pelo canal NBC News/NYFA.

ELAT-O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), criado em 1995, é referência mundial na área de estudos de eletricidade atmosférica. É coordenado pelo Dr. Osmar Pinto Júnior e atua em pesquisa, prestação de serviços para a sociedade e difusão da ciência e tecnologia.

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