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19/09/2013 - 12:25

Obras da Linha 4 do Metrô no Rio de Janeiro trazem à tona relíquias arqueológicas


Mais de 200 mil peças do Brasil Colônia e Império já foram resgatadas pela equipe de 26 profissionais.

Para além da escova de dentes feita de marfim e osso, de posse atribuída a Dom Pedro II, as escavações arqueológicas nas obras da Linha 4 do Metrô, na região da Leopoldina, já possibilitaram o descobrimento de mais de 200 mil peças dos séculos XVII, XVIII e XIX. Grande parte delas é importada da Europa e pertenceu a nobres ou comerciantes ricos do Rio de Janeiro e até mesmo a membros da Família Real portuguesa.

Em cinco meses de trabalho no terreno da Avenida Francisco Bicalho, ao lado da antiga estação de trem da Leopoldina, a equipe de 26 profissionais – que conta também com historiadores e biólogos – abriu 11 trincheiras, de onde retirou os artefatos. E a previsão, segundo o arqueólogo Claudio de Mello, coordenador da equipe, é de que ainda sejam resgatadas entre 800 mil e um milhão de peças no sítio, quando os trabalhos forem retomados, em 2016.

“Estamos em fase de lavagem e catalogação do material. Podemos estar diante do mais importante sítio arqueológico da cidade”,afirmou Mello, que estima que o Estado do Rio concentre hoje, ao todo, cerca de 30 projetos de arqueologia.

De acordo com ele, aproximadamente 20% das peças estão em excelente estado de conservação. São preciosidades históricas a exemplo de frascos de porcelana ainda contendo líquidos como perfumes e fórmulas medicinais, sem quaisquer fissuras ou lascas, cachimbos com resquícios de cinzas e vários tipos de louças e potes contendo o brasão da Família Real. Até pó dentifrício (anterior à invenção da pasta de dente) da Faculdade de Medicina de Paris e pedaços de calçada pé-de-moleque, o antigo calçamento do Matadouro Imperial de São Cristóvão (1853-1881), foram resgatados.

A explicação para tantas peças interessantes estarem concentradas no mesmo local é que a região da Leopoldina foi, durante décadas, local de descarte de resíduos provenientes do Palácio Real/Imperial, situado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão.

“O Governo do Estado, através da Casa Civil, o MetrôRio e as concessionárias Rio-Barra e Linha 4 Sul foram extremamente profissionais e responsáveis, pois procuraram a nossa equipe de arqueologia no início do trabalho, e elaboramos um projeto em maio de 2012. Quando tivemos autorização do governo federal para começar a trabalhar, a equipe já estava pronta e iniciando a pesquisa histórica. Por este motivo, hoje, em vez de termos só perguntas, já temos respostas para dar”, disse Mello. | . Isabel Kopschitz.

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