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23/11/2007 - 11:27

"Se puxa vai se empurra embola" : a teoria do barbante ou do engajamento

Todo mundo sabe que uma empresa somente prospera se as pessoas estiverem envolvidas com as causas que presidem e movem as suas ações. Entretanto, nem todos percebem as diferenças entre as várias formas existentes de inserção, participação, integração ou comprometimento com essas causas. Mas, com certeza, muito poucos compreendem a diferença entre essas formas de contribuição e o significado do termo engajamento. Tomando-se emprestada a ilustração de um fio de barbante, que quando se puxa ele vai e quando se empurra ele embola, o texto explica a Teoria do Engajamento e seus efeitos na produtividade das empresas.

Quando se pega a ponta do barbante e se puxa o fio, o novelo vai, ele acompanha. E isto não é uma questão de “jeitinho”, força ou poder. Isto envolve a equação CHA = I2. O que quer dizer esse algoritmo? A expressão significa que o produto da competência, da habilidade e da atitude de uma pessoa, conceitos usuais nos sistemas de gestão de pessoas, é igual ao quadrado da intensidade com que se puxa o barbante. É mais do que duplicar, é potenciar a intensidade.

De fato, quando uma pessoa puxa uma idéia ou a causa de uma empresa, a intensidade com que se estica o barbante gera tensão criativa, a energia necessária capaz de reproduzir competência, habilidade e atitude em iguais valores aos encontrados na própria pessoa que puxa e por eles se multiplicam, igualando a equação. E como isso se realiza? É simples, é porque puxar é muito mais do que estar na frente, ter posições na hierarquia. Todos podem puxar, porque não uma questão de força ou poder, mas uma questão de engajamento.

Engajar-se vai além da simples aplicação de suas capacidade, habilidade e atitude. Engajar-se é o posicionamento ético e político de uma pessoa em relação a uma idéia ou à causa de uma empresa. O engajamento provoca a complexa possibilidade humana de reproduzir suas próprias potencialidades pela liberdade que existe dentro das pessoas, a autonomia. Ela é a força que cada um tem de fazer mover ele próprio, que desbloqueia impedimentos, que aumenta e acelera o fluxo das ações. É o gene empreendedor. O engajamento diminui a burocracia e gera ganhos expressivos de produtividade.

Ao se puxar o barbante se produz uma tensão criativa capaz de gerar energias adicionais que se desenvolve em quem puxa e se irradia amplificadamente para todas as outras pessoas a ela relacionadas que facilita mover o que é puxado. É a energia contagiante que uma pessoa é capaz de produzir e que possibilita gerar e transferir competências, habilidades e atitudes para outras pessoas, em igual valor da energia encontrada na própria pessoa e que por ela se multiplica. A física quântica permite essa possibilidade.

Por outro lado, quando se empurra um barbante ele embola. E isto também não é uma questão de posicionamento, de se situar atrás e aplicar trabalho, energia, para fazer algo mover-se. Quando se empurra não há geração de tensão criativa, não há produção de energia suficiente para fazer o fio mover-se corretamente e ele começa a embolar, ele se enrola e se superpõe, não cria liberdade e consistência. Isso ocorre quando não há engajamento. Assim, o empurrão além de não gerar energia, desperdiça o estoque existente, enrola e produz burocracia. E desperdício e burocracia são caros, custam dinheiro e diminuem a produtividade.

Em resumo, somente haverá engajamento quando existir um posicionamento ético e político de uma pessoa em relação a uma idéia ou a uma causa. É essa verdade que produz tensão criativa, a vontade livre e consciente, autônoma, que reduz obstáculos, acelera movimentos e gera ganhos incrementais. É por isso que engajamento não é a mesma coisa que inserção, participação, integração ou comprometimento. Ultrapassa todos esses limites, pois não é uma obrigação, é um ato de liberdade que surge lá dentro da consciência de cada pessoa.

. Por: José de Moraes Falcão é economista e engenheiro econômico pela Universidade Católica de Pernambuco, com especialização em Planejamento Regional e Uso do Solo, pela Universidade Técnica de Berlim, Alemanha, Análise Econômica de Mercado, pela Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, além de cursos com foco em Gestão de Negócios, pela Fundação Dom Cabral, Minas Gerais, e Insead, França. Atuou nas áreas de desenvolvimento regional, planejamento estratégico e na área de pequenos negócios.

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