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11/10/2013 - 09:41

Bojanic: Brasil deve responder por 40% da expansão na produção mundial de alimentos até 2050


Alan Bojanic, da FAO: ‘Até 2050, o Brasil deve responder por 40% do crescimento na produção mundial de alimentos’

Em 2009, a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) divulgou relatório sobre o desafio do uso de terras e água, que estipulou em 70% o aumento da produção global de alimentos para alimentar o mundo em 2050. Na ocasião, o órgão lançou um desafio: como poderemos alimentar o planeta com 9 bilhões de habitantes em 2050? Desde então, as atenções estão voltadas para o cumprimento desse objetivo.

Para debater esse desafio, aconteceu no dia 10 de outubro (quinta-feira), em São Paulo (SP), o V Fórum Inovação Agricultura e Alimentos. O evento foi promovido pela Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal) em parceria com a FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), Abag (Associação Brasileira de Agronegócios) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Google, TNC (The Nature Conservancy), e do Instituto Todos pela Educação.

De acordo com Alan Bojanic, representante da FAO/ONU (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), apesar dos avanços, ainda existem 852 milhões de pessoas em condição de subnutrição. Ele afirma que, além da produtividade mundial não crescer na mesma proporção da demanda de alimentos, a elevação da renda tem puxado o consumo, os problemas climáticos estão aumentando e os custos de energia estão cada vez mais altos.

Neste contexto, ele afirma que o Brasil se destaca como fornecedor de alimentos e conhecimento. “Até 2050, o país deve responder por 40% do crescimento na produção mundial. O aumento da produtividade é uma necessidade, assim como encontrar novas fontes de alimentos, além de evitar o desperdício”, observa ele, que defende a criação de um grupo estratégico de pensadores dobre o papel do Brasil nesse futuro.

Bojanic considera importante ajudar os países da África, onde uma em cada quatro pessoas sofre de insegurança alimentar. De acordo com a FAO, 842 milhões de habitantes do mundo estão nessa situação.

Segundo o representante da FAO, 90% do aumento de produção devem vir de investimentos em produtividade, com uso mais eficiente da terra. “Caso o índice atual de produtividade seja mantido, serão necessários mais 200 milhões de hectares dedicados à agricultura para dar conta da demanda global”, prevê. Ele lembra que o Brasil possui cerca de 15% das florestas do mundo, e há muita terra degradada que precisa ser reconvertida para agricultura.

Maurício Lopes, presidente da Embrapa, diz que criação da entidade foi uma ‘revolução’ na agricultura

Maurício Lopes, presidente da Embrapa, ressalta duas revoluções ocorridas na agricultura brasileira. A primeira delas foi a criação da Embrapa, há quatro décadas, quando o Brasil sequer produzia alimentos para a população. “Em 1960, o país era conhecido como exportador açúcar e café e ainda importava alimentos básicos. As exportações, no total de 40 itens, rendiam cerca de oito bilhões”, diz.

A outra revolução, atual, de acordo com Lopes, é a da integração dos sistemas sustentáveis. Nesse sentido, ele aponta desafios de maior grandeza, entre eles, mudanças climáticas, como lidar com as perdas de alimentos, mudar o paradigma da cura para prevenção. “Para isso, precisamos de três coisas: inteligência, conhecimento e relacionamento”, resume.

Na opinião de Suelma Rosa, representante da ONG TNC, o produtor rural deve receber incentivos econômicos para ter acesso a tecnologias que promovam a sustentabilidade da produção. Ela também destacou a importância de expandir área agricultável, de forma planejada, identificando áreas de alto valor de conservação e alto valor de produção.

Roberto Rodrigues, presidente da Academia Nacional de Agricultura, da SNA, e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV (Fundação Getúlio Vargas), sugeriu a formação de um grupo de países produtores, chamado GP, para o desenvolvimento de políticas públicas globais para a produção de alimentos, coordenado pela FAO e da OMC (Organização Mundial do Comércio). “Formado por países que têm terra, tecnologia e gente”, explica.

Durante o evento, foi realizada a Homenagem à Revolução Verde, que destacou dez personalidades que contribuíram para o agronegócio brasileiro. Foram eles: Alfredo Sheid Lopes, Alyson Paolinelli, Cacilda Borges do Vale, Edson Lobato, Eliseu Alves, Fernando Penteado, Helena Lage, Herbert Bartz, Roberto Rodrigues e Romeu Kiihl. |.Equipe SNA/SP.

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