Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

16/10/2013 - 08:54

Carreira x maternidade: mães devem manter networking ativo, mesmo fora do mercado

Uma pesquisa divulgada por uma companhia de recrutamento indicou que 53% das profissionais que engravidam deixam o mercado de trabalho para se dedicar ao filho. Dessas, 18,6% não voltam ao mercado de trabalho. Um quarto das profissionais (25,8%) leva entre um a dois anos para retomar a vida corporativa. Luiz Concistré, autor do livro Consultoria: uma opção de vida e carreira (Ed. Elsevier), afirma que a profissional que deseja retornar ao mercado de trabalho deve saber planejar essa “volta”.

“O mercado de trabalho brasileiro é bastante complexo e coloca uma série de obstáculos, quer para quem está atuando, como para quem ficou um tempo afastado. As oportunidades de trabalho no Brasil são reais, porém sua visibilidade para quem está procurando é muito baixa. Somente uma parte dessas oportunidades está nos chamados "sites de emprego" ou na mão de recrutadores profissionais. Nosso mercado funciona fortemente com base na rede de relacionamentos. É preciso elaborar um plano que envolva a formatação de uma oferta clara ao mercado, a fixação de um mercado alvo, e montagem de uma estratégia para colocar a rede de relacionamento a serviço do seu objetivo. Chamo isso de “fazer o currículo do futuro”, não aquele que conta o passado, mas de uma mensagem do que a profissional pode fazer pela organização no futuro. É um movimento ativo, porém baseado no resgate de suas principais competências e aptidões pode trazer resultados com menos desgaste do que o bater de porta em porta”, explica o especialista.

Muitas mulheres que passam por essa situação optam por fazer cursos durante e depois da gestação. Para Concistré, essa é uma boa opção para as profissionais se atualizarem. “Porém, devemos ser criteriosos. As mães devem lembrar que cursos também são um negócio e pulam em ofertas a torto e a direito, valorizando de forma exagerada suas virtudes. É preciso ter cautela na escolha, buscar referências de quem está trabalhando, certificar-se de que o investimento não será em vão. Os cursos também podem ser uma boa forma de ampliar sua rede de relacionamentos”, comenta.

O especialista também citou os fatores que dificultam o retorno da mulher ao mercado de trabalho. “Ressalto um fator que é o perigo da rede de relacionamentos profissional. A desatualização com relação ao que está acontecendo no mercado e nas empresas pode ser uma dificuldade, facilmente superável se a pessoa não tiver pressa e condicionar sua recolocação a um movimento inicial de sondagem e reaproximação com o mercado. Pode ser um bom motivo para reativar a rede: atualizar-se! Além disso, acredito que haja preconceito por parte das empresas. Como atenuante temos que entender também o outro lado. Um recrutador é uma pessoa que também está sobre pressão: ele precisa achar a pessoa certa para a posição e mais, ter confiança que essa pessoa “entre jogando”, pois hoje as empresas tem pressa e, poucas são aquelas dispostas a investir ou esperar que o empregado se desenvolva. É quase natural que alguém que ficou parado por um tempo entre na disputa em desvantagem para aquele que está no jogo. Novamente voltamos à questão da rede de relacionamento e na necessidade de ter uma oferta bastante clara, capaz de fazer diferença, além da habilidade de “vender” essa ideia para quem pode decidir estrategicamente”, acrescenta.

Para o consultor, o dilema entre maternidade e carreira afeta muitas pessoas pois, nesse caso, o país não oferece proteção à profissional. “Ao contrário dos países do primeiro mundo onde as leis protegem de fato o empregado, preservando suas escolhas pessoais, aqui em nosso país isso recebe pouca ou nenhuma atenção. Criar mecanismos que suportem de forma adequada as questões familiares de seus empregados, infelizmente ainda é raro, muitas empresas encaram isso como custo a ser evitado e não como investimento. É o preço do atraso que deve ser pago por todos nós. Para a profissional-mãe resta a saída de planejar cuidadosamente todo o seu movimento, assegurando que o direito à maternidade não lhe afete o também direito ao trabalho”, finalizou.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira