Frota de caminhões do Estado do Rio será renovada

Programa do governo voltado a caminhoneiros, transportadoras e frotistas prevê substituição de 40 mil caminhões em cinco anos.

O Programa de Incentivo à Modernização, Renovação e Sustentabilidade da Frota de Caminhões do Estado do Rio de Janeiro começou a sair do papel. Os primeiros resultados do Programa foram apresentados hoje pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, em cerimônia realizada no dia 23 de outubro (quarta-feira), na fábrica de caminhões da MAN Latin America, em Resende.

O Programa, elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, tem como objetivo reduzir a idade média da frota de caminhões do Estado, que hoje é de 17 anos – maior do que a média nacional, de 16 anos – para pelo menos 12 anos até 2018. A redução poderá ser obtida com a substituição de até 40 mil veículos, dos quais 20 mil zero quilômetros. Hoje o Estado do Rio possui 137 mil caminhões, sendo 51% desse total com idade acima de 20 anos.

As primeiras 200 unidades serão adquiridas pela empresa de logística e transportes JSL e pelo Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro.

Para participar do Programa, o proprietário do caminhão, ou frotista, entrega o caminhão antigo (com mais de 20 anos de idade) para uma empresa recicladora, certificada pelo Instituto de Pesos e Medidas (IPEM). As siderúrgicas Votorantim e Gerdau foram as duas primeiras a serem habilitadas. É preciso destacar que o caminhão deverá estar plenamente regularizado de acordo com as normas vigentes do Detran.

O caminhão antigo será comprado pelo valor da tonelada da sucata gerada. No caso das duas recicladoras certificadas, essa sucata será destinada ao processo de produção do aço. O proprietário do caminhão receberá, então, um certificado no valor do caminhão que o habilita a participar do Programa.

Além de abater o valor do caminhão, o proprietário terá isenção do ICMS, hoje de 12%, na compra de caminhões novos produzidos no Estado do Rio de Janeiro. Além disso, o governo vai conceder um segundo beneficio ao comprador: um crédito dividido em 48 parcelas, equivalente aos 12% do valor do caminhão novo, para ser abatido do ICMS a ser pago pelo contribuinte sobre as atividades do caminhão.

“A medida favorece indiretamente o caminhoneiro que não quiser comprar um veículo novo, porque ele pode vender diretamente para um frotista e com os recursos comprar um seminovo. Na verdade o benefício cria essa demanda por caminhões velhos inexistente hoje em dia”, avaliou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno.

Entre os principais benefícios que o Estado terá com a adoção desse programa está a redução das emissões de gases nocivos à saúde. Os caminhões zero quilômetro emitem 20 vezes menos partículas do que os antigos.

Além disso, destacou o secretário Julio Bueno, há também um impacto positivo no trânsito do Estado, já que caminhões antigos prejudicam o tráfego, causam acidentes e diminuem a produtividade de alguns setores. “Há ainda a expectativa de uma melhora expressiva no desempenho do segmento automotivo e de transportes como resultado desse Programa, já que a venda de caminhões novos, e mesmo usados mais novos do que os que rodam hoje, podem movimentar a economia, gerando mais empregos e melhor renda”.

O projeto faz parte do Programa Rio Capital da Energia, que entre seus principais pilares, prevê a redução de emissões. “Queremos que o Estado do Rio de Janeiro se torne um exemplo para o Brasil de sustentabilidade na frota de caminhões que circulam por suas estradas”, disse o governador Sérgio Cabral Filho.

Investimentos - A MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen, anunciou na cerimônia de ontem que vai investir R$ 1 bilhão no estado até 2016. O ciclo de investimentos foi confirmado pelo presidente Roberto Cortes. Junto com o governador, o executivo assinou acordo que assegura incentivos fiscais e financiamentos com taxas atrativas para o desenvolvimento de novos produtos e ampliação da capacidade produtiva em Resende nos próximos anos.

“O Governo do Rio de Janeiro é nosso parceiro nesse período de investimentos em Resende. É uma sequência a outro ciclo de igual valor que realizamos entre 2008 e 2011, e aumentará a geração de renda que promovemos na região desde novembro de 1996, quando inauguramos nossa fábrica no estado”, disse Cortes.