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Canadá e EUA são os principais importadores do Brasil

Brasília - O vizinho ficou mais distante na hora de exportar. Segundo a pesquisa 'As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira - 1998/2005', divulgada nesta segunda-feira (11), os países do Mercosul perderam espaço para o Canadá e os Estados Unidos na lista dos principais destinos das vendas externas brasileiras, independentemente do porte da empresa.

Entre as microempresas, os dois mercados do Norte representaram 22,8% das vendas externas em 2005, enquanto nas pequenas a fatia foi de 24,9% e nas médias e grandes empresas ficou em 20,7%. O peso dos consumidores canadenses e americanos, no entanto, foi maior para as exportadores de micro e pequenas empresas especiais (29,7%) - assim chamadas aquelas que apresentam alto faturamento com menos postos de trabalho.

De qualquer forma, não se pode subestimar a importância do Mercosul para as exportações brasileiras, sobretudo por ser o destino mais fácil, devido às facilidades de idioma e a proximidade geográfica. Para muitas firmas brasileiras, negociar com a Argentina, por exemplo, representa uma porta de entrada para o mercado externo, em que aos poucos vai se acumulando experiência e segurança. Vale como um verdadeiro estágio.

Não é por acaso que o segundo destino mais importante para as microempresas em 2005 foi justamente o Mercosul, respondendo por quase 20% das exportações, seguido pelos países da União Européia (17%) e pelos demais países da América Latina (16%). O cenário muda um pouco com relação às pequenas exportadoras, em que o processo é inverso, isto é, o segundo lugar é ocupado pela União Européia (21,8%). Em seguida praticamente empatam o Mercosul (15,7%) e o restante da América Latina (15,1%).

E o peso da Ásia? Nas micro e pequenas empresas a região não passa do quinto lugar. Mas nas micro e pequenas empresas especiais, os países do Oriente representam o segundo destino mais importante (19,7%). Já nas médias e grandes empresas, os países asiáticos ocupam o terceiro destino exportador (15,4%), atrás dos Estados Unidos e Canadá (20,7%), como foi dito acima, e empatando com a União Européia (20,8%).

Madeira e calçados - No mercado externo, a pequena empresa vende de tudo. A variedade é tão grande que a maioria dos produtos não se classifica em grupos específicos. Mesmo assim, quase 20% das vendas externas em 2005 são formados por cinco itens. Entre as microempresas destacam-se madeira serrada ou fendida (6,4%), calçados (3,9%), móveis (3,5%), vestuário (3%) e peças de mármore e granito (2,9%).

O perfil é bem semelhante ao das pequenas exportadoras, em que cinco produtos representam 24,5% das vendas. A lista é encabeçada por madeira (8,2%), seguido de móveis (5,8%), mármore e granito (4,6%), calçados (3,5%) e madeira compensada (2,5%). O cenário, portanto, é completamente diferente do universo das chamadas micro e pequenas especiais, cujos principais produtos são café (14,5%), soja (8,9%), açúcar (6,9%), minério de ferro (5,6%). Ou seja, com perfil semelhante ao das médias e grandes firmas.

Paulistas, gaúchos e catarinenses - Mas essa gama de produtos se concentra em poucos estados brasileiros, já que mais de 70% do valor total exportado pertencem a São Paulo (US$ 38 bilhões), Minas Gerais (US$ 13,5 bi), Rio Grande do Sul (US$ 10,4 bi), Paraná (US$ 10 bi), e Santa Catarina (US$ 5,5 bi), onde se encontram 90% do número de micro e pequenas empresas exportadoras.

Se fizermos uma classificação com foco nos valores exportados das micro e pequenas empresas, percebemos que São Paulo continua líder (5.068 micro e pequenas empresas que exportam US$ 1 bilhão). Em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul (com 1.919 empresas, que respondem por US$ 366,5 milhões).

Santa Catarina ocupa a terceira posição, com 1.292 empresas de micro e pequeno porte, que alcançam a cifra de US$ 330,7 milhões. Proporcionalmente, é o Estado mais representativo. Na quarta casa figura o Paraná (1.215 exportadoras, que geram US$ 279,6 milhões), seguido por Minas Gerais (1.086 empresas vendendo US$ 210,3 milhões).

Não é novidade a importância desses estados para as exportações das micro e pequenas empresas, pois eles já se destacavam nas pesquisas anteriores. Mas é surpreendente o peso de alguns estados da Amazônia Legal, como o Pará e o Mato Grosso, que ficam em sétimo (US$ 154,9 milhões) e oitavo lugar (US$ 84,7 milhões), respectivamente.

Superam, portanto, o Rio de Janeiro (US$ 84,3 milhões), que ocupa o nono lugar, apesar de ter mais empresas de micro e pequeno porte do que o Pará. Isso evidencia o quanto o Rio só se destaca como o quinto Estado no ranking geral por causa das médias e grandes exportadoras de petróleo e derivados. Quanto ao Nordeste, o melhor desempenho é o da Bahia (em 10º lugar com US$ 76,7 milhões).

Para o economista da Funcex Fernando Ribeiro, as micro e pequenas empresas precisam se preparar mais para enfrentar as dificuldades típicas da exportação. "Não se pode deixar que a variação do preço do dólar, por exemplo, interfira tanto no desempenho, pois é um problema inevitável e previsível. É fundamental que haja políticas que estimulem a pequena empresa a fazer planejamentos de longo prazo e conhecer melhor o mercado internacional".| Por: Alessandro Santos

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