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24/10/2013 - 10:12

Empresas estatais: reajustes de preços e a governânça corporativa

A governança corporativa brasileira expressa a grande distância social e econômica entre as classes sociais. Assim, as empresas, mesmo tendo seus capitais fragmentados entre milhares de acionistas, os majoritários ainda se consideram proprietários e não dão voz aos demais stakeholders.

Mas o problema não fica apenas no setor privado, pois as empresas de economia mista (capital público e privado) como a Petrobrás, Banco do Brasil entre outras democratizam o capital, mas não as decisões. Essas empresas são administradas como propriedades exclusivas do Estado, mesmo sendo seu capital acionário composto de dezenas de milhares de pequenos acionistas. É bom lembrar que milhares de trabalhadores foram incentivados a adquirirem ações da Petrobrás utilizando o FGTS, tornando-se, portando, novos atores corporativos. Entretanto, as decisões políticas com relação aos preços dos combustíveis para não afetar a política de combate a inflação, resultaram em perdas significativas, implicando na redução do patrimônio da empresa e de uma multidão de pequenos acionistas. Isso sem contar as decisões estratégicas de expansão internacional que comprometeram seriamente o patrimônio da empresa.

Como se trata de uma empresa em que vários stakeholders estão envolvidos a decisão não poderia ser exclusiva do acionista majoritário. Ao emitir ações Ordinárias e Preferenciais para captar recursos sem custo no mercado, a empresa teria a obrigação de ouvir todos os demais envolvidos.

Enfim a questão da governança corporativa no Brasil é ainda uma questão que merece debate, pois a cultura de nossas elites de raízes oligárquicas é uma barreira séria para a democratização das corporações, mesmo daquelas que captam bilhões de reais no mercado acionário através de pequenos investidores. É preciso que todos se convençam de que empresas com governança transparente, que respeitam todos os seus stakeholders podem aumentar o seu valor de mercado. O “Novo Mercado” representa uma luz no fim do túnel, valorizando empresas em que as decisões são tomadas em auditórios públicos e não em gabinetes e salas de visita.

. Por: Renato Ladeia, Prof. Estratégia Empresarial do Centro Universitário da FEI.

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