Bradesco: bom resultado com ressalvas, aponta BB Investimentos

“Atualizamos nosso preço alvo, que se encontrava em revisão, para R$ 36,80 ao final de 2014, com rating Market Perform e upside de 12,9% sobre o preço de fechamento de 21/10/2013. O Bradesco abriu a temporada de divulgação de balanço dos bancos com resultado positivo, onde o lucro líquido no 3T13 alcançou R$ 3.082 milhões, em linha com nossa estimativa (+0,4%) e com o ROAE avançando de 17,4% no segundo trimestre de 2013 para 18,5% no terceiro trimestre de 2013. Os destaques positivos do resultado foram: (a) queda pelo quinto trimestre consecutivo, e acima de nossas expectativas, na despesa de PDD (-6,9% T/T); (b) retomada do crescimento da carteira de crédito; e (c) queda no índice de inadimplência. Os pontos negativos foram: (a) ajuste contábil de marcação a mercado na carteira de títulos pré-fixados cadastrados como disponíveis para venda, que provocou a redução do resultado não realizado em quase R$ 2 bilhões; e (b) nova revisão do guidance de margem financeira”, analisou Nataniel Cezimbra,do BB Investimentos .

Crédito: retomada do crescimento -”A carteira de crédito do Bradesco, excluindo avais e fianças, apresentou evolução de 9,6% A/A com destaque positivo para: (a) financiamento imobiliário (+29,0% A/A) e crédito pessoal (+24,2% A/A) no segmento de pessoa física e (b) financiamento imobiliário PJ (+25,4% A/A) no segmento de pessoa jurídica. O ritmo de crescimento da carteira voltou a acelerar no 3T13, após queda verificada no trimestre anterior, porém, o spread médio da carteira ainda está em queda, pois o crescimento está concentrado em linhas com spreads menores e por consequência, de risco menor. Para o próximo trimestre esperamos que o ritmo de crescimento da carteira se acelere. Índice de inadimplência em trajetória de queda. A inadimplência (NPL 90) continuou sua trajetória de queda, encerrando o período em 3,6% (-10bps T/T), beneficiada pela retração da inadimplência no indicador das linhas de pessoa física, que passou de 5,5% no segundo trimestre de 2013 para 5,2% no terceiro trimestre de 2013.. No segmento de PME a inadimplência permaneceu em 4,0%, mesmo patamar do trimestre anterior, enquanto no segmento de grandes empresas, apresentou alta de 20 bps, encerrando o trimestre em 0,4%”, continuou.

Receita de serviços e despesas operacionais- “A receita de serviços ficou praticamente estável, impactadas pelo pior desempenho nas receitas de banco de investimento, em relação ao trimestre anterior. No comparativo com o terceiro trimestre de 2012, o crescimento da receita de serviços foi de 12,1%. As despesas de pessoal avançaram 7,3% em 12 meses, impactadas pelo ajuste salarial, enquanto as despesas administrativas avançaram 1,9% e apresentaram crescimento abaixo da inflação no período. O índice de eficiência operacional avançou 90 bps e ficou em 44,4% no terceiro trimestre de 2013”, concluiu o analista.