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29/10/2013 - 08:36

Partir


Paula Parisot lança Partir, romance que questiona rumos, partidas e frustrações.

Um homem de meia idade, sem família, que já fez de tudo – foi garimpeiro, muambeiro, pescador, taxista, revisor de texto e até jogador de futebol –, mas cuja grande responsabilidade é cuidar de seu marreco branco, decide se lançar em uma viagem vertical rumo ao desconhecido. Mesmo cansado da vida, tendo a jornada como objetivo único, o cativante narrador de Partir, terceiro livro de Paula Parisot, lançamento da editora Tordesilhas, empolga o leitor em um detalhado relato de sua aventura. Escrito com imaginação e uma linguagem que retém o caráter sensual das obras anteriores da autora, o romance levanta questionamentos sobre rumos, partidas, amor, frustração e a vida – tanto a vivida como a imaginada.

O protagonista pega emprestado um carro, deixa o marreco com um amigo e parte. Inicia o trajeto pelo Uruguai, seguindo por Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia. No caminho, dá carona a um assassino de obesos, tem contato com guerrilheiros das Farc, faz amizade com um traficante de arte pré-colombiana, encanta uma astróloga e vive uma turbulenta paixão com uma adolescente que já matou por amor – sempre acompanhado de muita bebida e das iguarias locais.

“A minha viagem não é somente uma viagem ao Alasca, é também uma viagem gastronômica, e eu não consigo evitar que seja ainda uma viagem interior. Posso falar de comida, de alegria, de sofrimento, de amor, afinal isso é a vida do homem”, afirma o narrador em determinado momento. Com isso, criando cenários pouco comuns na ficção brasileira contemporânea, Paula Parisot também oferece ao leitor um vislumbre cultural e humano de nossos vizinhos.

Escrito ao longo de quatro anos, a edição conta com desenhos feitos por Paula utilizando carvão, grafite e nanquim. “O desenho me liberta como se, à medida que eu fosse traçando as linhas, nascesse uma árvore dentro de mim, enquanto escrita é um jardim que preciso podar, burilar, escolher as flores e ver quais se harmonizam melhor com o ambiente. E, quando o jardim fica pronto, minha satisfação é incomparável”, afirma. E o jardim de Paula Parisot em Partir consegue manter o leitor atento e ansioso com as peripécias do seu narrador.

Partir é o terceiro livro da autora, que publicou A dama da solidão (2007), coletânea de contos finalista do Prêmio Jabuti, e o romance Gonzos e parafusos (2010), para o qual criou uma performance que durou sete dias e seis noites. Em novembro a obra Partir será lançada no México pela editora Cal y Arena.

Performances - Além da palavra, Paula, artista múltipla, se utiliza de outras artes para se expressar e criar seu universo ficcional. Partir ganhará uma série de quatro performances, por meio das quais a autora pretende discutir o processo de criação de um livro e o modo como ele pode adquirir múltiplos significados.

Para a autora, antes de o livro ganhar forma, ele é uma história que só existe na imaginação do seu autor. “Depois de pronto, é o seu conteúdo, o que o foi escrito que pode ser alterado ad infinitum. O livro é também um objeto feito de papel, de uma matéria orgânica como a nossa pele, que pode ser tocada, acariciada, amassada, machucada, cortada, aniquilada e que como a gente envelhece. E há ainda o livro do leitor, que é aquilo que é lido de maneira diferente por cada um de seus leitores, e uma pessoa, ao reler um mesmo livro, poderá descobrir novos significados”, acredita.

A série de Performances que faz parte da obra “Partir” é dividida em quatro partes:Performance 1 – O significado de Partir (vídeo-performance, agosto de 2013): Na companhia de um marreco branco, importante personagem do livro, Paula narra a história de Partir tal como ela se lembra. A narrativa começa às 11 da noite e vai até o raiar do dia. No entanto, enquanto vemos imagem da autora falando, não é possível ouvir a sua voz, pois tal voz está no texto, na palavra escrita, e não em sua fala. A direção de fotografia do vídeo é assinada por Gui Mohallem, e de arte, por Carolina Beltier.

Performance 2 – “Partir, o objeto” (6 de dezembro de 2013): A segunda performance está programada para acontecer no México, durante a Feira do Livro de Guadalajara, quando Partir será lançado em espanhol. Com um longo vestido criado pelo grupo vanguardista nova-iorquino Threeasfour, Paula sentará no chão de um matadouro. Durante toda a performance ela irá furar – ininterruptamente –, com as mãos, o papel, a capa e tudo o que está impresso no romance Partir.

Performance 3 – “Partir, o conteúdo” (março/ abril de 2014): Esta performance acontecerá no Rio de Janeiro, durante 15 dias. Paula se sentará no chão com o livro Partir nas mãos, à mercê das intempéries do tempo, para reescrever e reeditar o que já foi impresso e comercializado. Servirá como uma investigação do processo da escrita, do conteúdo e do trabalho do escritor como um todo.

Performance 4 – “Partir, o leitor”: Ainda sem data e local definidos, a ideia desta performance é que Paula fique ajoelhada em frente a um exemplar da obra enquanto pessoas poderão escolher uma página do livro para fazer o que bem entenderem – ler, rasurar, rabiscar, rasgar, alterar. Paula permanecerá ajoelhada, apenas observando, até que o livro chegue ao fim.

A autora - Paula Parisot nasceu no Rio de Janeiro e se graduou em desenho industrial pela PUC. Cursou mestrado em Belas Artes na New School University, em Nova York. Além de Partir, é escreveu A dama da solidão (Companhia das Letras, 2007), livro de contos finalista do prêmio Jabuti 2008, e o romance Gonzos e parafusos (Leya, 2010). Seus contos já foram publicados nos Estados Unidos, na Colômbia, na Dinamarca, na Venezuela e no México.

.Partir | Autor: Paula Parisot | Desenhos: Paula Parisot | Gênero: Romance | ISBN: 978-85-64406-71-1 |Formato: 16 x 23 cm 280 Páginas | Preço: R$ 48,00 |Acabamento: capa dura | 1ª Edição, 2013.

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