Projetos de biorrefinaria devem melhorar a competitividade da indústria de celulose e papel

Segundo a Pöyry, novas tecnologias já são economicamente viáveis, com redução de custos de produção, mais flexibilidade nas plantas e diversificação do portfólio de produtos

As discussões sobre as oportunidades de negócios que a indústria de celulose e papel pode obter a partir do desenvolvimento do setor de biorrefinaria vêm se intensificando no momento em que o mercado busca alternativas para garantir a competitividade frente à concorrência. Para a Pöyry - multinacional finlandesa líder mundial em serviços de engenharia e consultoria para o setor de celulose e papel -, as tecnologias de biorrefinaria são alternativas não só para substituir o uso de combustíveis fósseis e extrair bioprodutos, mas também como forma de flexibilizar a produção de biomassa com base na volatilidade dos mercados e na produtividade.

“A indústria de base florestal é hoje uma das mais diversificadas, e novos processos de biorrefinaria podem permitir que as empresas façam mudanças em seu portfólio de produtos de acordo com as condições do mercado, ampliando os lucros de todo o ciclo de vida de um mesmo investimento”, explicou Esa Sipilä, consultor sênior da Pöyry, durante café da manhã realizado este mês, em São Paulo, por ocasião do ABTCP 2013 – 46º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, e que contou com a presença de cerca de 100 executivos do setor.

Nesse sentido, uma das tecnologias que mais chamam a atenção é a produção de hemicelulose por meio de um processo chamado pré-hidrólise, que permite a uma planta produzir diferentes tipos de celulose em uma mesma linha. Dessa forma, a indústria é capaz de se adaptar às condições de mercado sem ter que fazer novos investimentos. “Uma unidade produtiva que agregue a pré-hidrólise absorveria, em média, investimento 5% superior a uma planta padrão. Isso torna o projeto economicamente viável no curto prazo”, enfatizou o executivo.

Ele ponderou que, apesar de o crescimento da demanda por energia renovável, em função das mudanças climáticas, ser o principal fator que tem incentivado o desenvolvimento de novas tecnologias de biorrefinaria, a competitividade do mercado também vem exercendo influência sobre essa área. “O Brasil já dispõe de oportunidades para curto e médio prazo, como a aplicação da biorrefinaria para substituir o uso de combustíveis fósseis nas fábricas, implantação de fábricas flexíveis nas quais uma mesma linha é capaz de produzir diferentes tipos de celulose e a produção de materiais lignocelulósicos”, acrescentou, ao destacar que futuras biorrefinarias poderiam mitigar parte de seus riscos justamente por meio de sua flexibilidade de produção.

Sipilä contou que, a partir da separação da lignina – subproduto do processo de fabricação da celulose – é possível se obter biocombustíveis e diferentes matérias-primas para a produção de resinas, termoplásticos, entre outros. Já a nanocelulose é utilizada pela própria indústria de celulose e papel, pelo setor de óleo e gás e ainda como aditivo para tintas, pigmentos e adesivos. A biorrefinaria abrange ainda o refino de óleo para produção de biodiesel, a gaseificação da biomassa e a queima de resíduos para geração de vapor e energia elétrica – que podem não só garantir a autossuficiência de uma planta de celulose, como também gerar excedente a ser comercializado.

Pöyry [www.poyry.com.br]-A Pöyry é uma empresa global de consultoria e engenharia, dedicada a um modelo de sustentabilidade equilibrada – balanced sustainability – e gestão responsável. Com atuação focada em qualidade e integridade, oferece aos clientes serviços de excelência em consultoria, soluções completas, design e supervisão. A ampla experiência da empresa abrange os segmentos de energia, indústria, urbanismo e transporte, água e meio ambiente.

Empresa de capital aberto, com ações na Bolsa de Helsinque, a Pöyry vem registrando crescimento médio de 12% ao ano nos últimos dez anos. Em 2012, obteve faturamento de 775 milhões de euros.

No Brasil, a Pöyry iniciou atividades em 1974, tendo criado a sua subsidiária brasileira em 1999. Com uma posição de liderança na área de engenharia, a Pöyry aumentou o seu escopo de atuação no ciclo de vida completo do investimento, ingressando ainda mais nas áreas de consultoria e gerenciamento de projetos, além dos serviços de engenharia de fábrica. Atualmente, a Pöyry conta com mais de 850 colaboradores no País e atende mais de 50 diferentes clientes de diversos setores.