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31/10/2013 - 08:52

A importância da pesquisa clínica

Você sabe o que há em comum entre um perfume, o câncer, um alimento, a AIDS, lentes de contato, cosméticos, próteses, um novo método de ensino ou um remédio? A Pesquisa. Sim, é isso mesmo, para tudo o que se destina ao uso de seres humanos é imprescindível que sejam feitas pesquisas de qualquer natureza em qualquer área do conhecimento, cuja aceitação não esteja ainda consagrada na literatura científica. Pesquisa, ensaio ou estudo clínico são as várias denominações utilizadas para designar todo processo de investigação científica envolvendo seres humanos. Como resultado desse processo, os investigadores clínicos poderão alcançar novo conhecimento científico acerca de medicamentos, procedimentos ou métodos de abordagem de problemas que afetam a saúde do ser humano.

Infelizmente, há uma desinformação generalizada sobre o que é, para que serve, riscos, benefícios, deveres e direitos dos pesquisados. Outro problema é a incapacidade e imperícia profissional, formação inadequada e inaptidão de muitos pesquisadores, o que compromete sobremaneira o resultado de pesquisas clínicas, sejam em animais ou humanos. Não estamos afirmando que são todos, porém é preciso profissionalizar o segmento. A qualidade de muitos dos Centros de Pesquisa brasileiros, de algumas indústrias ou ainda das chamadas Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (ORPCs) ou CRO (em inglês) ainda não é a ideal, nem atingiu a qualidade e os princípios éticos de excelência.

Além de cumprir as exigências do Ministério da Saúde e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a execução de uma pesquisa com seres humanos deve transcorrer dentro dos padrões Bioéticos e normas técnicas. O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos voluntários, que por si ou seus representantes legais manifestem sua anuência à participação.

Entretanto, é preciso estar consciente de que todo estudo envolve riscos e que um eventual dano pode ser imediato ou tardio, comprometendo ou não o indivíduo ou a coletividade. Mesmo em se considerando riscos potenciais, as pesquisas são necessárias e admissíveis quando podem gerar conhecimentos, prevenir, diagnosticar ou tratar de problemas que afetem o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida do ser humano, ou cujo risco se justifique pela relevância do benefício almejado. Os aspectos éticos e legais da pesquisa clínica devem ser rigorosamente seguidos e observados. Engana-se, portanto quem pensa que somente os animais correm riscos, quando participam de estudos científicos. Lamentavelmente, por absoluto desconhecimento, ilogismo ou interesse, a população leiga é induzida ao erro emocional, às reações exacerbadas ou até ao surto coletivo.

A bula de um medicamento leva até 10 anos de pesquisas para ser elaborada.

Só para esclarecer, a recomendação para o uso de qualquer medicamento provém de pesquisa clínica e possui um médico como responsável. As informações indicadas em uma bula de remédio decorrem também de pesquisas clínicas realizadas durante mais de 10 anos. A população leiga precisa tomar conhecimento sobre a importância do trabalho de pesquisa e dos voluntários à pesquisa clínica, que são monitorados o tempo todo e precisam estar compromissadas com todas as etapas, exigências e obrigações da pesquisa, bem como terem consciência do processo a que serão submetidos.

. Por: Dra. Greyce Lousana, Presidente Executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC), Bióloga, Médica Veterinária e Diretora da Invitare.

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