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02/11/2013 - 09:26

Cervejas artesanais de Juiz de Fora chegam ao mercado

Pequenas cervejarias conseguem registro para expandir produção e comercialização das marcas.

Duas cervejarias artesanais de Juiz de Fora, Artezannale e Barbante, conseguiram o registro das bebidas e das plantas de produção junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Até o final deste ano, outras três marcas do município da Zona da Mata mineira devem conseguir o registro, que amplia mercado para as marcas e possibilita a expansão dos negócios.

A formalização das cervejarias é desdobramento de um trabalho de profissionalização do setor, apoiado pelo Sebrae desde 2011. O projeto atende cinco cervejeiros, três deles empresários que já tinham atuação comercial no município. “Eles produziam a cerveja informalmente, para o consumo de amigos. Com o projeto perceberam que estava na hora de dar uma arrancada e decidiram investir”, conta Marcelo Rother, analista do Sebrae.

Das cinco cervejarias, nenhuma tinha registro no Mapa. Em pouco mais de cinco anos o projeto lançou Juiz de Fora como polo de produção de cerveja artesanal de qualidade. Também contribuiu para a criação de um roteiro das cervejarias, incluindo a elaboração de um guia para divulgar a história da atividade e as empresas aos moradores e turistas.

Tradição centenária - Apesar de ter ganhado força há pouco mais de cinco anos, a atividade cervejeira em Juiz de Fora remonta ao século XIX, com a instalação da primeira cervejaria de Minas Gerais no município. O negócio pertenceu a Sebastian Kunz, alemão que veio para o Brasil em 1860, para trabalhar como operário nas obras de construção da rodovia que marcava o início da colonização da cidade.

Kunz fazia a cerveja para consumo próprio e dos amigos, nas horas de lazer. Com o término das obras o imigrante montou a Cervejaria Barbante, a primeira registrada em Minas Gerais, que funcionou em Juiz de Fora de 1861 até 1888. Kunz é tataravô de Pedro Carlos Peters, 31 anos, que em 2008 retomou o ofício que atravessou gerações da família.

A Barbante é uma das marcas que conseguiu o recente registro no Mapa. O nome é uma referência à corda que segurava a rolha na garrafa, por causa da pressão do gás produzido pela fermentação da cerveja. A receita original da família já não é mais a mesma, já que a cerveja feita por Kunz era à base de milho ou arroz, pois o malte e o lúpulo não entravam no Brasil. “Crescemos ouvindo histórias sobre meu tataravô e resolvi resgatar essa tradição”, conta.

Com os investimentos que fez na adequação da fábrica, onde emprega duas pessoas, Pedro saltou de uma produção de mil litros mensais para cinco mil. A bebida é comercializada no restaurante de Pedro e em outros seis estabelecimentos de Juiz de Fora. O empresário investiu cerca de R$ 300 mil no último ano, entre compra de maquinário e adequação de instalações. “Já estou enviando amostras da cerveja para o Rio de Janeiro e Espírito Santo, e devo dobrar a produção em um ano”, antecipa.

Inspiração familiar - Dono da Pizzaria Artezannale, Antero Fernandes Filho, 50 anos, foi o pioneiro na nova onda da indústria cervejeira de Juiz de Fora. Sua cerveja, a Artez, registrada no Mapa, já tem uma produção mensal em torno de 600 litros, mas a capacidade produtiva da empresa é o dobro disso.

A marca inclui um mix de três receitas, todas de baixa fermentação nos estilos pilsen bohemian, bock tradicional e uma black lager (Schwartz bier), estilo de cerveja preta alemã. “Todas elas são produzidas de acordo com a lei da pureza alemã, de 1516”, frisa Antero.

“O mercado para as cervejas artesanais é promissor, mas ainda há um entrave tributário para a expansão do setor”, explica. Antero se refere à legislação que não diferencia a produção industrial da artesanal, que segundo ele precisa ser menos tributada porque gera mais empregos, por ser menos mecanizada.

O empresário já encomendou dois equipamentos, de mil litros cada, onde a cerveja é acondicionada para maturar, ampliando a capacidade produtiva da cervejaria para três mil litros/mês. “Vamos aguardar a posição tributária do governo sobre o setor e então partir para um plano de negócio”, planeja.

Curiosidades sobre a cerveja - A cerveja artesanal precisa de um período mínimo de 30 dias de maturação, para alcançar harmonia de amargor, aroma e gosto e para que sabores terciários, como o do lúpulo, aflorem. | Sebraemg.

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