Cabotagem é solução eficaz na redução de riscos

Debates envolvendo os temas redução de acidentes e roubos acontecem com frequência, porém nada tem sido feito para a melhoria desta situação. Apenas as ações efetuadas pela iniciativa privada através das empresas de gerenciamento de riscos contratadas principalmente pelas seguradoras.

A extensão geográfica do Brasil impede que estes serviços tenham melhores resultados. Citamos como exemplo as cargas transportadas a longa distância que, muitas vezes, são roubadas por quadrilheiros e, quando acidentadas, saqueadas pelos gatunos oportunistas.

O objetivo do gerenciamento é reduzir a exposição ao risco dos bens transportados. Para este fim, o transporte de Cabotagem (navegação costeira) é um modal que transfere as cargas das rodovias para o transporte marítimo, excluindo todos os riscos inerentes aos percursos rodoviários, restando para as gerenciadoras de riscos aplicarem os seus serviços nos percursos rodoviários complementares, que coincidem com as regiões onde as empresas de GR possuem maior estrutura de pronta resposta e contam também com o maior apoio dos órgãos de Segurança Pública.

Apesar da burocracia portuária no desembaraço das cargas que, muitas vezes, dobram o tempo do percurso em relação ao rodoviário e da falta de integração dos modais marítimo e rodoviário, muitas empresas têm optado por esta modalidade para cargas de risco elevado e de alto valor agregado.

Hoje, os custos das operações de Cabotagem comparados aos do rodoviário já são menores. A desburocratização, a melhoria das regras de atracagem que hoje priorizam os navios internacionais, somadas à redução do preço do bunker (combustível utilizado pelos navios), são ações que reduzem os custos e o tempo. Uma vez implementadas, viabilizariam definitivamente esta modalidade de transportes, que anula os prejuízos advindos dos roubos e acidentes.

Esperamos que os movimentos voltados a estas melhorias consigam o apoio das autoridades responsáveis.

Gerenciar riscos não se resume apenas a aplicar serviços, mas também em buscar soluções que reduzam os custos da cadeia logística.

. Por: Eliel Fernandes, sócio e diretor comercial da Buonny Projetos e Serviços de Riscos Securitários.