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19/11/2013 - 08:21

British Council amplia apoio à Flupp: que, em sua segunda edição, destaca produção de autores negros

Como parte do programa Transform, festa literária recebe delegação britânica composta por escritores e especialistas no desenvolvimento de políticas públicas na área literária.

Com início marcado para o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro (quarta-feira), a segunda edição da Festa Literária das Periferias (Flupp), que tem como objetivo central a promoção da leitura e da escrita, trará no centro de seus debates e ações a produção literária de autores negros. Indo ao encontro desta ideia, o British Council ampliou seu apoio ao evento e traz este ano ao Brasil uma delegação com seis representantes do Reino Unido.

Além de autores, a delegação do British Council será composta por representantes de organizações de fomento à leitura no Reino Unido – entre eles o diretor de uma ONG internacional, que discutirá políticas públicas no que diz respeito à leitura, e dois gestores de projetos de fomento nesta área, que vão passar o mês no Rio de Janeiro para trocar experiências e traçar um paralelo entre ações deste cunho desenvolvidas no Brasil e no país onde vivem, a Inglaterra.

“Assim como no Brasil, há uma percepção no Reino Unido de que os negros não estão representados na literatura como deveriam. Um dos objetivos do nosso programa Transform é criar oportunidades para artistas emergentes nos dois países, em toda a sua diversidade. Acreditamos que é uma forma de gerar transformação social, trocas culturais e fortalecer a literatura em ambos os países”, explica Luiz Coradazzi, diretor de Artes do British Council.

Autores negros - Um dos principais destaques da Flupp é o autor nigeriano Biyi Bandele, que vive no Reino Unido desde os anos 1990. Após uma juventude conturbada na Nigéria, Bandele resolveu se dedicar aos estudos e à escrita. Vencedor de um concurso de dramaturgia do British Council, o autor se estabeleceu em Londres, onde seguiu uma carreira bem sucedida como romancista, dramaturgo e roteirista. Considerado um dos 50 melhores artistas africanos pelo jornal britânico The Independent, Biyi Bandele recentemente fez sua estreia como diretor de cinema no longa-metragem Meio Sol Amarelo, baseado no elogiado romance da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Na Flupp, Bandele participa de debate com poeta brasileiro Ricardo Aleixo e ministra uma oficina de roteiro para jovens estudantes do Rio de Janeiro.

Também convidada do British Council, Bernardine Evaristo, por sua vez, além de escritora premiada, é crítica literária dos jornais The Guardian e Independent e fundadora do prêmio African Poetry Prize, dedicado à poesia africana. Bernardine tem raízes familiares no Brasil e está ansiosa para visitar o país pela segunda vez – a primeira foi há 20 anos. A autora integra na Flupp uma mesa ao lado da brasileira Ana Maria Gonçalves, e apresenta workshop sobre poesia, sob o tema “tabu”, a escritores das comunidades cariocas.

Incentivo à leitura-A fim de suprir outra vertente do festival, algumas ações estão sendo programadas para contribuir com a discussão das políticas públicas de incentivo à literatura. Três autoridades no assunto vêm ao Brasil trazendo a expertise conquistada no exterior, além de conhecer o que vem sendo desenvolvido por aqui.

Um dos membros da delegação britânica é Jonathan Douglas, diretor do National Literacy Trust, organização independente que busca mudar vidas por meio da literatura. Em 2008, liderou a campanha do Ano Nacional da Leitura do Reino Unido, que resultou em 2,3 milhões de pessoas cadastradas nas bibliotecas. Douglas divide uma mesa com José Castilho, diretor do Plano Nacional de Livro e Leitura, do Ministério da Cultura, em debate cujo tema é a política pública para literatura.

Além de Douglas, o British Council traz dois gestores ligados a organizações britânicas de fomento à literatura para conhecer de perto o trabalho de engajamento comunitário da Flupp. Henderson Mullin, CEO da Writing East Midlands, e Daniela Paolucci, coordenadora de projetos na Apples & Snakes, estarão no Rio de 2 a 25 de novembro em um projeto de “residência” onde, entre outras atividades, acompanharão o trabalho de engajamento social e formação de público.

Literatura infantil - Como não se pode falar de fomento à leitura sem envolver crianças, o British Council apoia a vinda do autor britânico Ed Vere, uma das atrações da Flupp Parque. Vere, publicado mundialmente, teve seu livro Mr. Big distribuído a 750 mil crianças de escolas britânicas – a maior impressão de um livro de imagens já feita. Também teve suas obras adaptadas para aplicativos de iPad e para a televisão.

O escritor foi ainda anfitrião do Pop-up, festival de literatura infantil realizado na periferia de Londres. Durante o evento, crianças produziram um vídeo que será apresentado ao público infantil de Vigário Geral durante a Flupp em um dos momentos mais aguardados da versão infantil da festa. Vere realizará também oficinas de desenhos com crianças da comunidade e fará uma apresentação a ilustradores e desenhistas brasileiros.

Os convidados - Biyi Bandele é romancista, roteirista, dramaturgo e cineasta. Nascido em uma família nigeriana de classe média, desde cedo desenvolveu o gosto pela leitura. Na universidade passou a se dedicar à escrita, inscrevendo uma peça sua em um concurso do British Council. Sagrando-se vencedor, seguiu para a Inglaterra em 1990 e logo recebeu uma proposta de emprego. Vivendo em Londres desde então, já trabalhou no Royal Court Theatre e na Royal Shakespeare Company, além de escrever para cinema, TV e rádio. Já publicou 11 livros, tendo sido recentemente eleito uns dos 50 melhores artistas africanos pelo jornal britânico The Independent. Em 2013 estrou como diretor de cinema com o longa Meio sol amarelo (Half of a yellow sun), adaptação do romance da também nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.

Bernardine Evaristo é uma premiada autora britânica com raízes na Inglaterra, Nigéria, Brasil, Irlanda e Alemanha. Com sete livros publicados, sendo Mr. Loverman o mais recente (2013), foi vencedora de prêmios como o Orange Prize Youth Panel, o Big Red Read e o Arts Council Writers’. É editora, crítica literária dos jornais The Guardian e The Independent. Em 2012 fundou, junto à Universidade de Brunel, o prêmio African Poetry Prize, dedicado à poesia africana. Bernardine lecionou escrita criativa por 20 anos, em diversos lugares do mundo. Tornou-se membro da Royal Society of Literature e da Royal Society of Arts. Moradora de Londres, foi em 2009 condecorada como membro da Excelentíssima Ordem do Império Britânico.

Ed Vere escreve e ilustra livros infantis desde 1999. É publicado no Reino Unido pela Puffin and Walker e tem livros lançados em todo o mundo – no Brasil, O pintinho e Fome de monstro chegaram às livrarias pela Companhia das Letras. Em 2009 sua obra Mr. Big foi escolhido pela Booktrust (entidade britânica dedicada ao fomento da leitura) para ser o livro do ano, distribuído para 750 mil crianças de escolas britânicas – resultando na maior impressão de um livro de imagens já feita. Seus livros foram indicados a prêmios como o Booktrust Early Years Award e o Roald Dahl Funny Prize. Ed está trabalhando em uma série animada de TV, baseada em seu primeiro livro The getaway.

Jonathan Douglas é diretor do Nacional Literacy Trust, instituição independente que se dedica a apoiar o desenvolvimento da alfabetização no Reino Unido com o propósito de mudar vidas. Em 2008, a entidade liderou a campanha do Ano Nacional da Leitura, resultando em 2,3 milhões de novos membros cadastrados em bibliotecas britânicas. Douglas é também diretor do UK’s Money Advice Service e integra o comitê consultivo do Man Booker Prize. Foi conselheiro do governo no que diz respeito à política social e à educação, integrante do Expert Panel for the National Children’s Plan e participou do Advisory Committee of Every Child a Reader, do Programa Nacional de Recuperação de Leitura.

Henderson Mullin trabalha na área da literatura, tendo dedicado grande parte de seu trabalho a promover o poder das palavras. Há cinco anos é executivo da Writing East Midlands, agência de incentivo à literatura que dá oportunidades a escritores novos e experientes provenientes das mais variadas comunidades que compõem a região central do Reino Unido. Henderson também foi diretor e consultor da Censorship, ONG cujas publicações apoiam a liberdade de expressão, os direitos humanos e introduzem vozes de comunidades marginalizadas às principais questões culturais e políticas do mundo.

Daniela Paolucci é coordenadora de projetos na Apples and Snakes – organização dedicada à poesia performática –, com a responsabilidade de desenvolver o setor criativo do programa junto a escolas e outras organizações que atendem às necessidades do engajamento público e da educação formal e informal. Também se dedica ao Poetry London, uma das principais revistas de poesia contemporânea, da qual é diretora.

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