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19/11/2013 - 08:54

Mais um passo contra a podridão floral do citros


Por se tratar de uma das mais comprometedoras doenças nos campos de citricultura, a Podridão Floral do Citros (PFC), causada pelo fungo Colletotrichum acutatum, têm sido foco de diversos estudos. O Estado de São Paulo, que produz 80% do total do setor no Brasil é o principal cenário para estes trabalhos. No entanto, existem ainda lacunas para o processo de erradicação da doença e prevenção contra epidemias.

Em contrapartida, com o objetivo de estudar a histopatologia da interação C. acutatum com a laranjeira doce, e complementar os conhecimentos sobre seu patossistema na região sudoeste paulista, o pesquisador João Paulo Rodrigues Marques elaborou em seu doutorado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas, realizado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), trabalho voltado para PFC. “Ultrastructural Changes In The Sweet Orange Petals Epidermis Infected With Colletotrichum acutatum”, como é intitulado, rendeu a Marques Menção Honrosa pela participação no Prêmio Painel da área de Botânica-Biológicas, no último Congresso da Sociedade Brasileira de Microscopia e Microanálise, que ocorreu em outubro deste ano em Minas Gerais.

“Meu foco foi comparar a ultraestrutura da epiderme de pétalas inoculadas e não inoculadas com o fungo, visando compreender as alterações decorrentes da infecção”, contou. O projeto, realizado entre 2008 e 2012, no Laboratório de Anatomia Vegetal, do Departamento de Ciências Biológicas (LCB) e orientado pela professora Beatriz Appezzato da Glória (LCB), em parceria com a Fundecitrus (Araraquara - SP), envolveu os professores, Marcel Bellato Spózito, do Departamento de Produção Vegetal (LPV) e Lilian Amorim, do Departamento de Fitopatologia e Nematologia (LFN). Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Segundo o pesquisador, compreender que o tecido epidérmico das pétalas de citros reagem, estruturalmente, à presença do patógeno é muito importante para compreensão de como a planta interage com o fungo. “Os resultados obtidos pela pesquisa possibilitam interpretar o patossistema sobre a ótica de que os tecidos vegetais das pétalas, mesmo sendo susceptíveis, respondem à infecção, e que este fenômeno pode favorecer estudos futuros que visem um melhor entendimento sobre a interação planta-patógeno neste patossistema”, comenta.

Marques conta que, utilizando microscopia eletrônica de varredura e microscopia eletrônica de transmissão, foi revelado que a pétala sadia apresenta cutícula com estrias paralelas recobrindo a epiderme uniestratificada. “A cutícula é uma camada de material de natureza lipofílica que recobre o corpo do vegetal e é reconhecida como a primeira barreira física a ser ultrapassada pelos fungos durante o processo de infecção”.

No entanto, a cutícula das células epidérmicas infectadas é bastante alterada nos estágios mais avançados da infecção, ou seja, não são mais observadas as cristas devido à deposição de novas camadas cuticulares em placas. “Os resultados observados neste trabalho indicam que as células epidérmicas da pétala respondem à presença do patógeno, promovendo alterações parietais e cuticulares, as quais podem restringir novas infecções”, conclui.

Atualmente, o pesquisador faz seu pós-doutorado no Departamento de Genética (LGN), supervisionado pela professora Maria Lucia Carneiro Vieira. [www.esalq.usp.br].

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