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20/11/2013 - 08:28

“O grande dilema”

Há pelo menos vinte anos que escuto falar da onda digital que transformaria o mercado livreiro que, aliás, não seria o único e nem o mais afetado mercado pelo avanço tecnológico. Não se trata de ser a favor ou contra, muito pelo contrário. Todos nós podemos enumerar vários e vários benefícios que a tecnologia traz diariamente à sociedade. Uma onda sem fim que facilita a vida em vários aspectos.

A questão do mercado de livros é fazer com que a leitura esteja cada vez mais acessível, contribuindo para a democratização do conhecimento e da informação na sociedade. E mais: que a maioria da população descubra o prazer de ler e aprenda a se deliciar com um clássico da literatura ou de suspense, assim como se encanta com um novo jogo de videogame ou com as redes sociais. Não se trata de comparar uma coisa com outra.

Não importa o meio de leitura, se utiliza o leitor eletrônico, o tablet de última geração ou o livro de capa dura ou de bolso. São formas alternativas que dependem do gosto de quem vai ler, mostrando que a leitura deve ser ainda mais democrática e que o maior número de pessoas possa ler cada vez mais.

Nem precisamos enfatizar a importância da leitura. O livro eletrônico e a computação em nuvem – que possibilita a existência de grandes “bibliotecas virtual” –, são exemplos da maravilhosa evolução tecnológica. Porém, mesmo nos países onde é o meio digital o mais acessível, as vendas cresceram rapidamente e começam a recuar. No Brasil, onde ainda só uma parcela da população tem acesso à banda larga, o crescimento do mercado digital é lento. E temos de dar um passo anterior: atrair potenciais leitores aos livros de papel. Este é o grande desafio do mercado.

A onda digital é irreversível e podemos mencionar as mudanças no mercado editorial como exemplo. Recentemente o Lloyd´s List, o jornal inglês mais antigo do mundo, anunciou que ia abandonar o papel e não é o primeiro a aderir à internet. Apesar de previsões, a venda de livros porta a porta continua a crescer, apesar do número acanhado de leitores do Brasil.

O crescimento do mercado digital abre um leque de oportunidades e o aumento das vendas deverá aumentar os investimentos em diferentes conteúdos, diversificando cada vez mais a oferta de títulos. De outro lado, o alto custo dos equipamentos e a falta de acesso à internet para a população carente são fatores que atrasam a ‘revolução’. Por enquanto, o livro em papel continuará em alta nas escolas, que já começam a usar os leitores digitais e a inserir a tecnologia na sala de aula.

A grande variedade de livros não estimula ninguém a ler. O prazer começa quando o indivíduo descobre um livro que realmente gosta ou sobre um tema que considera interessante. O dilema é o mesmo nas livrarias do mundo físico ou na internet: o que realmente estimula alguém a procurar determinado livro e como chamar a atenção desses leitores que podem ser ávidos, mas ainda não sabem disso e talvez tenham se esquecido que o gosto pela leitura é uma característica dos bons alunos.

. Por: Diego Drumond e Lima, atual presidente da ABDL – Associação Brasileira de Difusão do Livro – entidade sem fins lucrativos que, desde 1987 vem exercendo um importante papel na sociedade, incentivando a cultura através da leitura.

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