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29/11/2007 - 08:03

Vale diz que só vai explorar gás para consumo próprio

Rio de Janeiro- A Vale do Rio Doce só busca gás natural para atender à própria demanda e não tem ambição de explorar petróleo em escala industrial, disse a empresa no dia 28 de novembro, um dia depois de estrear no leilão anual de licenças de exploração de gás e petróleo no Brasil.

"A Vale não é uma companhia e petróleo e não aspira a se tornar uma. Entramos na esfera do gás natural para nos protegermos em termos de possíveis aumentos de preços ou no caso de escassez do produto", disse a diretora de Energia da empresa, Vânia Somavilla, a jornalistas numa conferência telefônica.

A Vale pagou prêmio de 31 milhões de dólares no leilão e se comprometeu a um programa mínimo de exploração avaliado em 40 milhões de dólares em nove blocos, segundo a executiva.

Em setembro, a Vale anunciou sua primeira incursão no setor de gás natural, numa associação com a Royal Dutch Shell para a prospecção em campos brasileiros. A mineradora adquiriu parte da participação da Shell em quatro blocos na bacia do Espírito Santo, ficando com 17,5 por cento da propriedade. A perfuração na área deve começar em 2008.

A Vale é um dos maiores consumidores de energia do Brasil --usa 4,5 por cento da eletricidade no país, 4 por cento do gás natural, 20 por cento do óleo combustível e 3 por cento de todo o diesel.

A aquisição dos nove blocos no leilão de terça-feira foi feita em parceira com a Petrobras e com empresas estrangeiras como a Devon Energy, a dinamarquesa Maersk e a colombiana Ecopetrol .

Somavilla destacou a importância da parceria com a Petrobras, devido ao "conhecimento geológico" que a estatal possui. Três dos blocos são em águas rasas da bacia de Santos, quatro na bacia do Pará-Maranhão e dois blocos na bacia terrestre do Parnaíba. A participação da Vale varia de 20 a 40 por cento.

Sem apagão -"Estávamos atrás dos blocos que ficam perto das nossas operações. A idéia é usar parte da infra-estrutura ou dos dutos existentes, para os quais já há planos de levar gás até nossas usinas", disse Somavilla. "Conseguimos praticamente tudo o que estávamos atrás nas áreas que víamos como importantes. Agora o importante é encontrar o gás."

O Brasil recebe da Bolívia cerca de metade do gás natural que consome, mas a Petrobras suspendeu os investimentos em prospecção e produção no país vizinho depois da nacionalização das reservas, decretada em maio de 2006 pelo governo de Evo Morales.

Desde então, o Brasil tenta ampliar sua produção doméstica e planeja construir usinas de regasificação para gás natural liquefeito importado nos próximos anos. Analistas prevêem uma escassez de gás, com consequente aumento dos preços.

Segundo Somavilla, a Vale pretende diversificar sua matriz energética, investindo em usinas hidrelétricas, termoelétricas, a gás natural, biodiesel e outras fontes. Mas, de acordo com ela, a empresa não acredita num risco de apagão no Brasil, como apontam alguns especialistas.

"Não acreditamos em apagão. Estamos tentando encontrar energia para novos projetos", afirmou ela, revelando ainda que a Vale cogita uma participação nas hidrelétricas de Belo Monte e do rio Madeira.||Por Andrei Khalip//Reuters.

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