Resiliência e Continuidade de Negócios ainda é grande desafio para empresas, afirma PwC

Estudo da consultoria avalia mudanças na área, importância das mídias sociais e possíveis adaptações para o mercado atual.

A pesquisa “BCM 2022: Where we’ve been; where we’re going”, feita pela PwC com 25 indústrias, em mais de 40 países, traz um panorama de como stakeholders e profissionais da área de Gestão de Continuidade de Negócios (GCN) adaptam seus programas de acordo com as mudanças em curso no ambiente global de negócios, além de tendências e ações para incentivar melhorias na área.

O estudo foi dividido em três partes: gestão de riscos/mídias sociais, metodologia da GCN e resiliência dos provedores de serviços/terceirizados. Os resultados apontam que Gestão de Crises foi o tema que mais sofreu mudanças nos últimos cinco anos e o que mais mudará no futuro. “Esta tendência tem sido confirmada pelo aumento do interesse e a demanda por serviços desta natureza. Na própria PwC, por exemplo, o tema cresceu de maneira considerável e justificou a criação de uma linha de serviço com um time de oito especialistas focados só em São Paulo”, explica Ana Rosa, que é diretora da PwC Brasil e especialista em Gestão de Crises.

Gestão de Crises/Mídias Sociais-Dentro deste grupo, a PwC perguntou aos participantes qual havia sido o maior desafio para suas empresas nos últimos cinco anos. O maior obstáculo encontrado foi integrar os diversos negócios e geografias em uma iniciativa coordenada de Gestão de Crises.

Outros desafios apontados foram obtenção de recursos e concorrência com outras iniciativas, mapeamento de riscos, melhorias na governança, melhorias na eficiência e adaptabilidade as mudanças organizacionais.

Embora as mídias sociais sejam consideradas canais para que as companhias monitorem, identifiquem e respondam com eficiência os gatilhos de crises. Foi constatado que mais de 50% dos entrevistados ainda não se utiliza destes canais como ferramentas para monitorar riscos e responder às crises. “Mesmo nas empresas em que elas são utilizadas, as mídias são tratadas mais como ferramentas de comunicação do que como canais para captura de informações relevantes para uma a gestão proativa e eficaz de riscos”, alerta a especialista em Gestão de Riscos da PwC Brasil.

Abordagem metodológica para resiliência e Continuidade de Negócios-A maioria das companhias manifestou a preocupação em adotar uma abordagem de continuidade de negócios que considere aspectos abrangentes de Gestão de Riscos e resiliência operacional em seus programas. Desta forma, o grande desafio é construir um melhor alinhamento deste programa com as estratégias de negócio e as práticas de gestão de riscos corporativos em um cenário cada vez mais complexo e sofisticado que demandam respostas coordenadas, tempestivas e pragmáticas.

Mais da metade dos participantes identificou como maior autor de mudanças na metodologia aplicável a Continuidade de Negócios a “ênfase crescente na gestão de riscos como uma iniciativa das organizações”. As mudanças mais observadas neste grupo foram a utilização de documentação mais simples e assertiva (55%) e a centralização da equipe que faz a gestão destes documentos em áreas hierarquicamente independentes que respondem direto a conselho de administração e/ou presidência (53%).

Resiliência de profissionais terceirizados-Mais de 60% dos entrevistados afirmou que há participação de profissionais terceirizados na execução das atividades críticas de suas empresas. Dessa parcela, 85% identificaram e/ou se planejaram para avaliar as condições de resiliência destes provedores em cenários de catástrofe. Apesar das ações de gestão de resiliência de terceiros variarem entre companhias, quase metade dos participantes estão coordenando tais atividades de maneira centralizada. A maioria das companhias também notou um aumento nas auditorias em seus programas de GCN, partindo de iniciativas de seus clientes-chave ou reguladores.

A prática de Gestão da Continuidade de Negócios está se desenvolvendo em uma curva ascendente motivada pelos níveis de ameaça sem precedentes que todas as indústrias estão enfrentando. Alarmados com os riscos crescentes, investidores reguladores e “agências de rating” estão desafiando as empresas a serem mais transparentes em relação a seus riscos e mais eficazes em sua capacidade de gerenciá-los. Apesar de não haver absoluta certeza a respeito de como a GCN evoluirá nos próximos anos, está claro que a busca por modelos integrados e inteligentes que reflitam a natureza dinâmica e imprevisível dos riscos e do ambiente de negócios mais amplo serão mandatórios e irão fazer com que as companhias continuem aprimorando estas competências.

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