Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

29/11/2007 - 08:22

Atalho para o mercado de trabalho

Uma das lamentáveis realidades no mundo do trabalho é a coexistência de altos índices de desemprego com a falta de mão-de-obra qualificada em setores específicos. Há oportunidades, falta especialização. Não à toa, empresas têm dificuldades para preencher vagas disponíveis ao mesmo tempo em que há filas de interessados em uma oportunidade. O paradoxo se deve à falta de especialização, em especial de nossos jovens.

A situação adquire contornos preocupantes quando se sabe que apenas 18,3% das pessoas que procuram emprego no Brasil têm qualificação para conquistar uma vaga no mercado. São 1,7 milhões de profissionais capacitados em um universo de 9 milhões de desempregados. Os dados são da recente pesquisa “Demanda e perfil dos trabalhadores formais no Brasil”, coordenada pelo economista Márcio Pochman, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Temos aqui a comprovação de uma antiga reclamação dos empregadores: muitos postos não são preenchidos por ausência de mão-de-obra habilitada. Não significa que os trabalhadores sejam menos competentes; apenas falta ao país uma política educacional mais agressiva, que satisfaça os anseios e exigências do mercado de trabalho. Resta, portanto, uma equação a ser solucionada: sem estudo, como poderiam estes profissionais ingressar no mercado de trabalho?

Embora sejam muitos os caminhos possíveis, é necessário reconhecer que grande parte não se mostra acessível a uma parcela considerável da população economicamente ativa. Repletas de boa intenção, medidas governamentais nem sempre são suficientes para atender à demanda.

Observa-se a mesma deficiência em programas de primeiro emprego ou de recolocação profissional, sejam eles públicos ou privados. Por vezes a preocupação fica restrita a encontrar uma oportunidade para essas pessoas, sem a devida continuidade. Resolve-se o problema momentâneo, mas sem a seqüência necessária para o desenvolvimento de uma carreira. Fica a certeza, portanto, de que o investimento em qualificação profissional deve partir também das redes educacionais e de qualificação.

Neste cenário, os cursos livres profissionalizantes despontam como atalho para o mercado de trabalho. Não só pelo custo acessível, mas especialmente porque oferecem um aprendizado focado em determinadas habilidades e competências. São a alternativa que garante o aprendizado necessário para o profissional disputar uma vaga no mercado de trabalho. Trata-se, no fim das contas, do tal conhecimento aplicável.

Além de aprendizado técnico, muitos cursos livres proporcionam também o desenvolvimento de características individuais como criatividade, liderança, marketing pessoal e comunicação verbal. São capacitações que contribuem para a formação de um cidadão e podem fazer a diferença no momento de uma entrevista de emprego.

Se a escolha de um curso técnico representa um atalho para o mercado de trabalho, é irreal que seja encarada como um passaporte que abre todas as portas. Muito depende do profissional e de atividades complementares. Ao jovem interessado em reciclagem, resta procurar a opção adequada a seus objetivos. Ter uma especialização compatível pode significar a diferença entre estar empregado ou não. Só o que não podemos aceitar é este quadro antagônico, em que milhões de desempregados convivem com milhões de vagas disponíveis.

. Por: Wilson Roberto Giustino é presidente do CEBRAC (Centro Brasileiro de Cursos) | E-mail: [email protected] | Site: www.cebrac.com.br

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira