Síndrome de Cushing pode estar por trás da obesidade

Pacientes devem fazer exames para descartar a doença antes de optar pela cirurgia bariátrica.

São Paulo – A Síndrome de Cushing pode ser a causa da obesidade de pacientes que não passaram por uma avaliação endócrina antes de se submeterem à cirurgia bariátrica. A doença pode ser causada pelo uso prolongado de medicações à base de corticoide (tais como anti-inflamatórios e imunossupressores) ou por uma produção aumentada de cortisol por doenças que afetam o organismo (principalmente as doenças das glândulas suprarrenais e da hipófise).

“Os médicos têm conhecimento sobre as causas da Síndrome de Cushing, mas acredito que subestimam os sinais e sintomas. Por exemplo, todo paciente com obesidade mórbida deve fazer exames para afastar a suspeita da doença antes de se submeter à cirurgia bariátrica. Obesos, com Diabetes de difícil controle, também devem se submeter aos exames, pois, até 3% destes podem ter a síndrome”, explica Dr. Fernando Pimentel, endocrinologista e especialista da Sub-Regional de Presidente Prudente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

São muitos os sintomas, sendo o mais importante a Obesidade, representando 90% dos casos. Além do aumento de peso, podem ocorrer também hipertensão arterial, intolerância à glicose, alterações menstruais, impotência e osteoporose.

O aspecto físico do portador da Síndrome de Cushing também se modifica: surgem estrias largas e avermelhadas, acne, vermelhidão no rosto e pescoço (pletora facial) em 84% dos casos, e cerca de 90% deles também apresentam face arredondada, conhecida como “Face de Lua Cheia”. Em quase metade dos casos há alterações psicológicas como, por exemplo, depressão. Em 50% dos casos há acúmulo de gordura no pescoço, são as chamadas “Gibas de Búfalo”.

A Síndrome de Cushing pode ocorrer em qualquer idade, sendo oito vezes mais frequente em mulheres, conforme estatísticas. É comum acometer crianças e, na maioria das vezes, resulta da administração indevida de glicocorticoides pelos pais ou cuidadores.

Apesar de aumentar em cinco vezes a taxa de mortalidade, a síndrome tem cura. O tratamento ideal deve ser a suspensão gradativa da medicação que contém o corticoide ou o tratamento específico da doença que está acometendo o indivíduo, sendo a cirurgia a principal terapia para a maioria delas (por exemplo, retirada de tumores das adrenais ou da hipófise).

A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados as oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.