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29/11/2007 - 08:35

BNDES estuda mecanismos para ampliar investimentos no Nordeste

Encontro em Brasília busca coordenar ações com outras instituições financeira, a estratégia prevê apoio a APLs e ao planejamento no entorno de grandes projetos.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participou no dia 28 de novembro, em Brasília, do seminário "O Nordeste e a perspectiva, de crescimento: a atuação dos bancos federais na região".

Durante o encontro, Coutinho afirmou que "a região Nordeste não pode perder a oportunidade de acompanhar este novo ciclo de crescimento do país".

A participação do BNDES no encontro faz parte dos esforços do Banco para ampliar o peso da região nordestina nos seus desembolsos. "O BNDES dará prioridade à região de modo que a participação do Nordeste cresça até atingir pelo menos o patamar do seu PIB", disse Coutinho.

A presença dos demais bancos públicos com atuação nacional - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste, visa, numa iniciativa inédita, uma ação coordenada entre as instituições e os governos com o objetivo de estimular o desenvolvimento local.

O BNDES tem como meta dobrar a participação do Nordeste nos seus desembolsos até 2010.

Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, as liberações para todo o país atingiram R$ 66,6 bilhões. No mesmo período, os estados do Nordeste representaram apenas 8% do total liberado,equivalente a R$ 5 bilhões.

Tais liberações representaram aumento de 19% em relação aos 12 meses anteriores. Mas, ainda assim, segundo o presidente Coutinho, os estados nordestinos estão historicamente sub-representados no desempenho apresentado pelo BNDES em relação à participação de cerca de 13% que mantêm no PIB brasileiro.

"Queremos corrigir essa deficiência no prazo mais curto possível", disse Coutinho. O objetivo pretendido pela direção do Banco trará, aliado ao desenvolvimento regional, conseqüências positivas diretas sobre o nível de emprego e a qualificação de mão-de-obra na região. Para se ter uma idéia do impacto da presença do BNDES nos estados do Nordeste, os desembolsos de R$ 19,4 bilhões realizados entre 2000 e 2005 representaram a criação de 184 mil empregos formais na região, no período.

O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) será fundamental para sustentar o crescimento nacional e regional. No BNDES há, atualmente, 22 projetos do PAC no Nordeste.

Estratégia do BNDES - A direção do BNDES aprovou recentemente a criação de duas linhas de atuação com a finalidade de reduzir as desigualdades regionais e estimular o desenvolvimento do Nordeste: o Comitê de Desenvolvimento Regional e a Secretaria de Arranjos Produtivos Inovativos e de Desenvolvimento Local. A iniciativa tem como objetivo atuar, inicialmente, em duas grandes linhas: o entorno dos grandes projetos e em áreas carentes de novos investimentos.

No que se refere ao entorno dos grandes projetos o comitê solicitou a formação de um grupo de trabalho sobre o porto de Suape, o primeiro a ser desenvolvido pela nova equipe. A preocupação é irradiar o impacto dos grandes empreendimentos localizados no complexo portuário (refinaria, estaleiro etc.), de forma que a demanda por matérias-primas, insumos e serviços possa ser atendida pelo próprio Estado ou por outros municípios da região.

Outro foco de atenção reside no acompanhamento dos efeitos dos grandes investimentos no território (que no caso de Suape envolve cinco municípios) no que diz respeito às necessidades de infra-estrutura de transporte, habitação, saneamento. Outro objetivo é identificar novas oportunidades de investimento e trazer grandes empresas para a região.

Para isso, conforme o presidente Coutinho, é necessário uma sintonia fina entre os agentes financeiros e governos estaduais.

A preocupação da direção do BNDES é evitar a favelização ao redor de grandes projetos na região. "Em torno dos projetos industriais de vulto e de infra-estrutura ocorrerão impactos importantes. Tudo isso mobiliza população e há evidente necessidade de planejar os efeitos desses investimentos. porque não queremos favelizar a região", disse Coutinho.

Outra vertente de atuação do BNDES será nas áreas não contempladas com grandes investimentos e com capacidade limitada de capturar parcelas significativas dos novos projetos em curso. Ou seja, o Banco está atento ao fato de que, além dos desequilíbrios regionais, há necessidade de políticas específicas para combater os desequilíbrios intra-regionais e intra-estaduais.

Para corrigir tais distorções, a direção do BNDES concentrará esforços no apoio à criação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) em espaços marginalizados na agenda política, a partir do conhecimento da cultura local, da história dos pequenos empreendedores e da política dos governos para cada um dos APLs.

Para isso, haverá esforço conjunto de várias instituições, como o BNB, Banco do Brasil e Sebrae, além de organizações de ensino, uma vez que o BNDES não possui capilaridade para atuar em todas essas regiões. A partir dessa sinergia, o BNDES poderá utilizar seus recursos para atrair grandes projetos para a região e, ainda, utilizar sua capacidade para financiar infra-estrutura social, de transporte coletivo nas grandes cidades e maximizar os efeitos positivos dos grandes investimentos estruturantes, como a Transnordestina e a modernização de portos.

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