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11/12/2013 - 08:56

Será que o mercado de sorvetes está entrando numa fria?


A temperatura da Terra está subindo. Os estudiosos da área informam que a temperatura no Brasil vai subir em até seis graus até 2100. Na direção oposta, o consumo de sorvete no País, que vinha crescendo bastante nos últimos anos, registrou queda de mais de 7% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Tem gente dizendo que sorvete é supérfluo. Que os consumidores brasileiros estão mais racionais e preocupados com o peso. Que as famílias preferem a sobremesa feita em casa. Que sorvete derrete fora da geladeira (é óbvio). E que tudo isso está provocando a queda no consumo do produto.

O consumo per capita de sorvete no Brasil ainda é pequeno quando comparado a países mais ricos (e bem mais frios) que o nosso: aqui se consome 6,2 litros/ano por habitante contra 26,3 litros/ano na Nova Zelândia, primeira colocada do ranking mundial. Outras posições invejáveis, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes – ABIS, são dos EUA (22,5 litros/ano), Canadá e Austrália (17,8 litros/ano), Suíça (14,4 litros/ano), Suécia (14,2 litros/ano), Finlândia (13,9 litros/ano), Dinamarca (9,2 litros/ano) e Itália (8,2 litros/ano).

Ainda que estejamos aquém dos grandes mercados mundiais de sorvetes temos que considerar que o consumo per capita brasileiro registrou um crescimento espetacular de 63% entre 2003 e 2012, ou seja, mais de 6% ao ano. Se considerarmos um levantamento divulgado recentemente pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, veremos que nos últimos dez anos a renda dos brasileiros cresceu, em média, 8,6%, o que acelerou o crescimento da demanda de produtos como carnes, leite e derivados, além de bebidas. Entre os alimentos industrializados que registraram ampliação das vendas no período estão queijo (3,5% ao ano), azeite (3,1%), iogurte (3%), carne bovina (2,8%), leite de vaca (2,3%) e carne de frango (1,9%). Entre as bebidas, os destaques são cerveja (3,8%), vinho (3,2%) e cachaça (2,1%).

A tendência é que a renda dos brasileiros irá continuar crescendo e continuará beneficiando o consumo de alimentos básicos, e mais ainda, de alimentos elaborados como os sorvetes.

“Kibon” que a marca líder esteja fazendo o maior investimento de sua história sob a forma de formulação, opções para consumo em casa, sabores baseados em outras marcas de alimentos, degustação em supermercados e publicidade. E que o mercado em geral esteja lançando novos sabores. Sabores tipicamente brasileiros dos mais populares aos mais exóticos: tapioca, amendoim, rapadura, pitanga, graviola, jabuticaba, bacuri, açaí, castanha do Pará, bem-casado, algodão doce, etc. Ou ainda sabores mais sofisticados: cheesecake, avelã, mirtilo, amaretto, pinoli, zabaione, tiramisu, nocciola, creme brulê, panetone, marrom glacê, cappuccino, brownie, gergelim, amêndoas com caramelo, panacotta, etc. Tem até sorvete salgado de gorgonzola, manjericão, tomate seco e bacon.

Os pontos de venda também estão se diversificando bastante. Num passado não muito distante tínhamos os simpáticos carrinhos de sorvetes, as sorveterias de bairro, os supermercados e as padarias. Hoje temos quiosques, bares, cafés, restaurantes, lojas de conveniência e até bancas de revistas. Isso sem contar as boutiques de sorvetes que fazem parte do roteiro gastronômico de cidades como São Paulo: Bacio di Latte, Diletto, Haagen-Dazs, Stuppendo, Stuzzi Gelateria Italiana, Frida & Mina, entre outras.

É por essas razões que o mercado brasileiro de sorvetes continuará crescendo. Mas não podemos nos esquecer que a temperatura média do planeta também. Aliás, essa, sim, tem que ser uma preocupação de todos nós que habitamos a Terra.

. Por: Marcio Martinelli, sócio diretor da BlueBox Comunicação.

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