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14/12/2013 - 07:53

Pesquisa aponta uma das causas da leucemia e ganha Grande Prêmio Capes de Tese

Estudo pode aumentar as chances de cura deste tipo de câncer.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) acaba de premiar a pesquisadora Priscila Zenatti, estudante que identificou uma mutação relacionada ao surgimento e à progressão de leucemia linfoide aguda. Seu trabalho, desenvolvido em parceria entre o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Centro Infantil Boldrini e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), pode levar a um novo tratamento para este tipo de câncer, responsável por cerca de 5 mil mortes por ano no Brasil.

Durante seu doutorado, Priscila estudou células de leucemia linfoide aguda de cerca de 200 crianças do Brasil, da Holanda e da Alemanha. Em comum, parte destas células apresentou uma mutação no gene IL-7R. A pesquisa realizada no interior Paulista, com a colaboração da Faculdade de Medicina de Lisboa e do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, demonstrou que esta alteração genética gera uma proteína defeituosa, responsável pela proliferação descontrolada das células deste tipo de câncer. Agora Priscila Zenatti estuda uma forma de terapia que tem esta proteína como alvo e pode vir a ser um novo tratamento para este tipo de câncer, muito mais eficiente e com menos efeitos colaterais, se comparado às terapias já disponíveis.

O trabalho está sendo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A proteína defeituosa: esperança de cura- A proteína estudada na tese premiada pela Capes chama-se receptor da interleucina 7 (IL-7R). Quando o IL-7R é ativado, ele sinaliza para as células que é hora de se multiplicar. Nos organismos saudáveis, fatores de crescimento, como hormônios, ativam este receptor e levam à multiplicação celular ordenada. Já nos casos de leucemia, uma mutação genética gera IL-7R defeituosos, os quais estão sempre superativados, independentemente de fatores externos. Desta forma, grande quantidade de células imaturas de glóbulos brancos são geradas de forma desenfreada, situação característica dos casos de leucemia (Figura 1).

.Figura 1 - À esquerda, esquema demonstra a ativação de IL-7R em células normais. À direita, receptores superativados (em lilás) levam a proliferação celular desenfreada.

A tese de Priscila Zenatti fez do IL-7R um potencial alvo terapêutico nos casos de leucemia. A bióloga trabalha, agora, para desenvolver anticorpos capazes de se ligar aos receptores defeituosos e bloquear a multiplicação celular desordenada e a progressão da leucemia linfoide aguda (Figura 2). Esta terapia, baseada em um alvo específico, garantirá um tratamento mais eficaz e com menos efeitos colaterais, se comparada aos métodos, já disponíveis de quimio e radioterapia.

Figura 2 – Esquema de proposta de terapia em desenvolvimento: anticorpos específicos (verde, azul e preto) se ligam aos receptores defeituosos, bloqueiam a multiplicação celular desordenada e combatem o câncer.

Prêmio Capes de Tese - O Prêmio Capes de Tese foi instituído no ano de 2005, com objetivo de outorgar distinção às melhores teses de doutorado defendidas e aprovadas nos cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). São considerados na seleção os quesitos originalidade, inovação e qualidade. Os autores das teses recebem certificado, medalha e bolsa de pós-doutorado no país por um ano. Priscila Zenatti foi premiada na categoria Ciências Biológicas, Ciências da Saúde e Ciências Agrácias e Multidisciplinar. A Capes oferece três grandes prêmios, um para cada área principal do conhecimento.

LNBio - O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O LNBio dedica-se à pesquisa e inovação nas áreas de biotecnologia e à descoberta e desenvolvimento de fármacos e possui instalações abertas às comunidades científicas e empresariais. O Laboratório concentra competências, equipamentos de última geração e um time de pesquisadores de classe mundial voltados à realização de estudos multidisciplinares nas áreas de biologia estrutural, proteômica, genômica, metabolômica, bioensaios, desenvolvimento de organismos geneticamente modificados, dentre outros.

O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização social qualificada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Localizado em Campinas-SP, possui quatro laboratórios referências mundiais e abertos à comunidade científica e empresarial. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) opera a única fonte de luz Síncrotron da América Latina e está, nesse momento, construindo Sirius, o novo acelerador brasileiro, de terceira geração, para análise dos mais diversos tipos de materiais, orgânicos e inorgânicos; o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) desenvolve pesquisas em áreas de fronteira da Biociência, com foco em biotecnologia e fármacos; o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) investiga novas tecnologias para a produção de etanol celulósico; e o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) realiza pesquisas com materiais avançados, com grande potencial econômico para o País.

Os quatro Laboratórios têm, ainda, projetos próprios de pesquisa e participam da agenda transversal de investigação coordenada pelo CNPEM, que articula instalações e competências científicas em torno de temas estratégicos.

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