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30/11/2007 - 10:45

Temos tecnologia, mas ainda falta mão-de-obra

Enquanto os caminhões trazem um volume cada vez maior de tecnologia embarcada, no Brasil faltam motoristas qualificados para dirigir os "pesos-pesados". O resultado é que as transportadoras brasileiras estão com uma dificuldade crescente de encontrar profissionais capacitados para conduzir estes modernos veículos, que chegam a custar meio milhão de reais.

Hoje, mesmo para um motorista veterano, a experiência com os antigos "trucões" já não é suficiente. É preciso buscar uma qualificação maior. Da mesma forma, os estreantes também não estão exatamente prontos para a complicada tarefa que os espera. Simplesmente não acredito que tirar a carteira "D" seja o bastante para um profissional da estrada.

Por tudo isso, decidi montar na minha empresa um centro de formação de motoristas. Acho que esse é um caminho que precisa ser multiplicado, principalmente pelo SEST/SENAT, que possui recursos e estrutura para essa difícil missão.

Mas o treinamento representa apenas um lado da moeda. Tenho sérias críticas a fazer em relação à maneira como a lei trata a contratação destes profissionais. Hoje, a CLT inviabiliza pagar salários maiores aos motoristas. E com um agravante: a legislação atual estimula as reclamatórias trabalhistas e provoca um aumento na rotatividade nas empresas. Explico: no cenário atual, o motorista fica propenso a trocar de emprego para receber o FGTS. Um dinheiro do trabalhador, em última análise, e que fica nas mãos do governo, com um dos menores índices de correção do mercado, quando deveria ser incorporado aos salários.

Além da reforma da CLT, defendo uma adequação na remuneração dos motoristas alinhada com a produtividade. Se o caminhão ficar mais que uma hora envolvido em processo de carga ou descarga, é justo que ele receba um percentual daquela estadia que é devida ao transportador. Com isso, ganham os trabalhadores e também as empresas que investem no treinamento de seus profissionais. Assim, com maiores salários, investimentos em qualificação e alta tecnologia, criaremos o cenário ideal para o setor de transporte de cargas atingir o patamar de desenvolvimento esperado por todos nós.

. Por: Markenson Marques é presidente da Cargolift Logística e Transportes

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