Como tratar a Fibromialgia, doença crônica sem cura conhecida?

Patologia atinge, em sua maioria, mulheres com mais de 25 anos e pode diminuir consideravelmente a qualidade de vida do paciente.

Quem sofre com fadiga, indisposição, distúrbios do sono e dores no corpo, especialmente em tendões e articulações, pode sofrer com uma doença que já faz parte da vida de 10% dos brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Fibromiálgicos (Abrafibro). Trata-se da fibromialgia, considerada uma das principais doenças dos tempos modernos.

Os sintomas da doença também podem provocar alterações no humor, como explica a especialista Fabíola Minson, da Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED). “Os pacientes reclamam de uma dor generalizada em quase todos os quadros. As sensações variam entre uma sensação de ‘quebradeira geral’ até chegar a uma intensidade incapacitante, presente na maior parte do dia".

A médica também explica quais fatores podem desencadear a fibromialgia no paciente. “Uma infecção, um episódio de gripe ou até um acidente de carro podem estimular o aparecimento da doença”. A patologia é a segunda colocada na causa de dores crônicas, ficando atrás apenas da osteoartrite (artrose).

Alguns erros comuns podem agravar os sintomas da doença, como explica o neurologista José Geraldo Speciali, também da SBED. “Muitos pacientes não buscam tratamento quando a dor ainda é um problema discreto, contribuindo para que ela se agrave a ponto de, em alguns casos, se tornar insuportável”.

Segundo Speciali, alguns dos comportamentos comuns que podem atrapalhar o tratamento são esperar a dor passar naturalmente, evitar ou abandonar a fisioterapia, não fazer exercícios físicos, automedicar-se, e alterar o tratamento por conta própria. “Nunca tome atitudes sozinho. Se tiver dúvidas ou sugestões para o tratamento, converse com o seu médico. O profissional é quem sabe quais medicamentos podem ser usados por longo tempo sem prejudicar seu organismo”, explica o especialista.

Como tratar? A fibromialgia é uma doença que não tem cura conhecida e pesquisas mostram que 80% dos casos atingem mulheres acima dos 25 anos. Por esses motivos, já é considerada uma síndrome, que reúne mitos e verdades. Apesar disso, alguns tratamentos melhoram a qualidade de vida do paciente e já são bastante conhecidos.

Ao contrário do que muitos pensam, alguns exercícios auxiliam muito o tratamento. “Muito dos alongamentos indicados são simples e podem ser realizados em apenas alguns minutos, em qualquer lugar. Porém, o mais importante é realizar alguma atividade física, sem exagerar, para que o efeito não seja o contrário e o paciente fique com dor muscular”, explica Fabíola Minson.

Portanto, medicação e aeróbicos de baixo impacto, com alongamentos, fisioterapia e técnicas de relaxamento são indicados para quem tem fibromialgia. Outro fator que pode ser positivo é trabalhar o lado psicológico do paciente e tentar levar uma vida menos estressante, já que a doença também está ligada a fatores emocionais.

“Evitar o movimento quando existe uma dor faz com que a musculatura mais próxima à região dolorosa acabe tensionada”, afirma a fisioterapeuta Mariana Schamas, que coordena a caminhada Pare a Dor, da SBED, que tem a missão de orientar os pacientes e amenizar os sintomas com alongamentos e exercícios leves, tudo gratuitamente. Ela acontece duas vezes por semana no Ibirapuera, em São Paulo, e passa por outras cidades do país.