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16/01/2014 - 07:50

Sharon, o braço de ferro

Biografia de Ariel Sharon reúne histórias e revelações inéditas.

Lançado pela Editora Barcarolla, livro narra a conturbada trajetória política e pessoal do ex-primeiro-ministro israelense, morto no dia 11 de janeiro, em Tel-Aviv, após passar oito anos em coma.

Sharon, o braço de ferro apresenta o percurso político e pessoal de Ariel Sharon (1928-2014), um dos personagens mais marcantes da história de Israel, que fez carreira militar antes de se dedicar à política, ocupando sucessivamente os postos de deputado, ministro de várias pastas e primeiro-ministro – até sofrer um derrame cerebral em 2006. Após oito anos em coma, ele morreu de falência múltipla dos órgãos, aos 85 anos. Jornalista, cientista político e ex-diplomata, Freddy Eytan conviveu durante quarenta anos com Sharon e os principais dirigentes israelenses, o que lhe permitiu reunir dezenas de histórias e de revelações inéditas, apresentadas com notável espírito crítico.

O texto claro e ágil de Eytan desvenda as facetas deste controvertido homem político, o único político israelense adulado e execrado pela direita e pela esquerda, ao mesmo tempo em que narra seus combates, vitórias, fracassos e traz detalhes de sua vida privada e dramas pessoais, traz dados importantes para a compreensão de Israel e seus dilemas.

O relato faz surgir um Ariel Sharon fascinante, profundamente individualista, impulsivo e manipulador, capaz de se expor sem avaliar os eventuais perigos, arriscando-se a ser imprudente. Eytan não mede as palavras para caracterizar o temperamento do biografado: “Rancoroso, arrebenta com tudo se suas opiniões e planos não são aceitos. O estilo é sempre surpreendente, brutal e espetacular. Não recua nunca, embora saiba que avançando para seu objetivo expõe-se a ataques de todos os lados”.

Ao descrever o comportamento político de Sharon, Eytan não o pinta como um general brilhante ou um homem público dotado de extrema habilidade. Na arena política, o ex-primeiro-ministro israelense foi tão impetuoso quanto no campo de batalha: sua tática sempre foi preparar um plano espetacular, capaz de atordoar os adversários, para então atacá-los. Outro traço de sua personalidade política é o segredo: “como todo jogador de pôquer, tem sempre um ás escondido... Mas, ao mostrar o jogo, a carta é explosiva”.

Dentre os planos espetaculares de Sharon está a desocupação unilateral da faixa de Gaza e sua devolução aos palestinos, em 2005. Se o plano foi bem recebido pela mídia e pela esquerda, a decisão causou estupor no partido do próprio primeiro-ministro, o conservador Likud, que se voltou contra ele. Ao expor em minúcias os meses de crises políticas que se seguiram ao anúncio do plano, Eytan traz à luz uma série de escaramuças de bastidores, que mostram a complexidade das forças políticas em Israel e indicam como a intrincada política interna influi sobre as decisões governamentais, algo nem sempre claro para quem não acompanha muito de perto a política israelense.

O autor - Freddy Eytan foi porta-voz do estado-maior do exército israelense e, mais tarde, embaixador de Israel. Jornalista e cientista político, estudou nas universidades de Tel-Aviv e Paris II. Trabalhou para a imprensa israelense como correspondente na França e depois para a imprensa francesa como correspondente em Israel. Dentre os livros que publicou estão Les 18 qui ont fait Israël (Alphée, 2007), com perfis de 18 personalidades que marcaram Israel desde 1948; Le nouveau visage d’Israël (Editions du Rocher, 2006), uma espécie de romance autobiográfico; La France, Israël et les Arabes: le double jeu? (Jean Picollec, 2005), sobre as relações entre França e Israel no período 1972-2003 e Shimon Peres au carrefour du destin (Editions du Rocher, 1996), biografia de Shimon Peres.

Editora: Barcarolla | 272 Páginas | Preço: R$ 39,00.

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