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16/01/2014 - 07:53

O Mordomo da Casa Branca chega às livrarias pela Editora Novo Século


Publicação revela a história de Eugene Allen e traz ainda uma profunda reflexão sobre questões raciais na América.

Uma história sobre a luta social e racial nos Estados Unidos da América. Assim pode ser definido o livro “O Mordomo da Casa Branca”, que está chegando às livrarias pela Editora Novo Século. A obra apresenta Eugene Allen, um negro que aos 89 anos de idade relata os 34 anos em que trabalhou como mordomo na Casa Branca, servindo oito presidentes - de Harry Truman a Ronald Reagan.

O país conheceu o discreto Allen em 07 de novembro de 2008, quando Wil Haygood, autor do livro, publicou no The Washington Post um artigo sob o título “Um mordomo bem servido por esta eleição”. Os Estados Unidos havia acabado de eleger o primeiro presidente negro da história, Barack Obama.

Durante a narrativa, Haygood descreve a pacata vida de Allen ao lado da esposa, Helene. Na casa humilde, um porão foi totalmente dedicado às lembranças dos tempos de trabalho. Um acervo digno de museu, composto por fotos, cartas e até bustos de mármore dos ex-presidentes.

Allen presenciou momentos históricos dentro da Casa Branca. Entre eles as manifestações pelos direitos civis dos negros em 1960. Conta ainda que fez uma festa para John e Caroline, filhos do assassinado presidente John F. Kenney, em 1963, numa tentativa de alegrá-los logo após a morte do pai.

Contudo, um dos relatos mais emocionantes é sobre a Guerra do Vietnã. O filho de Allen, Charles, foi enviado ao país. Do emprego, o mordomo ouvia as ordens emitidas que impactariam diretamente sua família. “Só podia ficar ali, paralisado, ouvindo Johnson (o presidente na época) falar com seus ‘brilhantes’ articuladores de guerra”.

De tão relevante para os Estados Unidos, a história de Eugene Allen, foi parar no cinema, dirigido por Lee Daniels - cuja estreia acaba de acontecer no Brasil. Haygood acompanhou as filmagens em Hollywood que tem o ator Forest Whitaker no papel principal e Oprah Winfrey como Helene.

O livro, que não tem como única pretensão relatar a vida de Allen, falecido em 31 de março de 2010, traz ainda profundas reflexões sobre os negros no cinema. “Quando surge um filme americano com elenco predominantemente negro, as conversas começam a esquentar. O público vai prestigiar? O filme vai passar nas grandes cidades?”.

Definitivamente, livro e filme não são concorrentes - como vemos na maior parte das obras publicadas nas duas modalidades - mas sim complementos. A publicação não se limita ao enredo, mas apresenta uma profunda análise sobre a indústria cultural norteamericana no que tange a raça negra.

Em determinada passagem coloca: “Se o cinema é uma linguagem universal, o que diz sobre a América - e sobre os filmes americanos, que são grandes mercadorias de exportação -, já que seus filmes tendem a ignorar todo um segmento de sua população? Não seria cegueira cultural?”, provoca.

Além de uma verdadeira aula de história norte-americana, o leitor encontra em “O Mordomo da Casa Branca” uma boa dose de informações sobre questões raciais e cinema. Uma obra que não pode ficar de fora da estante de cinéfilos e ativistas sociais.

O Mordomo da Casa Branca | Autor: Wil Haygood | Editora: Novo Século | 192 Páginas | Preço sugerido: R$ 24,90.

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