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21/01/2014 - 08:13

Brasil avançará favorecido pela recuperação global, diz BB Investimentos

De acordo com analista do BB Investimentos, Nataniel Cezimbra, no início de 2013, o mercado estava mais otimista em relação ao Brasil. De acordo com o relatório Focus do Banco Central de 04.01.2013, as projeções de mercado assim estavam: crescimento em 3,26% (0,9% em 2012); taxa básica de juros (Selic) em 7,25% (igual ao fechamento de 2012) e IPCA (inflação) em 5,49% (5,73% em 2012).

“Para 2014, o Brasil tende a ser beneficiado pelos avanços de seus dois maiores parceiros comerciais, a China e os EUA, além da Europa sair definitivamente do “fundo do poço”. Enfim, como o País terminou sofrendo impacto adverso enquanto o mundo desacelerava, tende a ser favorecido agora por um maior crescimento global. Mais uma vez, ao longo de 2013, as companhias domésticas seguiram efetuando novos alinhamentos em investimentos e custos, se ajustando às trajetórias do cenário mundial e doméstico. O relatório Focus do Banco Central, de 03.01.2014, com as projeções de mercado, indicou para este ano: IPCA (inflação) em 5,97%; taxa Selic em 10,50% a.a.; e PIB em +1,95%, além de investimento estrangeiro direto em US$60 bilhões e câmbio médio em R$2,40 (R$2,16 em 2013)”, disse Cezimbra.

“O Ibovespa fechou 2013 em queda de 15,5%, aos 51.507 pts, descolado negativamente das bolsas de Nova York (2013: Dow Jones em +26,5%; S&P 500 em +30,8%; e Nasdaq em +38,3%). O índice foi abalado pela alteração da perspectiva da nota soberana do País de estável para negativa pela agência de internacional rating S&P, no dia 6 de junho (73% da perda no ano ocorreu neste mês). Ademais, impactaram negativamente questões envolvendo as empresas do chamado “grupo X”. De outra mão, a bolsa brasileira registrou ingresso líquido de capital externo de R$11,746 bilhões no ano passado (+R$1,82 bilhão em 2012, -R$1,35 bilhão em 2011; +R$5,96 bilhões em 2010; +R$20,5 bilhões em 2009, e -R$24,6 bilhões em 2008)”, continuou o analista.

Para 2014, a bolsa brasileira alterou a metodologia do Ibovespa, sendo agora fundamentada no free float (ações em circulação) de cada ação e em sua cotação, podendo refletir mais o “momento” de mercado. Em um quadro geral, baseado nas expectativas de mercado, as empresas exportadoras tenderão a ser beneficiadas, entre outros fatores, pela desvalorização esperada na taxa de câmbio (tanto no final de período, como na média). Este ano, dentro dos setores, deve-se “peneirar” finamente os papéis, e os balanços finais divulgados pelas empresas, que deverão ocorrer principalmente em fevereiro até meados de março, como balizadores de posicionamentos mais agressivos por parte dos investidores, tanto domésticos, como estrangeiros.

“Neste panorama geral, podem ser elencadas as seguintes premissas: . O maior crescimento global induzirá a uma elevação de preços das commodities não-agrícolas e, em menor escala, das agrícolas, com suas cotações médias situando-se acima das cotações médias de 2013.

. Influenciados positivamente pelos eventos da Copa do Mundo de futebol e por perspectivas em relação à realização daqui a dois anos das Olimpíadas no Brasil, os investimentos em infraestrutura deverão prosseguir dando suporte a investimentos de longo prazo.

. A indústria já sinalizou recuperação em 2013; as vendas no varejo tiveram um avanço menor do que 2012, mas, aparentando ser tão somente uma pausa momentânea; o setor de serviços prossegue em expansão; a taxa de desemprego média em seu mais baixo nível histórico; e a renda real, mesmo que avance de forma mais lenta, ainda estará em patamar recorde.

Enfim, um possível rebaixamento da classificação do Brasil, que ainda manterá seu “grau de investimento” em 2014, aparentemente, “já está no preço”, como se diz no jargão de mercado. Assim, a projeção do Ibovespa para o final de 2014 é de cerca de 65.000 pontos, ou seja, um potencial de valorização de 26,2% em relação ao fechamento de 2013, de 51.507 pts”, destacou o executivo do BB Investimentos.

. Perspectivas 2014.: Macroeconomia: Perspectiva Global - “A economia global deverá acentuar sua recuperação ao longo de 2014, capitaneada pelo avanço dos Estados Unidos. Entre os emergentes, a China deverá se beneficiar desta recuperação norte-americana, assim como o Japão, que já havia implementado injeção de liquidez em sua economia em 2013. Na Europa, a Alemanha deverá apresentar melhores resultados e os demais países continuarão a se recuperar, mesmo sem mostrarem resultados mais robustos. Neste cenário mundial mais favorável, o Brasil será beneficiado, lembrando que seus dois maiores parceiros comercias são China e EUA”, analisaram Nataniel Cezimbra, Hamilton Moreira Alves e Andre Ferreira do BB Investimentos.

De acordo com os três analistas do BB Investimentos, para o ano de 2014, a economia global deverá apresentar crescimento maior do que em 2013, embora ainda existam desafios a serem superados. A tabela abaixo contém as projeções do Banco Mundial de seu último relatório (14.01.2014), no qual, inicialmente, já prevê um crescimento neste ano para o Brasil acima do ano passado.

Ainda segundo os analistas, os EUA, as melhores condições do mercado de trabalho e do setor imobiliário deverão continuar a servir de alicerce para o maior avanço de 2014. O Fed (Banco Central) informou que a partir de janeiro iniciará uma gradual redução de US$10 bilhões em compras mensais de títulos de seu programa de estímulos (QE3) de US$85 bilhões mensais, podendo ampliá-la ou reduzi-la, de acordo com a evolução das condições econômicas. Vale lembrar que o órgão estabeleceu patamares para pensar em alterar a sua atual política monetária (juros entre zero e 0,25%), que é a taxa de desemprego recuar para 6,5% (fechou dezembro em 6,7%) e a inflação (PCE - núcleo) em 2,0% (1,1% em novembro).

“A China deverá promover um conjunto de reformas econômicas e sociais até o ano de 2020, que tem como objetivo principal a concessão aos mercados de um papel mais decisivo na alocação de recursos. Na agenda estão: medidas de liberalização de preços (energia, recursos e do mercado financeiro), a abertura do mercado à concorrência privada e estrangeira, reformas das empresas públicas (SOE - state-owned enterprises), reformas fiscais e melhorias no processo de urbanização, de forma a permitir sua transição para uma economia com patamar de serviços e consumo mais próximo das economias ocidentais desenvolvidas. A meta de crescimento que foi anteriormente determinada em 7,5% pelo governo, tende a ser suplantada”, destacaram os executivos.

Bolsa - “O Ibovespa terminou 2013 em 51.507 pts, com queda de 15,5% sobre os 60.952 pts do final de 2012. A máxima anual foi de 63.472 pts, em 3 de março. A partir daí, declinou até tocar em sua mínima anual em 05 de julho, aos 44.107 pts. O índice entrou em trajetória ascendente até o final de outubro, quando iniciou nova correção de preços, até o término do ano. O último trimestre de 2013 se destacou por importantes eventos, como a questão fiscal dos EUA, que levou à paralisação do governo daquele país por mais de 20 dias em outubro (em 30 de setembro, o Congresso norte-americano não aprovou o orçamento federal). O mercado também operou constantemente em função de especulações sobre a possível redução dos estímulos pelo Fed, que acabou se concretizando em sua reunião (FOMC) de 18 de dezembro, devido, principalmente, à melhoria das condições do mercado de trabalho e aos dados do PIB do 3T13 (T/T), que mostrou elevação de 4,1%, versus expectativa de +3,6%, que já havia sido revista de +2,8%, ante a projeção inicial de +2,0%”, frisaram os analistas

“Domesticamente, em 2013, o destaque positivo ficou com as ações do setor de educação e o negativo com o setor de construção civil. No Ibovespa, as ações com melhores desempenhos no ano foram: Kroton (KROT3: +73,2%), Braskem (BRKM5: +64,1%), Tim Participações (TIMP3: +56,1%), JBS (JBSS3: 47,6%) e Estácio Part. (ESTC3: +47,6%). Já as piores performances foram: Brookfield (BISA3: -66,4%), Rossi Resid. (RSID3: -55,2%), Marfrig (MRFG3: -52,8%), OI (OIBR4: -49,4%) e Prumo (LLXL3: - 46,4%). Já entre as blue chips, a Vale PNA N1 (VALE5: -15,2%) teve baixa semelhante ao Ibovespa, enquanto a Petrobras PN (PETR4 -9,0%) performou melhor. O giro médio diário da Bovespa em 2013 foi de R$7,40 bilhões (R$7,25 bilhões em 2012; R$6,49 bilhões em 2011 e R$6,48 bilhões em 2010)”, lembraram os executivos.

“O desempenho favorável das empresas exportadoras também foi destaque da bolsa em 2013 e deverá prosseguir de modo semelhante em 2014, principalmente, se a trajetória do câmbio continuar a favorecê-las. No Ibovespa, os setores que mais contribuíram positivamente foram: siderurgia, educação e papel e celulose. Já os setores com maiores participações negativas foram: construção civil, mineração e consumo. De outra mão, os direcionadores internos para 2014 continuam sendo o desemprego em baixo patamar, a manutenção da renda em nível elevado, o avanço maior do varejo, a ampliação crédito privado, bem como, a melhoria das commodities no mercado internacional”, destacaram Cezimbra, Moreira Alves e Ferreira .

“Para 2014, neste cenário, no qual o possível rebaixamento do Brasil já está, basicamente, precificado, as perspectivas de reação da economia doméstica, associada às recentes melhorias nos EUA - que influenciará positivamente a China, o Japão e a Europa, tenderão a alavancar a bolsa brasileira. De outra mão, a liquidez externa deverá prosseguir elevada, mesmo com a decisão do Fed de iniciar a redução gradual do programa de estímulos. Também, ainda existe possibilidade do BCE (Banco Central Europeu) efetuar uma nova rodada de estímulos e se utilizar de taxas de depósito negativas, bem como o BoJ (Banco do Japão) expandir seu atual programa de compras de ativos. Portanto, em algum momento ao longo deste ano, a melhoria do fluxo para o mercado acionário brasileiro deverá trazer tanto valorização para o índice doméstico, quanto favorecer novas emissões de ações, tanto por meio de IPO (oferta inicial), como de folow-on (ofertas adicionais)”, continuaram os analistas.

“A estimativa para o Ibovespa no final de 2014 é de cerca de 65.000 pts, valorização potencial de 26% em relação ao fechamento de 31 de dezembro de 2013, de 51.507 pts”, concluíram os analistas do BB Investimentos.

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