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04/12/2007 - 09:49

Brasil usa amianto de forma responsável


Conhecimento, e não ignorância, é a principal arma da sociedade para se beneficiar do uso de matérias-primas tidas como potencialmente perigosas. Os defensores da proibição do uso do amianto crisotila no Brasil falseiam a realidade repetindo que essa fibra mineral provoca doenças pulmonares. Omitem que a Organização Mundial da Saúde (OMS) proibiu no mundo inteiro o uso, isto sim, do amianto anfibólio, 500 vezes mais perigoso do que o crisotila. Preferem a máxima da propaganda nazista, de que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Mencionam repetidas vezes um suposto número – sem jamais apresentar qualquer comprovação – de pessoas que teriam trabalhado com o amianto no Brasil, inclusive em suas fábricas, e adquirido doenças pulmonares. Mas escondem que a maioria dos casos provados de ex-trabalhadores do amianto que contraíram alguma doença pulmonar era formada por tabagistas. E mais: entre os trabalhadores admitidos a partir de 1980 não se registrou nenhum novo caso no país de doenças relacionadas ao trabalho com amianto.

Nessa campanha obscurantista, pretensos salvadores da pátria afirmam ter a solução para todos os males: as fibras de polipropileno (PP), derivadas do petróleo, que misturadas ao cimento poderiam substituir o amianto. É falso. O custo dessa matéria-prima é bem mais alto que o da fibra mineral – ao menos para as empresas não participantes do conglomerado industrial que a produz. E os resultados até hoje obtidos pela única multinacional que a emprega no Brasil na produção de telhas apontam para um produto de curta durabilidade, o que obrigou essa indústria a realizar vários recalls.

Mesmo que um dia o custo das fibras de polipropileno caia drasticamente (uma utopia face à constante elevação do preço internacional do petróleo) e se desenvolva a tecnologia que torne o novo produto tão sólido, seguro, confiável e barato quanto a tradicional telha de fibrocimento com amianto crisotila, ainda não se sabe ao certo quais os efeitos sobre a saúde provocados pela aspiração dessa fibra sintética.

Especialistas da OMS comunicaram oficialmente em Lyon, França, em 2005, que a fibra de PP é respirável e tem alta biopersistência (tempo que a fibra permanece no pulmão sem ser expelida), sendo portanto carcinogênica. Então, por que trocar o conhecido pelo desconhecido, o nacional pelo importado? Por modismo?

Dias atrás, em Foz do Iguaçu (PR), o médico do trabalho e sanitarista Koshiro Otani, da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, lançou um grave alerta durante o XIV Encontro Nacional dos Trabalhadores do Amianto Crisotila. Coordenador do Programa Estadual de Saúde do Trabalhador, Otani destacou que por falta de estudos ainda não se conhecem os danos à saúde que poderão advir do uso do polipropileno em substituição às fibras de amianto crisotila. E arrematou: “Os trabalhadores não podem servir de cobaia. Da mesma forma que as empresas que usam amianto na produção de fibrocimento estão obrigadas a apresentar uma lista anual de trabalhadores e ex-trabalhadores ao SUS, para acompanhamento sanitário, o mesmo deveria ser exigido daquelas que empregam essas fibras alternativas”.

O fato é que o ser humano convive diariamente nas sociedades modernas com milhares de substâncias potencialmente tóxicas. Tais substâncias, como o chumbo, níquel, PVA, cobalto, urânio etc., desde que manuseadas de maneira correta e dentro de rígidos padrões de segurança, como ocorre hoje com o amianto crisotila no Brasil, não representam perigo para o trabalhador nem para o consumidor final.

O Acordo Nacional para Uso Controlado do Amianto Crisotila, assinado pela primeira vez em 1989 por empresários, trabalhadores e pelo então ministro do Trabalho e renovado desde então a cada dois anos, estabelece normas de segurança ainda mais rigorosas do que as fixadas pela legislação federal. O atual Acordo, em vigor desde 1º de outubro, reduziu para 0,10 fibra de amianto por centímetro cúbico de ar o índice máximo admissível de fibras em suspensão em todos os postos de trabalho da indústria do fibrocimento com uso de amianto crisotila. A legislação, mais branda, permite até 2 fibras de amianto/centímetro cúbico de ar, ou seja, 20 vezes mais.

. Por: Marina Júlia de Aquino, Presidente-executiva do Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC), instituição tripartite da qual participam representantes da mineração e de todas as empresas da cadeia produtiva de fibrocimento que utilizam amianto crisotila, assim como representantes dos trabalhadores e órgãos governamentais.

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