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25/01/2014 - 06:33

Coface: em 2014, tendência de risco favorável nas economias avançadas

Mas tensões persistentes nos grandes países emergentes.

Paris - Depois de um reajuste pós-crise entre países avançados e emergentes, em 2014 o risco-país global esta mudando, alinhando-se a um modelo mais clássico. Nas economias avançadas, os riscos estão se estabilizando, impulsionados pelo crescimento bastante dinâmico dos EUA (estimado em +2,4% em 2014), o inicio de uma recuperação na zona do euro (+0,9%) e o crescimento confirmado no Japão (+1,4%). Quanto aos países emergentes, a taxa de crescimento terá apenas um ligeiro aumento (+4,7%) e permanecerá abaixo da média correspondente ao período de 2000-2011.

Países avançados: Melhora ou Estabilização - A recuperação nas economias avançadas é marcada por divergências entre os países. A situação das empresas nos EUA (com avaliação de risco A2 sob perspectiva positiva desde outubro/2013) melhorou consideravelmente a “América Corporativa”, é considerada o elo forte da economia e tem diversas vantagens: elevado nível de autofinanciamento, recorde de rentabilidade, baixo endividamento e forte investimento. Políticas orçamentárias e monetárias objetivas e o crescimento do consumo das famílias impulsionam esta tendência positiva.

Na Europa, a Coface nota a melhora no risco na Alemanha e na Áustria (+1,7% de crescimento projetado para os dois países em 2014), para os quais a avaliação de risco A2 foi colocada sob perspectiva positiva. A atividade econômica alemã é altamente vulnerável às variações do comércio global, mas pode contar agora com o consumo das famílias. As inadimplências das empresas são menos numerosas e custosas (para o último ano, -9,1% em quantidade e –6,3% em custo financeiro1). Este aumento na atividade beneficia a Áustria, onde o desemprego é baixo e a inadimplência vem diminuindo.

Entre os países europeus que tiveram sucesso na reforma e redução de custos, a Irlanda destaca-se: é esperado um crescimento de +1,7% para 2014, com um aumento nas exportações - que foram beneficiadas com o crescimento dos USA e Grã-Bretanha - no setor de varejo, além de um aumento nos negócios e na confiança interna. O principal desafio do ano passado, o mercado de trabalho, começou a melhorar, e os preços dos imóveis demonstraram os primeiros sinais de estabilização. Estas realizações levaram a Coface a aumentar a nota da Irlanda para A3, ficando no mesmo nível que França e Inglaterra.

[1][1] Custo Financeiro é medido por débitos bancários e de fornecedores.

O diagnóstico para o restante da zona do euro é mais variado. Pelo menos podemos dizer que os riscos deixaram de crescer. Na França, pela falta das reduções significativas de custo, as empresas permanecem extremamente vulneráveis à flutuação da demanda doméstica que continua fraca comparada à média histórica (+0,6% de crescimento previsto em 2014). Como consequência desta vulnerabilidade, a inadimplência continuará alta, em torno de 62.000 em 2014. No sul da Europa, a fragilidade da demanda doméstica, o domínio da atividade empresarial por empresas pequenas e frágeis somadas à falta de inovação impede a melhora no risco de crédito. Adicionalmente, ainda existe um alto nível de endividamento das empresas, como por exemplo, na Espanha.

Economias emergentes: tensões para as empresas na maioria dos países emergentes, mas os resultados se mantêm em algumas economias da África Subsaariana.

A desaceleração do crescimento tem impactado os países emergentes: Em 2014, os países do BRICS perderão 2.4 pontos de crescimento comparado com a média de crescimento do período entre 2000 – 2011. De acordo com a Coface, isto não é devido apenas a uma desaceleração cíclica simples, mas é relacionada às restrições de oferta (o consumo doméstico está muito elevado para a produção local, que já não consegue mais manter-se). Investimentos enfrentam obstáculos estruturais: infraestrutura inadequada, ambiente de negócios problemáticos e escassez de mão de obra qualificada. Além disso, a fraqueza local no fornecimento de combustíveis importados, e os déficits atuais continuarão em alta em 2014. A taxa de câmbio, portanto, estará vulnerável, principalmente porque em 2014 acontecerão eleições presidenciais no Brasil, Índia, Turquia e África do Sul.

Quatro países na África Subsaariana não estão sujeitos a este novo aumento no risco. Apesar de uma situação de segurança volátil, a Coface colocou sob perspectiva positiva a nota D de Ruanda e Nigéria e a nota C do Quênia. A nota da Costa do Marfim foi aumentada para C. O crescimento deve continuar forte em 2014, mantido pela diversificação dos setores que beneficiam o consumidor.

"A redução do risco em países avançados está confirmada e ilustrada pelas tendências positivas em duas grandes economias: USA e Alemanha. Ambos os países foram beneficiados pela robustez financeira de seus negócios e a recuperação agora é baseada em fundamentos sólidos. No que se refere aos principais players europeus, o final da recessão significa estabilização dos riscos para o momento. Mas a expectativa é que haja crescimento lento. Na verdade, seria necessário um crescimento de pelo menos +0,8% na Itália, + 1,6% na França e +2,5% no Reino Unido para que a inadimplência diminua significativamente. De qualquer maneira, nestas três economias o crescimento esperado para 2014 não irá atingir estes níveis. Nos países emergentes, atualmente o déficit em conta-corrente e o crescimento enfraquecido ao longo do tempo sobrecarregam as empresas. Mas, felizmente, o mundo emergente é diferente: uma nova geração de países se caracteriza pela sua resistência á choques externos, inclusive e na dianteira, muitas economias na África Subsaariana.” Diz Yves Zlotowski, economista chefe da Coface.

Perfil - O Grupo Coface, um dos líderes mundiais em seguro de crédito, oferece às companhias ao redor do mundo soluções que os protegem contra o risco de inadimplência de seus clientes, tanto no mercado doméstico quanto para exportação. Em 2012, o grupo Coface registrou um faturamento consolidado de € 1.6 billhão, com 4.400 funcionários em 66 países fornecendo um serviço local ao redor do mundo.

A cada trimestre, a Coface publica suas análises de risco-país de 158 países com base no seu conhecimento exclusivo do comportamento de pagamento das companhias e no expertise dos seus 350 underwriters, alocados próximos aos clientes e seus devedores.

Na França, a Coface gerencia garantias públicas à exportação em nome do Estado Francês.

A Coface é subsidiária do Natixis Corporate, gestão de investimentos de empresas e serviços financeiros especializados, parte do Groupe BPCE [www.coface.com.br].

As avaliações de Risco País Coface mede o nível médio de inadimplência de pagamentos em um determinado país, no âmbito de suas operações comerciais no curto prazo. Isso não se refere á divida soberana. Para determinar o risco de um país, a Coface avalia as perspectivas econômicas, financeiras e políticas do país em conjunto com a experiência da Coface em pagamentos e avaliações de clima de negócios.

Avaliações que podem ser colocadas sob perspectivas, tem uma escala de sete níveis: A1, A2, A3, A4, B, C, D.

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