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04/02/2014 - 09:08

"Cosmocartas - Hélio Oiticica e Lygia Clark"


Com os atores Álamo Facó e Cristina Flores, direção de Renato Linhares e dramaturgia de Pedro Kosovski e Álamo, espetáculo fica em cartaz até o dia 08 de fevereiro (sábado), no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica.

Uma imersão no universo de dois dos maiores ícones das artes visuais no Brasil é a proposta central de "Cosmocartas - Hélio Oiticica e Lygia Clark", que realiza as últimas apresentações da temporada de estreia, no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica. Com os atores Álamo Facó e Cristina Flores, a peça tem direção de Renato Linhares e colaboração artística de Cesar Augusto. O espetáculo é inspirado no livro "Lygia Clark/Hélio Oiticica: Cartas 1964-1974" (Ed. UFRJ) e ganhou tratamento dramatúrgico assinado pelo próprio Álamo Facó e Pedro Kosovski. As apresentações acontecem dentro de uma instalação do coletivo de artes Opavivará!, de quinta a sábado, até o dia 8/02. A entrada é gratuita.

Tendo como ponto de partida a correspondência entre Lygia e Hélio, o espetáculo traz a troca de pensamentos e experiências entre um e outro, durante o período de dez anos em que ela morou em Paris e ele, no Rio de Janeiro, Londres e Nova York.

Ao longo de 40 cartas, transparecem as angústias, os desejos e o cotidiano de suas vidas e, sobretudo, um enorme desejo de transformação na arte e no Brasil.

A dramaturgia e a encenação desconstroem uma abordagem figurativa ao posicionar os intérpretes, Álamo e Cristina, como leitores ativos de Hélio Oiticica e Lygia Clark, respectivamente. Cria-se, então, um jogo de espelhos, uma zona fantasmática, um "caos especular" em que a dupla de leitores-artistas inaugura percepções, experiências e pensamentos em parceria imaginária com a consagrada dupla de artistas plásticos. E-mails trocados por Álamo e Cristina, durante o processo de criação, se misturam às cartas de Hélio e Lygia; a favela da Mangueira e a escadaria de Selarón tornam-se penetráveis-urbanos remontando à obra de Oiticica; proposições sensoriais vividas entre os intérpretes e o público atualizam a pesquisa de Clark sobre os limites entre arte e psicologia.

A abordagem histórica de Hélio e Lygia (entre 1964-74) politiza-se no presente histórico (2013-14) em que Álamo e Cris estão mobilizados por experiências poéticas de liberação e direito sobre o próprio corpo. Segundo os idealizadores, a criação desta peça é uma resistência ativa frente às forças de repressão que impedem a manifestação, a erotização e os desvios do corpo.

Ao fazer com que atores e público percorram três salas do Centro de Artes, em uma grande instalação criada pelo coletivo Opavivará!, há o objetivo de fazer com os espectadores entrem no universo singular da dupla de artistas plásticos, transformem e ampliem as fronteiras entre arte e vida. Mas o essencial deste percurso é ativar a experiência do sensível e reposicionar as zonas de intensidade e erotismo que unem pensamento e corpo. Durante o trajeto, a plateia se vê diante da possibilidade não apenas de assistir a uma peça, mas de criá-la em parceria com os atores.

A concepção do projeto teve início há cerca de cinco anos, quando Pedro travou o primeiro contato com o livro. "Peguei o livro da biblioteca e, encantado com a obra, mostrei-o a Álamo. Nós morávamos juntos nessa época. Em seguida, Álamo entregou o livro para Cristina, que o passou a Renato. Criou-se, assim, uma cadeia de roubos e encantamentos. Hoje já nem sei com quem o livro está.". Outros amigos foram se unindo ao projeto, que, ao fim do processo, virou uma invenção de Álamo Facó, Cristina Flores, Pedro Kosovski, Maria Flor Brazil, Renato Linhares e do coletivo Opavivará!. Integram ainda a ficha técnica Ticiana Passos, que assina o figurino, Tomás Ribas, responsável pela luz, e Gabriel Fomm, à frente da trilha sonora.

A peça não cobrará ingresso de entrada, entendendo que o espectador já pagou pelo mesmo quando o projeto ganhou o edital FATE 2012 (Fundo de Apoio ao Teatro), da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura. Este é também um posicionamento ideológico, que traz à tona conceitos gerados por Hélio e Lygia, tais como a "deselitização da arte" e "a arte e o não-objeto comercializável".

"Cosmocartas - Hélio Oiticica e Lygia Clark" é o primeiro espetáculo inspirado no livro "Lygia Clark/Hélio Oiticica: Cartas 1964-1974", que conta com o apoio das famílias tanto de Hélio Oiticica, quanto de Lygia Clark.

.[Temporada: até 08/02/2014 (quinta a sábado), às 19 horas, no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Rua Luís de Camões, 68, Centro do Rio. Telefone: (21) 2232-4213 | Classificação: 18 anos | Duração: 90 minutos | Capacidade: 50 pessoas | Gênero: DocCaos | Entrada gratuita (distribuição de ingressos 1 hora antes da sessão)].

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