Banco Santander: lucro líquido de R$ 1,4 bilhões, diz BB Investimentos

Embora abaixo do esperado, se manteve estável em relação ao trimestre anterior (0,5% T/T) e 7% abaixo de nossas estimativas, apontam analistas.

O Santander apresentou um resultado neutro, com lucro líquido de R$ 1,4 bilhões e que se manteve estável em relação ao trimestre anterior (0,5% T/T) e 7% abaixo de nossas estimativas. A NIM continua em queda, -50 bps T/T, impactada pelo baixo crescimento da carteira e da mudança do mix. A queda da inadimplência continua como ponto positivo do resultado, uma vez que o NPL90 recuou 80 bps T/T e encerrou o trimestre em 3,7%. Análise de Nataniel Cezimbra, gerente da equipe de analistas do BB Investimentos, e Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos para bancos e serviços financeiros.

Carteira de crédito e inadimplência: “O crescimento em 12 meses da carteira de crédito classificada continua menor de que seus pares privados, com a carteira crescendo 7,3%, contra 11% de crescimento apresentado pelo Bradesco. O crescimento da carteira está ancorado no bom desempenho da carteira de grandes empresas, que cresceu 19,3% em 12 meses, porém ajuda a explicar a queda da NIM, uma vez as linhas deste segmento possuem spreads menores. Mais uma vez, a melhora na qualidade da carteira foi o destaque positivo do resultado. O índice de inadimplência de atrasos acima de 90 dias (NPL90) apresentou queda de 80 bps com a inadimplência na carteira de pessoas físicas recuando 90 bps, enquanto na carteira de pessoas jurídicas, a queda foi de 70 bps”, observam Nataniel Cezimbra e Carlos Daltozo.

Receitas de Serviços: “As receitas de serviços somaram R$ 2.847 milhões no trimestre e vieram 6,4% acima de nossas expectativas, com avanço de 8,9% ante o trimestre anterior. O motivador deste crescimento foi o efeito não recorrente alteração na regulamentação da Susep, que impactou positivamente a receita de comissão de seguros de dezembro em aproximadamente R$ 130 milhões. A receita de cartões de crédito continua mostrando bom desempenho, com alta de 10,8% T/T.”, continuam os executivos do BB Investimentos.

Despesas e Eficiência Operacional: “As despesas de pessoal foram impactadas pelo acordo coletivo da categoria e apresentaram aumento de 7,7% T/T. Já as despesas administrativas, incluindo depreciação e amortização, avançaram 3,2% T/T, impactada pelo efeito sazonal de final de ano nas despesas de marketing, que avançaram 55,4% T/T. O índice de eficiência avançou 220 bps T/T, chegando a 51,1% no quarto trimestre de 2013”, complementam.

Perspectivas: “O Santander apresentou mais uma vez um resultado neutro. O crescimento da carteira está ancorado no bom desempenho do segmento de grandes empresas, que reduz o spread global da carteira de crédito. O banco continua perdendo terreno para seus principais concorrentes, com baixo crescimento da carteira de crédito e a tendência é que continue reduzindo seu market share em 2014”, preveem os analistas.

Valuation: “ Reduzimos nosso preço alvo em 14,6% de R$ 17,00 para R$ 14,60 para o final de 2014 e mantemos o rating em market perform. Nosso preço alvo está baseado em uma avaliação por desconto de dividendos (DDM) de três estágios, onde assumimos um custo de equity (Ke) de 14,5% e um crescimento na perpetuidade (g) de 6%. A unit do banco (SANB11) está sendo negociada a um múltiplo de 0,7x P/BV14 e de 7,3x P/E14. Nossa top pick para os bancos privados é o Itaú (ITUB4), que passou por ajustes substanciais nos últimos trimestres e deverá apresentar uma retomada mais forte de crescimento”, concluem análise.