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05/02/2014 - 08:25

Diário de uma veranista


O inconfundível barulho do mar me chama. Quando o astro do dia aparecer, saio para me exercitar. Inércia (de repouso) e praia definitivamente não combinam - embora em determinados momentos combinem perfeitamente.

Madrugo, como sempre. Hoje é o marco oficial do meu início de veraneio, uma segunda-feira um tanto bucólica. Foi-se o final de semana movimentado, com a família reunida. Inicia-se a doce rotina de sol, praia, chimarrão, exercícios, leitura...  Por enquanto, sem máquina do diabo! A expressão, alcunha de televisão (ouvi em uma palestra no Teatro do SESI ou li no livro “A Semente da Vitória”?), é do ex-treinador físico do piloto Airton Senna, Nuno Cobra. Ele ensina magistralmente como se iniciar no esporte da corrida, independentemente da idade: muita calma nessa hora. Também serve para abandonar de vez o sedentarismo do sofá, vale a pena ler. São diabólicas as propagandas inverossímeis nos seduzindo a adquirir todo tipo de inutilidades. E que tal os programas de péssimo nível divulgando shows de exibicionismo e rosários de desgraças? Não há o que não haja.

 A TV que habitava a casa recém-adquirida era tão obsoleta, que foi doada. Mesmo destino ao microondas e à máquina de lavar roupas. Salvou-se a dupla essencial fogão-geladeira. Em que investir inicialmente? Ficamos com pintura e decoração despojada e praieira, arejada pela providencial brisa dos ventiladores de teto.

 Muitos veranistas investem no que há de mais moderno, com panos e mais panos de vidro substituindo portas e janelas, o que explica, em parte, a multiplicação de splits pelo litoral. Em inúmeras casas proliferam impensáveis recursos high tech. Na vizinhança, me deparo com um quadro cujas fotografias se movimentam como nos filmes do Harry Potter e na nova atração da Universal, em Orlando/EUA. É uma novela! Trata-se de uma TV com moldura, colocada no lobby da residência. Os moradores assistem aos programas na varanda, de costas para a rua. E os transeuntes, curiosos, observam.

 Passam várias pessoas devidamente uniformizadas para os exercícios em direção à beira-mar. O leite para o café da manhã está fervendo e não quero que derrame, voo para a cozinha. Afinal, movimento é a antítese da preguiça – que medo de enferrujar. Após café e jornal, correrei para a praia. Prefiro esse movimento aos tecnológicos, todos em telas. Quero o vento do mar em meu rosto!  

. Por: Marta Leiria Leal Pacheco, Procuradora de Justiça do Estado do RS

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