Comitiva do USDA vem ao Brasil para conhecer a evolução da raça Angus no País

Programa do governo americano com foco em mercados emergentes quer usar o modelo de produção brasileiro como exemplo para países da AL.

A Associação Brasileira de Angus recebeu na última semana a visita de uma comitiva do Emerging Markets Program (EMP), ou Programa de Mercados Emergentes, na tradução para o português.

O programa é uma iniciativa do USDA, o departamento de agricultura do governo dos Estados Unidos, e visa, além de promover a exportação de produtos agrícolas produzidos no país, também identificar mercados novos mercados com potencial para a produção de alimentos.

Na América Latina a iniciativa tem olhos para a Colômbia, Nicarágua, Honduras e, é claro, o Brasil. No entanto, por aqui o objetivo é um pouco diferente, segundo explica o gerente de produtos de corte da CRI Genética (parceira do programa no Brasil), Daniel Carvalho. “A intenção do programa é identificar dentro do nosso ambiente de produção quais soluções e práticas podem ser exportadas para os países da região.”

Dentro da cadeia da pecuária o grupo escolheu conhecer propriedades que trabalham com Angus devido ao destaque da raça no cenário nacional, desempenhando papel central no ciclo atual da pecuária, cujo foco é não somente a produtividade, mas também a qualidade da carne produzida.

De acordo com Carvalho, o grupo ficou impressionado com o que viu ao visitar uma propriedade no estado do Mato Grosso do Sul, que utiliza o Angus no cruzamento industrial. “Eles viram a evolução dos rebanhos e o quanto o uso da genética Angus encurta o ciclo de produção. Ganha-se um ano no boi abatido e a novilha entra em reprodução mais cedo também”, diz.

Ainda no Mato Grosso do Sul o grupo visitou uma unidade de confinamento de animais Angus e uma planta de abate do frigorífico JBS, completando todo o ciclo de cria, recria, engorda e abate. “Eles puderam conferir in loco o funcionamento dos abates com certificação internacional”, relata Carvalho.

A estada no Centro-Oeste terminou na Embrapa Pecuária de Corte, onde a comitiva teve contato com os diversos projetos de melhoramento genético envolvendo a raça Angus que estão sendo desenvolvidos pelo órgão de pesquisa.

Por fim, o grupo partiu para o Rio grande do Sul onde além de conhecer uma cabanha tradicional, na produção de genética Angus, puderam conhecer de forma mais detalhada a história e os resultados do Programa Carne angus Certificada, maior iniciativa do Brasil no setor e que possibilitou o desenvolvimento de toda a cadeia conhecida pelos membros do EMP. Na ocasião, o gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada , Fábio Medeiros situou o grupo também sobre a evolução da pecuária nacional e sobre o papel do Angus, como raça líder em venda de sêmen para cruzamentos industriais no País.

“O grupo ficou muito satisfeito com o que viu, e impressionado com o nosso preparo. Agora o programa irá estudar como levar o modelo criado aqui para outras regiões”, conclui.