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12/02/2014 - 09:38

Manifesto sim, crime não!

Quando o povo voltou às ruas o sentimento que pouco a pouco foi tomando conta foi o de esperança. A sensação de renovação foi inevitável, já que em outros tempos a mobilização popular foi determinante para mudanças significativas do país, como as Diretas e o impeachment do presidente Collor, com forte mobilização dos chamados caras pintadas. Os gritos foram de que o Gigante acordou e, realmente emocionou a maioria dos cidadãos. No entanto, com exceção das primeiras manifestações nas grandes capitais, quando notoriamente se viu um povo indignado, todo o resto se descambou para a violência sem propósito e o crime puro e simples, com saques, furtos, agressões contra a polícia e a imprensa. Atitudes que nada tem a ver com manifesto.

Recentemente, mais uma vez, o limite foi extrapolado. O que seria uma manifestação pacífica novamente se transformou em confronto, mas com um agravante, além das novas depredações e ataques à polícia militar, um jornalista foi covardemente atingido por uma bomba caseira. Um absurdo já que o cinegrafista Santiago Andrade perdeu a vida no exercício de sua profissão, representando, justamente, um canal legítimo para visibilidade do manifesto, ou seja, o criminoso que o atingiu nada quer dizer, nada quer reivindicar. Não se trata de um cidadão exercitando sua cidadania, mas um criminoso que não respeita a vida e merece ser punido com todos os rigores da lei.

Certamente a impunidade é ainda determinante para o aumento desses episódios e também de atentados contra jornalistas. No Brasil, em 2012, estudo do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) já apontava que o Brasil ocupava o terceiro lugar nas Américas e o 11º no mundo no ranking de impunidade de crimes praticados contras os profissionais de imprensa.

No caso do cinegrafista, inicialmente especulou-se que a bomba que o atingiu teria sido arremessada pela polícia, o que as imagens comprovaram o contrário. Nessa medida de força entre manifestantes, ou melhor, de vândalos travestidos de cidadãos, o alvo é sempre desestabilizar a polícia. A tentativa constante é de desmoralizar a figura da lei para justificar procedimentos criminosos. Falam de falta de treinamentos adequados, despreparo, mas a verdade é que para lidar com mobilizações populares o procedimento da PM é o mesmo de toda polícia internacional.

Em qualquer lugar do mundo, a polícia, na defesa da cidadania e na busca da manutenção da ordem pública, trata cidadão como cidadão, mas bandidos, arruaceiros e criminosos com o rigor e a virilidade que merecem, deixando claro que manifestação é uma coisa e atos criminosos que atentam à democracia e à paz social, outra.

. Por: Marcos Espínola, Advogado criminalista.

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