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15/02/2014 - 08:00

Mais saúde é a solução

Lidar com saúde e vidas humanas requer compromisso e seriedade. Lamentavelmente, no campo político, o bom senso não prevalece em regra, sendo a assistência aos cidadãos tratada como simples questão política, eleitoreira e ideológica.

Qualquer um que tiver a oportunidade de conhecer a realidade do nosso sistema de saúde de norte a sul verá que os problemas são comuns. Pacientes jogados em macas à espera de leitos, equipamentos sucateados, estrutura física precária, falta de medicamentos e de recursos humanos. A carência não é apenas de médicos; nas periferias e regiões remotas não há enfermeiros, nutricionistas, cirurgiões-dentistas, fisioterapeutas e assim por diante.

Na ausência de uma política consistente e responsável para fazer frente às demandas de assistência da população, surgem arremedos de todos os matizes. Assim, problemas se eternizam e outros surgem de cara nova.

Agora mesmo, assistimos a uma série de deserções no programa Mais Médicos do Governo Federal. Profissionais cubanos estão desistindo de atender, pois sentem-se tratados como escravos. Não recebem 13º salário, férias, não têm quaisquer direitos trabalhistas. Ganham, ao mês, pouco mais de um salário mínimo (aproximadamente R$ 960,00) para atuar em regiões inóspitas, sem o mínimo de estrutura para uma boa prática da medicina.

Há casos de cubanos há dois meses em nosso país sem receber nem essa ajuda de custo. Outros ainda não possuem onde morar nem recebem recursos para a condução. Existem diversos relatos de que parte sobrevive à base de favores da comunidade, condoída com a condição subumana a que têm sido submetidos estes médicos.

Fica evidente que, em vez de resolver o problema de saúde da população, o Governo abriu mais uma chaga social no Brasil. Isso sem falar que até agora não se deu ao trabalho de explicar como os cubanos ganham um salário de fome, se o repasse a Cuba é de R$ 10 mil/mês por médico.

Em São Paulo, o Conselho Regional de Medicina, Cremesp faz tempo denuncia a falta de consistência do programa Mais Médicos. Inclusive se negou a registrar profissionais, pois muitos nem possuem documentação necessária para comprovar que estão aptos a assistir aos brasileiros.

Como registrei no início deste artigo, lidar com saúde e vidas humanas requer compromisso e seriedade. O horror é que fica cada vez mais claro que muitos políticos simplesmente ignoram o que seja ética e tratam nossos cidadãos apenas como trampolins para o próximo palanque.

. Por: Renato Azevedo Júnior, conselheiro e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo.

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