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15/02/2014 - 08:00

IAC contribui para qualificar análises de solos no setor privado

O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, contribui para mudar o perfil dos laboratórios privados que realizam análises de solos. A capacitação do setor por meio de transferência de tecnologia do IAC e a avaliação das atividades dos laboratórios participantes do Ensaio de Proficiência IAC para Laboratórios de Análise de Solo para Fins Agrícolas são constatadas em números. Dos 122 laboratórios participantes, 82% são privados e 72% são de São Paulo. O Ensaio diferencia-se, sobretudo, por dois aspectos: a qualidade do método desenvolvido pelo IAC, pioneiro na área, e a constância no desenvolvimento do trabalho, somadas ao rigor na orientação e acompanhamento dos laboratórios participantes. Este ano o trabalho completa três décadas, sem interrupção. Nesta terça-feira, 18 de fevereiro, a partir das 9h, será feita a 30ª Reunião Anual do Ensaio de Proficiência IAC para Laboratórios de Análise de Solo para fins Agrícolas, na Sede do Instituto, em Campinas.

O Instituto transfere métodos e checa a qualidade das análises feitas pelos integrantes com as amostras do Programa Interlaboratorial. A adesão é voluntária e os laboratórios com conceito A e B recebem selo atestando proficiência nas análises realizadas. A relação do grupo está disponível no site do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Tudo é feito por sistema eletrônico, sem identificação do laboratório, que acessa os próprios dados por meio de senha pela internet.

A contribuição efetiva do IAC para a qualificação do setor privado pode ser comprovada por meio de estatísticas. Atualmente, 60% dos laboratórios participantes fazem análise completa, incluindo análise química, básica, de nutrientes e granulometria. No passado, a maior parte dos laboratórios só fazia análises básicas. Hoje, somente 12% são restritos a esse serviço. Essa mudança no perfil dos laboratórios mostra, na avaliação do coordenador do Ensaio, Heitor Cantarella, que o IAC tem contribuído de maneira eficaz para a capacitação dos laboratórios. A adoção dos métodos do IAC e a melhoria nos processos levam as unidades ao aumento da gama de análises. “Em cerca de dois anos, a partir do ingresso do laboratório no Ensaio de Proficiência IAC para Laboratórios de Análise de Solo para Fins Agrícolas, a maior parte dos laboratórios com problemas analíticos atingem níveis satisfatórios”, diz.

Segundo Cantarella, ao longo dos anos, observa-se um aumento do número de laboratórios com melhores conceitos (A e B) e redução do número de laboratórios com notas inferiores (C e D). Em 1995, quando começaram as análises de micronutrientes, só 10% dos laboratórios participantes obtiveram nota A. Hoje 47% têm esse conceito. A granulometria começou em 2000, quando apenas 15% dos participantes tinham conceito A. Hoje são 46% com essa avaliação. O coordenador relata que os laboratórios se empenham em obter o selo de qualidade, pois o mercado já procura saber se a unidade tem esse selo do Instituto Agronômico.

Para se ter ideia do cenário em que esse Ensaio de Proficiência IAC para Laboratórios de Análise de Solo para Fins Agrícolas está inserido, em 2013 foram feitas 1 milhão e 300 mil análises básicas, por 70% dos laboratórios participantes. Desse total, 57% foram feitos por laboratórios de São Paulo. O grupo fez ainda 517 mil análises de micronutrientes e 448 mil de granulometria.

“O Ensaio de Proficiência é um grande sucesso, percebemos isso pelo número crescente de adesões de laboratórios, que resulta da respeitabilidade do Instituto junto aos usuários”, avalia Cantarella. Para ele, os dados sobre a melhoria do desempenho dos laboratórios são indicativos de que o trabalho vem atingindo seus objetivos. “A constância do nosso trabalho e o respeito aos cronogramas são aspectos importantes; essa aferição de resultados tem que ser tarefa rotineira dos laboratórios”, considera.

Contribuição prática e direta -Essa atividade do IAC qualifica os prestadores de serviços em análises de solo e assim contribui com todos os setores de produção agrícola. Essa tecnologia é fundamental para a produtividade de qualquer cultura. O passo seguinte às análises são as recomendações de adubação e calagem. Esses insumos representam, em média, 20 a 30% do custo de produção de qualquer das lavoura. “As análises de solo permitem otimizar esses investimentos, pois levam a lavoura a atingir seu potencial de produção para aquela condição de solo e clima”, explica Cantarella. Ele completa dizendo que, com base no diagnóstico, é possível evitar o excesso do uso de produtos e assim minimizar gastos e impactos ambientais. Todos esses benefícios podem ser obtidos com baixo investimento, já que cada análise sai por R$ 25,00 a R$ 30,00.

Ao considerar a implantação de um hectare de cana-de-açúcar, o custo total gira em torno de R$ 1.500,00. Os fertilizantes representam 20% desse montante, ou seja, R$ 300,00. Calculando em 20 hectares, o investimento é de R$ 30,00 na análise para orientar um investimento total de R$ 6 mil.

Além da cana, citros, café e outras culturas de grande importância para o Estado de São Paulo têm suas lavouras orientadas com base nesse recurso. São paulistas 72 dos 119 laboratórios que enviaram resultados e foram avaliados. Minas Gerais vem em segundo lugar, como 18 participantes. No total, 13 estados brasileiros participam do Ensaio de Proficiência IAC para Laboratórios de Análise de Solo para Fins Agrícolas — Goiás, Paraná, Mato Grosso, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. Essa presença nacional explica-se pela credibilidade conquistada pelo IAC nesta área. Dos 122 participantes, 82% são privados. Os laboratórios que têm nas análises de solo e planta sua principal atividade, chamados independentes, somam 36%.

Para concorrer ao selo de qualidade, os laboratórios devem fazer todas as determinações do conjunto analítico em que pretendem participar, além de analisar um número mínimo de 16 amostras por ano. Isso representa 80% das distribuídas. Em 2013, 100 concorreram ao selo, que é dispensado pelas unidades que fazem análises somente para uso interno.

Olhos para o futuro - Contribuir para os laboratórios se qualificarem para o atendimento das exigências frente aos processos de acreditação. Esta é a nova meta do Ensaio de Proficiência IAC para Laboratórios de Análise de Solo para Fins Agrícolas para os próximos anos. “O Ensaio de Proficiência faz parte do processo para obter acreditação junto aos órgãos competentes, estamos atentos a isso e preparados para essa nova fase do nosso público”, diz.

O IAC foi o primeiro no Brasil a fazer análises de solo. Quando essa atividade teve início no País, somente laboratórios públicos prestavam esse serviço. Com o aumento da demanda, fruto do maior interesse dos agricultores pela tecnologia disponível e pelo despertar do setor pelo novo mercado, unidades privadas passaram a prestar o serviço. Nesse novo cenário, o Instituto Agronômico — como instituição pública — assumiu o papel de oferecer suporte ao setor privado, transferindo os métodos de análises de solos, capacitando os laboratórios particulares e aferindo a qualidade do serviço prestado. O IAC continua fazendo análises para agricultores e fornecendo recomendações. São feitas cerca de 20 mil análises anualmente.

O Instituto Agronômico desenvolveu os métodos, lançados em 1983, com foco em diagnósticos mais confiáveis para os solos paulistas. Um ano depois, lançou o Ensaio de Proficiência IAC para Laboratórios de Análise de Solo para Fins Agrícolas de Qualidade de Laboratório de Solos. Desenvolvido para São Paulo, ao longo do tempo o Ensaio foi atraindo laboratórios de outros Estados e até do exterior. No momento, há uma unidade do Paraguai, deverá entrar um laboratório da Costa Rica e retornar um do Uruguai. |Carla Gomes/IAC.

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