ALL e Katoen Natie iniciam operação de contêineres para o Porto de Santos

Parceria transforma terminal de Paulínia em um dos maiores centros logísticos do estado de São Paulo, que agora tem nova opção para o transporte de produtos industrializados.

A ALL, maior empresa de logística com base ferroviária da América Latina, e a multinacional belga Katoen Natie firmaram parceria para criar uma nova opção de transporte de contêineres entre Paulínia e o porto de Santos. O novo canal representa uma evolução no transporte ferroviário no estado de São Paulo e prevê a movimentação ferroviária a partir do Centro de Distribuição Multimodal (CDM) localizado em Paulínia, com capacidade para movimentar cerca de 110 contêineres por dia.

Desde que assumiu o controle da Brasil Ferrovias (concessões Ferroban, Ferronorte e Novoeste), em maio de 2006, a ALL têm investido para otimizar a operação ferroviária, inclusive com o transporte de novos produtos. “O estado de São Paulo é o maior mercado de contêineres do Brasil e a região de Paulínia e Campinas é uma grande concentradora de empresas exportadoras e importadoras. Esta operação visa conectar pelo modal ferroviário o maior porto do país com o principal mercado de contêineres, de uma forma mais segura e com menor custo”, conta Bruno Lino, gerente da unidade de Produtos Industrializados da empresa em São Paulo.

Segundo Lino, a parceria com a Katoen Natie mostra uma mudança no perfil do transporte ferroviário no estado de São Paulo. “Estamos trazendo para São Paulo o know-how que desenvolvemos nos mercados da Região Sul, onde já movimentamos anualmente cerca de 100 mil TEUS. Neste caso, oferecemos aos nossos clientes além da operação intermodal completa, todos os serviços da Katoen Natie, que é especialista em armazenagem e distribuição”, explica.

O trem facilita a movimentação, armazenagem e descarga de contêineres e está completamente integrado a estrutura existente no CDM de Paulínia, para a oferta de serviços de maior valor agregado. O CDM conta com silos de armazenagem, mistura e homogeneização, armazéns, linhas de embalagem, balança rodoviária, entre outros recursos. “Iremos transportar os produtos através de um modal mais seguro, inteligente e sustentável”, salienta o Gerente Comercial da Katoen Natie, Michel Gelders.

Movimentação - Os contêineres são recebidos nos terminais portuários de Santos, principalmente o Terminal Santos Brasil, e trazidos, via ferrovia, para Paulínia, de onde são distribuídos para os clientes da ALL. No fluxo inverso, para exportação, o produto é trazido até Paulínia, onde é acondicionado em contêineres, liberado através o REDEX no CDM e enviado ao porto de Santos.

O transporte para o porto de Santos está sendo feito, inicialmente em fase de testes, com dois pares de trens por semana, mas a previsão é que até o final do ano este montante chegue a um par de trens por dia. “Estamos realizando parceria com armadores para ganhar escala na operação, instalar depots no terminal da Katoen Natie e oferecer maior nível de serviço ao cliente final. Para 2008, teremos saídas diárias de Paulínia e de Santos”, conta Lino.

Localização estratégica – A localização do CDM é estratégica para o mercado consumidor, pois, através de operação intermodal, o serviço poderá abranger as cidades de Piracicaba, Rio Claro e Limeira, além da região de Campinas e Paulínia.

No sul do país, onde opera há mais de 10 anos, a ALL realiza o transporte de vários produtos industrializados, entre eles contêiner, madeira, papel, cimento e siderúrgicos, entre outros. Investimentos - Para atender a operação, a ALL irá reformar 120 vagões e seis locomotivas, num investimento total de mais de R$ 6 milhões, além de investimentos em via permanente.

Já a Katoen Natie irá ampliar o ramal ferroviário com mais 700 metros e criar um pátio de manobras, o que facilitará a operação ferroviária. Com isso, será possível o recebimento de 65 vagões por vez. Em poucos meses, o terminal terá capacidade para receber 2.400 contêineres por mês na entrada e saída no Centro de Distribuição Multimodal de Paulínia.

Entre os investimentos, também estão a ampliação do pátio de contêineres de 15 mil metros quadrados para 45 mil metros, a ampliação de um armazém para 34 mil metros quadrados, e a construção de uma estação de limpeza e conserto de contêineres.

O terminal está capacitado para operações de produtos químicos e petroquímicos, bens de consumo, automotivos e cargas gerais, sendo que a Katoen Natie objetiva também operações com produtos farmacêuticos, cosméticos e defensivos agrícolas. “O objetivo é oferecer alem da movimentação dos contêineres e cargas, serviços de valor agregado para “supply chain” de nossos clientes”, afirma Gelders.

Perfil da ALL - Maior empresa de logística da América Latina e maior companhia ferroviária do Brasil, a ALL – América Latina Logística possui uma malha de 20.495 mil quilômetros de extensão, que abrange os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Brasil e as cidades de Paso de los Libres, Buenos Aires e Mendoza na Argentina, e opera uma frota de 1.000 locomotivas e 29,7 mil vagões, além de cerca de 1.200 veículos entre próprios e agregados.

A ALL possui ainda uma estrutura consolidada que conta com mais de 70 unidades espalhadas por cidades do Brasil, Argentina, Chile e Uruguai e localizadas em pontos estratégicos para embarque e desembarque de carga.

Entre seus principais clientes, estão algumas das maiores empresas do país, como Cargill, Bunge, AmBev, Unilever, Votorantim, Scania, Petrobras e Gerdau. Seus serviços logísticos incluem o desenvolvimento de projetos customizados, movimentação nacional e internacional door-to-door, distribuição urbana, coletas milk run, gestão completa de armazéns, centros de distribuição e estoques. Atende aos mais diversos segmentos: commodities agrícolas e fertilizantes, combustíveis, construção, madeira, papel, celulose, siderúrgicos, higiene e limpeza, e autopeças, embalagens, químicos e petroquímicos, bebidas, entre outros.

A empresa iniciou suas atividades em março de 1997 como Ferrovia Sul Atlântico, ao vencer o processo de privatização da malha ferroviária sul (PR, SC e RS). Em dezembro de 1998, por meio de um contrato operacional, passou a operar também no trecho sul de SP. Em agosto de 1999 adquiriu as ferrovias argentinas MESO e BAP, dobrando a extensão de sua malha. Em julho de 2001 integrou a totalidade dos ativos e atividades da Delara, dando origem à maior empresa de logística da América Latina.

O lançamento de ações na Bolsa de Valores de São Paulo, em junho de 2004, foi um marco na trajetória da ALL, pois possibilitou a captação de recursos para financiar seu projeto de crescimento. Hoje, é a única empresa de logística que possui capital aberto no Brasil, com práticas de governança corporativa superiores.

Em maio de 2006, a ALL comprou as operações da Brasil Ferrovias, tornando-se a maior companhia ferroviária do país. Estendeu seu negócio aos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ampliou sua atuação no estado de São Paulo e passou a ter acesso ao Porto de Santos, o mais importante do País.

A aquisição foi feita por meio de uma troca de ações no valor de R$ 1,4 bilhão, e o valor total da operação, considerando-se a dívida líquida da empresa incorporada, foi de aproximadamente R$ 3 bilhões. A Brasil Ferrovias possuía 4,7 mil km de via férrea, 7,8 mil vagões e 280 locomotivas. A história da ALL se repete com a oportunidade de transformar a Brasil Ferrovias numa operação ferroviária viável e contribuir para o aumento da participação da ferrovia na matriz de transporte brasileira. Hoje a participação ferroviária no Porto de Santos está na faixa de 27%, enquanto em Paranaguá, onde a ALL já atuava, o percentual é 60%.

Sobre a Katoen Natie - Contando com mais de sete mil funcionários em todo o mundo, a empresa, fundada em 1855 e com a matriz em Antuérpia, na Bélgica, destaca-se como grande provedora de soluções logísticas integradas e de engenharia para a indústria petroquímica, química-fina, bens-de-consumo, indústria automobilística, commodities e portos. Atua em quase todos os países da Europa, além de Canadá, EUA, México, Oriente Médio, Ásia e América Latina.

Hoje, a Katoen Natie é considerada uma das maiores investidoras e empregadoras belgas no Brasil. Emprega 1300 funcionários no país, tem sua sede localizada no município paulista de Paulínia e opera 26 plataformas logísticas espalhadas por sete regiões do Nordeste até o sul do país.

A Katoen Natie comemora este ano 152 anos de existência no mundo e 10 anos no Brasil e distingue-se não apenas por sua longevidade, mas por sua permanente capacidade de se adaptar às necessidades do mercado. “Uma empresa, para se tornar competitiva e alcançar uma posição elevada em um mercado cada vez mais exigente, precisa atender a duas condições essenciais: funcionários comprometidos e envolvidos com o trabalho e clientes satisfeitos com os serviços recebidos. São nesses pilares que a Katoen Natie vem atuando em suas diversas unidades de negócios espalhadas pelo mundo, sempre buscando atender seus clientes com os melhores sistemas logísticos”, afirma Benoit Somers, diretor presidente do grupo no Brasil.

A Katoen Natie está dividida em sete Unidades de Negócios distintas, para melhor atender seus clientes. Entre as Unidades, estão: Petroquímica, que está voltada a (re) embalagem, mistura, blendagem, moagem e secagem de produtos petroquímicos sólidos (polímeros); Química fina, que atende empresas para processamento de produtos químicos sólidos e líquidos; Bens de consumo, focado em picking, etiquetagem, preparação de kits, entre outros serviços; Indústria automobilística, na prestação de (pré)assemblagem de peças, fornecimento JIT, entre outros; Commodities: nos ramos de algodão, café, cação, borracha e outros; Atividades portuárias, na operação de terminais portuários (containeres, cargas gerais, carros); Engenharia, voltada a construção de “turn-key” de plataformas logísticas e instalações completas de produção.