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21/02/2014 - 07:21

Do Egito antigo a Venezuela; ainda não aprendemos?

As recentes crises na Argentina e Venezuela são uma grande oportunidade para educar as pessoas sobre alguns princípios básicos econômicos. Em pleno século XXI não é mais aceitável acreditar que congelar preços, taxar lucro, ou qualquer medida que reduza a liberdade econômica possa trazer algum impacto, além do caos.

Apesar de já terem sido refutadas na teoria e na prática há décadas, e no caso do congelamento de preços há pelo menos 4.000 anos, estas medidas ainda são aplicadas, aproveitando-se da ignorância e da ilusão das pessoas que acreditam que cabe aos governos trazerem prosperidade.

O relatório anual divulgado pela Heritage Foundation (index of economic freedom) que mede o grau de liberdade econômica nos países mostra que é justamente o contrário. Os países mais desenvolvidos e com melhor padrão de vida são os que apresentam maior grau de liberdade econômica, ou seja, aqueles com poucas ou nenhuma intervenção estatal na economia.

Dos 178 países classificados no relatório de 2014, Venezuela está em 175° e a Argentina em 166°, os últimos colocados são Cuba e Coreia do Norte. O Brasil está em 114°, também distante dos países considerados livres.

No Egito antigo há milhares de anos, ou na Venezuela atual, congelar preços e perseguir empreendedores traz sempre as mesmas consequências; escassez de produtos e caos social.

Em uma economia livre as decisões de produção são tomadas com base nas preferências dos consumidores, prosperando aquele empreendedor que for o mais eficiente em atendê-las. Portanto há o incentivo para a produção e melhora nos padrões de vida. Ao contrário do que a maioria pensa, o sucesso de um empreendedor não se restringe apenas a ele, ao buscar seu autointeresse em uma economia livre ele é obrigado a produzir bens e serviços cada vez mais inovadores e/ou a custos menores, caso contrário sua fatia de mercado será rapidamente preenchida por concorrentes.

Já em uma economia com baixa liberdade econômica o benefício deixa de ser mútuo geral e passa a ser de um grupo à custa de outro. Ao determinar como os recursos devem ser alocados na economia, sem respeitar as decisões individuais dos consumidores, o governo determina quais setores serão vencedores e perdedores. Este arranjo quando confrontado na prática com as verdadeiras intenções dos consumidores resultará em prejuízo, sendo os empreendedores apontados pelo governo como os culpados por tal falha. E para que estas sejam corrigidas novas intervenções serão feitas e assim sucessivamente até o caso social, ou na melhor das hipóteses até que este círculo vicioso seja interrompido a tempo.

Por fim, um argumento muito utilizado para justificar a interferência na economia é que não podemos confiar nas decisões individuais, mas o interessante é que para eleger os membros que ocuparão cargos políticos ele é válido e sem ressalvas.

Para a recuperação da Argentina, Venezuela e mesmo de qualquer país que almeje desenvolvimento a receita é sempre a mesma: Liberdade!

.Por: Richard Rytenband, economista pela PUC-SP e tem MBA em Gestão Financeira com ênfase em Investimentos e Mercado de Capitais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É também palestrante e Professor de Economia e Finanças. Comprou sua primeira ação na bolsa de valores com 14 anos e desde então tem atuado no mercado financeiro. É credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para divulgar análises de valores mobiliários, seja no âmbito técnico ou fundamentalista. Possui certificações do mercado financeiro da Ancord, Anbima: CEA; ICSS: Todas; Apimec: Gestor de RPPS, Anbima CPA-20, todas da BM&F e CNPI-P da Apimec. Cofundador e Coordenador Pedagógico da InfoPRO Timos e Timos ®. É o criador e produtor, ao lado de Felipe Okazaki, dos jogos educativos: “A Pequena Grande Crise (2008), A Pequena Grande Crise 2: A Ameaça Agora é Outra (2012) [www.apequenagrandecrise.com.br] e Ciladania [www.ciladaniasp.com.br]

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