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28/02/2014 - 08:02

Coreia do Norte e Coreia do Sul: pobreza e prosperidade


O Japão, que dominava a Coreia, se rendeu no dia 15.08.45. Assim terminou a Segunda Guerra Mundial. Um mês depois a Coreia foi dividida em dois países (com base no paralelo 38): a do norte passou para a Administração da Rússia; a do sul foi para os EUA. Uma comunista ou socialista (economia planificada); a outra capitalista (direito à propriedade privada). Em 1950 a Coreia do Norte invadiu o vizinho, mas poucos anos depois se retiraria. Muitas famílias se separaram e somente depois de 50 anos começaram a se reencontrar, em situações (de bem-estar) completamente distintas. O sul, diante do bom funcionamento das instituições essenciais (Estado/democracia, sistema econômico, sociedade civil e império da lei), se tornou o 12º no ranking (elevadíssimo) do IDH. Mesmo diapasão de vários países europeus. O norte nem aparece nesse ranking. Seu padrão de vida é 1/10 do sul, semelhante a vários países africanos pobres e com doze anos a menos na expectativa de vida (81, contra 69). O sul é uma democracia liberal; o norte está sob o jugo de um regime totalitário, onde não existe liberdade.

Não é a cultura nem a geografia nem o clima nem a ignorância que explica os rumos antagônicos que os dois países tomaram, sim, a organização econômica e o bom funcionamento das instituições inclusivas (Acemoglu/Robinson: 2012, p. 55 e ss.). Sem propriedade privada, o norte não oferece nenhum incentivo para investir ou aumentar a produtividade. Estagnação econômica. A decisão política de investir massivamente em educação (anos 60) transformou o sul completamente. Alta alfabetização e excelente escolaridade. Mais de 70% com curso superior e renda per capita anual de US$ 22.590, em 2012 (o dobro do Brasil). Índice de desigualdade: 41,9 (2011); população com pelo menos o ensino secundário (25 anos ou mais): 85,4%, em 2010; satisfação com qualidade da educação: 50,5%, em 2011; taxa de abandono escolar: 1,2%, entre 2002 e 2011; expectativa de vida educacional: 17,2 anos; corrupção (Transparência Internacional - 2013): 46º de 177 países; percepção de segurança (PNUD): 54% de respostas sim; taxa de homicídios (UNODC - 2011): 2,3 por 100 mil habitantes; taxa de mortes no trânsito (OMS - 2010): 14,1 mortes por 100 mil habitantes; grau de felicidade (HPI - 2012): 63º, de 155 países.

A Coreia do Norte tem 100% de alfabetização, mas não participa ou não se destaca em nenhum ranking internacional; é um país altamente corrupto: conforme a Transparência Internacional, é o 175º colocado de 177 países; taxa de homicídios (UNODC): 15,2 por 100 mil habitantes, em 2008; taxa de mortes no trânsito (OMC): 10,7 por 100 mil habitantes, em 2010. Os jovens do norte crescem num país pobre, corrupto e violento (com violência epidêmica), sem direitos humanos e sem iniciativa empreendedora, criatividade ou preparo para a vida mundial competitiva. Quase não têm livros para ler. Os do sul se destacam nos rankings internacionais, são competitivos e sabem que, com seu trabalho, podem crescer, melhorar o seu padrão, comprar bens e desfrutar de uma excelente qualidade de vida, até porque os serviços públicos são requintados e igualitários. Tudo isso mostra a diferença entre o capitalismo evoluído e distributivo (nosso horizonte utópico) e o socialismo atrasado (muito semelhante estatisticamente ao capitalismo selvagem e extrativista que vigora no Brasil).

. Por: Luiz Flávio Gomes, 56, jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Estou no professorLFG.com.br . Twitter:@professorlfg

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