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08/03/2014 - 09:08

A mulher no conSerto das nações

Nenhuma ação humana pode decisivamente progredir sem o auxílio, reservado ou público, das mulheres. A História está repleta de comprovações.

Prezadas leitoras e leitores, antes de tudo devo esclarecer-lhes sobre a palavra conserto grafada com “s” no título deste artigo. Não se trata de erro ou distração: é conserto mesmo, porquanto, da forma que se encontra o mundo a pré-abrasar-se com o aquecimento global, é melhor que os sexos confraternizem, unam forças e realizem o conserto urgente, porque, do contrário, poderemos acabar cozidos numa panela fenomenal: o planeta que habitamos.

Feita a observação, peço-lhes licença para justa homenagem às mulheres de todos os segmentos da sociedade, àquelas que são a base das nações, quando integradas em Deus e/ou nos mais elevados sentimentos que honram a raça humana, apresentando-lhes texto que enviei e foi traduzido pela ONU em seus seis idiomas oficiais, por ocasião da “51a Sessão do Status da Mulher”, ocorrida de 26 de fevereiro a 9 de março de 2007, na sede das Nações Unidas, em Nova York, EUA.

“Pão e rosas” -A luta pela emancipação da mulher é antiga. Já nos tempos clássicos da Grécia, esse espírito libertário procurava, sob certo aspecto, o seu caminho nos esforços e dificuldades de “Lisístrata”, com sua greve do sexo, na qual moveu mulheres de Atenas e de Esparta, para deter a Guerra do Peloponeso, segundo a comédia de Aristófanes.

Em 1857, centenas de operárias das fábricas têxteis e de vestuário de Nova York iniciaram um forte protesto contra os baixos salários, jornada de mais de 12 horas e péssimas condições de trabalho. Em 1908, mais de 14 mil delas voltaram às ruas nova-iorquinas. Sob o slogan “pão e rosas” — “tendo o pão como símbolo da estabilidade econômica e as rosas representando uma melhor qualidade de vida” — pleiteavam idênticos direitos aos reivindicados pelas trabalhadoras da década de 50 do século XIX. Aproximadamente 130 delas faleceram durante misterioso incêndio. Mas não ficou só nisso a luta. Três anos depois, também naquela cidade, ocorreu outro trágico acontecimento provocado pelas infernais condições de segurança na “Triangle Shirtwaist Company”. Em 25 de março de 1911, mais de 140 tecelãs e tecelões, de maioria italiana e judia, morreram calcinados (21 eram homens). Os fatos foram, em sua dramaticidade, registrados: criaturas em desespero jogando-se das janelas do prédio em chamas. As manifestações ocorridas na metrópole cosmopolita alinham-se entre os principais degraus para a emancipação da mulher, bem como os esforços de tantas outras, a exemplo da alemã Clara Zetkin (1857-1933), uma das mais famosas ativistas pelos direitos femininos, que, em 1910, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, propôs a criação do Dia Internacional da Mulher.

A atitude corajosa delas encontra-se perfeitamente enquadrada nesta exclamação da inesquecível Helen Keller (1880-1968): “A vida é uma aventura ousada ou nada!”.

É palmar que a célebre ativista social se refere à audácia que impulsiona os vanguardeiros a rever costumes e conceitos ultrapassados, que retardam a evolução das criaturas e dos povos (sobretudo no campo imprescindível do conhecimento espiritual). Ela própria é um modelo constante dessa premissa. Cega, surda e muda, em decorrência de uma doença manifestada aos 18 meses, rompeu barreiras, tornando-se uma das mulheres mais respeitadas da História.

Às mulheres do Brasil e do mundo, a nossa saudação pela data especial: 8 de março.

. Por: José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. | [email protected] [www.boavontade.com].

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