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25/03/2014 - 09:54

Mulheres e motos

Minha intenção e esperança é contribuir para melhorar a perícia e a segurança dos milhões de motociclistas ativos em todo o Brasil, que hoje já incluem uma expressiva participação feminina.

Pois bem, o site da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas e Similares (Abraciclo) informa que, do total de motociclistas brasileiros, 25% são mulheres, e que uma em cada quatro motos vendidas no ano passado no País foi comprada por mulheres.

Por outro lado, a pesquisa "Causa de Acidentes com Motociclistas", coordenada pela Faculdade de Medicina da USP e pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, e patrocinada pela Abraciclo, publicada em Julho de 2013, informa que durante o período de coleta de dados (fevereiro a maio), 92% das vítimas de acidentes com motociclistas eram homens.

A significativa diferença entre esses dados confirma minha impressão, obtida principalmente nos vários workshops de Pilotagem Avançada, palestras e cursos que ministrei para grupos de motociclistas: em geral, a mulher pilota sua moto com mais prudência que o homem e está muito mais disposta a aprender informações e treinar técnicas de pilotagem para aumentar o nível de perícia, controle e segurança ao conduzir uma motocicleta.

Infelizmente, motocicletas são perigosas armadilhas para quem não foi adequadamente treinado para pilotá-las. O comportamento de uma moto a baixa velocidade é muito parecido com o de uma bicicleta. Porém, quando uma moto atinge velocidades acima das normalmente alcançadas pelas bicicletas, seu comportamento se altera de forma radical, e surpreende a maioria dos motociclistas.

Vários aspectos do comportamento dinâmico de uma moto não são intuitivos. Por isso, conhecer e entender tal comportamento, e aprender a usá-lo é essencial para pilotar com segurança.

Os dois principais fatores para conduzir qualquer veículo com perícia e segurança são direção e frenagem, isto é, fazê-lo seguir na direção que queremos e fazê-lo parar quando queremos. E são especialmente esses dois aspectos de pilotar uma motocicleta que exigem técnicas contraintuitivas e contrárias aos nossos reflexos condicionados.

Como os motociclistas brasileiros não são adequadamente instruídos e treinados nesses aspectos (nem em outros de menor importância) no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, é uma ilusão acreditar que eles realmente saibam pilotar motos. Isto explica o alarmante número de acidentes com motociclistas nas cidades e estradas brasileiras.

Nesse aspecto, as mulheres ganham dos homens pela sua disposição de aprender e treinar para conduzir suas motos com perícia, controle e segurança.

. Por: James Stuart Hodge, autor do livro “Motociclismo Avançado”.

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