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27/03/2014 - 10:25

Governo catarinense vai intervir para inclusão do tabaco no protocolo de exportação à China

Protocolo Brasil-China impede a exportação do tabaco produzido em Santa Catarina, apesar do interesse das autoridades chinesas em adquirir o produto. Assunto deve entrar na pauta em encontro do governador com o Ministério da Agricultura na próxima semana.

Florianópolis (SC) – A exportação de tabaco em solo catarinense no ano de 2013 representou mais de 10% do total dos embarques, gerando divisas de US$ 883 milhões e constituindo-se num dos principais produtos da pauta de exportações do Estado. Este número, apesar de expressivo, poderia ser ainda maior. Isso porque a China, a maior importadora do tabaco brasileiro, ainda não admite importar o produto produzido em Santa Catarina. Este foi o tema principal da audiência solicitada pelo presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, com governador do Estado de Santa Catarina, João Raimundo Colombo, e realizada na última segunda-feira, 24 de março, em Florianópolis.

O protocolo bilateral vigente entre Brasil e China permite somente o embarque de tabaco produzido no estado do Rio Grande do Sul (tabacos claros para cigarros) e nos estados da Bahia e Alagoas (tabacos escuros para charutos). Atualmente, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) e o Departamento de Sanidade Vegetal (DSV), estão em tratativas com o lado Chinês para negociar um novo Protocolo incluindo também os Estados de Santa Catarina e Paraná como áreas livres de exportação de tabaco à China. Apesar das autoridades chinesas terem demonstrando grande interesse em adquirir também tabacos produzidos nos estados de Santa Catarina e Paraná, as exportações estão esbarrando na burocracia.

“A China constitui-se num dos maiores importadores de tabaco do Brasil, com importação de aproximadamente US$ 500 milhões em 2013. Deixar de produzir tabaco e, consequentemente, exportar para o país é uma perda não somente para as empresas e produtores, mas também para o Estado, que perde em divisas”, disse Schünke. Colombo se mostrou sensível ao assunto e afirmou que vai colocá-lo em pauta em Brasília, durante reunião com o MAPA na próxima semana. A audiência foi acompanhada pelo presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Enori Barbieri, pelo gerente estadual do DSV da CIDASC, Aarão Luiz Schmitz Junior, e pelo assessor do SindiTabaco, Carlos Sehn.

Outros assuntos – A preocupação com a defasagem no número de Fiscais Federais Agropecuários do MAPA, responsáveis pela emissão dos Certificados Fitossanitários exigidos na exportação, também foi manifestada ao governador. Outro tema levado pelo Sindicato refere-se à demanda de energia elétrica para cura do tabaco. Segundo Schünke, a busca permanente por aumento da qualidade e produtividade na produção do tabaco tem levado cada vez maior número de produtores a instalarem unidades de cura elétricas (ar forçado) em suas propriedades. “A insuficiência de energia elétrica para atender a demanda dos produtores de tabaco durante o processo de cura do produto, com frequentes oscilações e quedas de energia, tem causado prejuízos significativos à qualidade do tabaco”, explicou. Sobre este assunto, Colombo assegurou estes problemas deverão ser minimizados ao longo deste ano com os investimentos que estão sendo realizados na rede de distribuição de energia no estado de Santa Catarina.

Tabaco em Santa Catarina – O Brasil é o maior exportador mundial de tabaco desde 1993 e o segundo maior produtor mundial. Em 2013, as vendas totais de tabaco para 102 países resultaram em US$ 3,27 bilhões/FOB em divisas, maior valor alcançado pelo setor nas exportações. A cultura do tabaco é desenvolvida em 217 municípios do Estado de Santa Catarina, por 46 mil pequenos produtores rurais, totalizando 184 mil pessoas vinculadas à renda proporcionada pela atividade. Na safra 2012/2013 foram cultivados 100 mil hectares que resultaram na produção de 210 mil toneladas de tabaco, proporcionando R$ 1,6 bilhão em receita aos produtores integrados.

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